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EDIÇÕES A SEREM APLICADAS AO VERBETE "PRESBIACUSIA":


(Acrescentar ao término do primeiro parágrafo do verbete original):

As alterações audiológicas incluem ainda a dificuldade para compreensão da fala, especialmente em ambientes ruidosos.[1] Essas alterações são percebidas pelo indivíduo como dificuldades de comunicação com a família, amigos, em local de trabalho e estabelecimentos. Ainda são observados prejuízos à vida diária como ouvir rádio, assistir televisão, falar ao telefone, escutar música e frequentar atividades externas como aulas, reuniões e exercícios físicos em grupo.[2]


(Acrescentar ao término do segundo parágrafo d verbete original):

Além disso, mostra-se mais frequente em idosos do sexo masculino, que também apresentam limiares tonais em altas frequências mais rebaixados em comparação às mulheres.[3]


(Acrescentar após final do verbete original):

A presbiacusia decorre das alterações biológicas acarretadas pelo processo de envelhecimento do organismo, incluindo tecidos de estruturas do sistema auditivo.[4]

No entanto, sua etiologia é considerada complexa e multifatorial[5], uma vez que o envelhecimento de tal sistema advém do acúmulo de fatores desencadeadores ou potencializadores. Os desencadeadores consistem em aspectos intrínsecos, como aqueles de origem metabólica e vascular, além das pré-disposições hereditárias. Já os potencializadores representam correspondem a fatores extrínsecos, a exemplo de exposição excessiva ao ruído, efeito de medicamentos ototóxicos, hábitos alimentares e alto nível de estresse.[3]

Outros comportamentos também são reconhecidos por intensificar essa perda auditiva, como a ausência de atividade física e o tabagismo. Ainda, pontuam-se os traumas acústicos e doenças sistêmicas associadas[6], dentre elas o diabetes mellitus e a hipertensão não controlados, podendo levar à arteriosclerose crônica e, consequentemente, menor aporte sanguíneo ao ouvido interno.[7]

A presbiacusia foi inicialmente classificada em quatro tipos por Schuknecht (1969), podendo apresentar-se como:[8][1]

- Sensorial: causada por uma degeneração das células ciliadas externas da cóclea em alta frequência;

- Neural: por degeneração dos neurônios cocleares, com configuração audiométrica moderadamente descendente e maior impacto na compreensão de fala;

- Metabólica/estrial: causado por uma atrofia da estria vascular, implicando em rebaixamento dos limiares em todas as faixas de frequência do audiograma em configuração horizontal;

- Mecânica/ condutora coclear: por enrijecimento e rigidez da porção basal da cóclea devido a processos atróficos degenerativos, resultando em perda auditiva em frequências baixas, com reconhecimento de fala preservado.

Em 1993, dois novos tipos foram acrescentados como possíveis classificações: [1]

- Misto: mescla das categorias de perda auditiva anteriores, caracterizada por configuração descendente de caráter leve em baixas frequências e abrupto em altas. Ocorre perda de células ciliadas externas, neurônios cocleares e estria vascular;

- Indeterminado: falta de correlação entre os achados audiométricos e as alterações cocleares.

Além dessa divisão, Gates e Mills (2005)[9], estudaram mais um tipo de presbiacusia:[1]

- Central: caracterizada por alterações no processamento auditivo, sendo estas puramente centrais sem componente periférico, ou alterações como consequência de uma hipofunção periférica.

No entanto, críticas foram realizadas ao modelo de Schuknecht em razão, principalmente, da dificuldade de divisão clara para a maior parte dos tipos de presbiacusia.[1]


Estudos identificam correlação da presbiacusia com prejuízos cognitivos, isolamento social, dificuldades emocionais, com risco aumentado para declínio funcional[10], tendo sido pontuada como importante fator de risco para a demência.[11]

A relação sensorial-cognitiva sofre diversas tentativas de explicação, gerando uma série de hipóteses, a citar:

1. Teoria da Carga Cognitiva:

Elaborada pelo psicólogo John Sweller, em 1998, relaciona-se com o conceito de esforço cognitivo, ou seja, a carga de processamento de informações demandada para a realização de uma tarefa. A fim de que haja compreensão da fala por um idoso com perda auditiva, maior atenção e concentração são exigidas, dessa forma, o elevado esforço auditivo para compensar a degradação do sinal sonoro e permitir o processamento perceptivo-auditivo, resultaria em sobrecarga cognitiva. Essa demanda excessiva leva a modificações cerebrais degenerativas, desviando recursos de outros processos cognitivos, a exemplo da memória de trabalho.[11]

2. Hipótese de Causa Comum:

Desenvolvida com base na ideia de que haveria um mesmo fator responsável pelas alterações decorrentes da senilidade, sendo elas cognitivas ou não. Assim, surge a proposta a qual tanto a perda auditiva quanto o declínio cognitivo seriam consequências de modificações neurodegenerativas de causa comum no processo de envelhecimento cerebral.[11]

