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Miguel Sabat Nuet
Nascimento 12 de março de 1923
Catalunha, Espanha
Morte 30 de outubro de 1973
São Paulo, Brasil
Nacionalidade venezuelano
Ocupação vendedor de automóveis

Miguel Sabat Nuet (Espanha, 12 de março de 1923São Paulo, 30 de outubro de 1973) foi encontrando morto em uma cela no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). O caso ocorreu durante a ditadura militar brasileira e a ossada foi encontrada posteriormente no Cemitério Dom Bosco, conhecido como a Vala dos Perus. O caso está sendo analisado pela Comissão da Verdade e os restos mortais foram devolvidos aos filhos durante Cerimônia do ciclo "Direitos Humanos, Justiça e Memória". [1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Miguel Sabat Nuet, natural de Barcelona, deixou o país natal em um contexto de turbulência -- a Espanha vivia a ditadura franquista, que freou o desenvolvimento do país devido ao seu modelo econômico -- para trabalhar como vendedor de veículos. No início, ficou hospedado na casa de um tio, por volta dos 26 anos e, consequentemente, acabou por passar boa parte da sua vida na Venezuela.[2] Nesta, casou-se com Adoración Diaz e teve três filhos. Mais tarde, divorciou-se.

Ida ao Brasil[editar | editar código-fonte]

Para cobrar a dívida que haviam contraído com seu pai durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Miguel partiu ao Brasil. Porém, estava sem os documentos para comprová-la. Posteriormente, a família ficou sem informações sobre a vida de Nuet, que mandava cartas que falavam sobre saudades, mas nunca deixava detalhes sobre a sua vida.[3]

Morte[editar | editar código-fonte]

Miguel Sabat Nuet foi preso por uma equipe do DOI (Departamento de Operações Internas) -- que combatia grupos de esquerda que eram contra o regime político da época -- em 9 de outubro de 1973. Miguel teria pulado de um trem em movimento na estação Barra Funda e deixado uma mala, motivo pelo qual ele precisava ser investigado: seus documentos indicavam subversão.[4] Faleceu no dia 30 de outubro de 1973, encontrado morto em uma cela. Segundo a polícia, o motivo foi suicídio.

Na ficha de Miguel, encontrada no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), a polícia acrescentou a letra “T” em vermelho, sinal que era utilizado para identificar os terroristas. [5] O caso permaneceu um mistério até a descoberta do corpo em 1991[6], no cemitério Dom Bosco, que ficou conhecido como a Vala dos Perus, na Zona Norte de São Paulo. A exumação dos restos mortais foi feita em abril de 2008 [7], a partir de um exame de DNA feito com um fêmur e alguns dentes da ossada. Em 2011, a confirmação do exame foi feita e, no mesmo ano, foi realizada a cerimônia na Faculdade de Direito de São Paulo para a entrega dos restos mortais do hispano-venezuelano aos filhos Miguel, Maria Del Carmem e Lorenzo, que ficaram mais de 34 anos sem informações do pai. Nunca foi sabido que Nuet teve algum envolvimento político de esquerda, mas foi preso para averiguação.[8] Em uma das cartas encontradas em uma mala que pertencia ao vendedor de veículos, ele dizia ter sido perseguido na Argentina -- devido a estudos teológicos -- e declarava-se socialista. [9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Lista de mortos e desaparecidos políticos na ditadura militar brasileira [1]
  • Ciclo de Debates "Direitos Humanos, Justiça e Memória" | 12/12/2011 | São Paulo | Mesa 1 - disponível no Youtube, em memória de Miguel Sabat Nuet

Notas e referências

Notas

Referências