3. Hipótese em Cascata:

Essa hipótese considera alterações cerebrais em decorrência direta da fraca estimulação sensorial percorrida até o cérebro, em que reduções de volume do córtex auditivo primário e/ ou volume cerebral total são identificados.[11]

Além disso, indiretamente, outro fator a ser considerado é a falta de socialização do idoso com perda auditiva, uma vez que apresenta dificuldades de comunicação que o levam ao isolamento, associado a solidão, apatia e depressão. Tais fatores são considerados de risco e intensificadores para prejuízos cognitivos, inferior desempenho executivo e maior negatividade.[11]

Desse modo, essa cascata de implicações diretas e indiretas vinculadas à perda auditiva no idoso poderia induzir o declínio cognitivo.[11]

4. Hiperdia Diagnóstica ou Hipótese do Presságio:

Baseada no potencial de sobrediagnóstico do declínio cognitivo, essa hipótese traz a possibilidade de que os resultados indesejados nos testes neuropsicológicos aplicados para avaliação cognitiva, em indivíduos com perda auditiva, não resultem propriamente de alterações de cognição, mas sim da dificuldade de compreensão verbal das tarefas, dependente da audição.[11]


A perda auditiva não tem cura, mas as dificuldades podem ser amenizadas por meio dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individuais (AASI), os conhecidos aparelhos auditivos, a fim de reestabelecer a função comunicativa tanto quanto possível.[12][5]

No entanto, para além da seleção do dispositivo eletrônico, é muito importante haver um programa de reabilitação audiológica amplo, que inclua acolhimento e atenção às demandas emocionais do usuário, bem como de seus familiares. Também se torna essencial o manejo das dificuldades como manuseio do aparelho e outras orientações pertinentes, considerando ainda o trabalho de reeducação auditiva com estratégias de comunicação, a fim de possibilitar que o idoso seja inserido novamente às atividades familiares e sociais com qualidade[12][13]. Ademais, o Implante Coclear (IC) também pode ser indicado para os casos de perda auditiva mais agravados.[9]

  1. a b c d e Lee, Kyu-Yup (setembro de 2013). «Pathophysiology of Age-Related Hearing Loss (Peripheral and Central)». Korean Journal of Audiology (em inglês). 17 (2). 45 páginas. ISSN 2092-9862. PMC PMC3936539Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 24653905. doi:10.7874/kja.2013.17.2.45 
  2. Veras, Renato Peixoto; Mattos, Leila Couto (fevereiro de 2007). «Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 73 (1): 128–134. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/S0034-72992007000100021 
  3. a b Paiva, Karina Mary de; Cesar, Chester Luis Galvão; Alves, Maria Cecília Goi Porto; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Carandina, Luana; Goldbaum, Moises (julho de 2011). «Envelhecimento e deficiência auditiva referida: um estudo de base populacional». Cadernos de Saúde Pública. 27 (7): 1292–1300. ISSN 0102-311X. doi:10.1590/S0102-311X2011000700005 
  4. Kunelskaya, N. L.; Levina, Yu. V.; Garov, E. V.; Dzuina, A. V.; Ogorodnikov, D. S.; Nosulya, E. V.; Luchsheva, Y. V. (2019). «Presbyacusis». Vestnik otorinolaringologii (em inglês). 84 (4). 67 páginas. ISSN 0042-4668. doi:10.17116/otorino20198404167 
  5. a b Fischer, N.; Weber, B.; Riechelmann, H. (julho de 2016). «Presbyakusis – Altersschwerhörigkeit». Laryngo-Rhino-Otologie (em alemão). 95 (07): 497–510. ISSN 0935-8943. doi:10.1055/s-0042-106918 
  6. Carreirão Neto, Waldir (2005). «Presbiacusia» (PDF). HC-FMUSP. Consultado em 10 de março de 2020 
  7. Angadi, SavitaS; Kotrannavar, VijaykumarS (janeiro de 2013). «A case discussion on presbyacusis». Journal of Ayurveda and Integrative Medicine (em inglês). 4 (1). 48 páginas. ISSN 0975-9476. PMC PMC3667435Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 23741163. doi:10.4103/0975-9476.109555 
  8. Schuknecht, Harold F.; Gacek, Mark R. (janeiro de 1993). «Cochlear Pathology in Presbycusis». Annals of Otology, Rhinology & Laryngology (em inglês). 102 (1_suppl): 1–16. ISSN 0003-4894. doi:10.1177/00034894931020S101 
  9. a b Gates, George A; Mills, John H (setembro de 2005). «Presbycusis». The Lancet (em inglês). 366 (9491): 1111–1120. doi:10.1016/S0140-6736(05)67423-5 
  10. Kopper, Helen; Teixeira, Adriane Ribeiro; Dorneles, Sílvia (março de 2009). «Desempenho Cognitivo em um Grupo de Idosos: Influência de Audição, Idade, Sexo e Escolaridade» (PDF). International Archives of Otorhinolaryngology. Consultado em 14 de maio de 2020  line feed character character in |titulo= at position 44 (ajuda)
  11. a b c d e f g Uchida, Yasue; Sugiura, Saiko; Nishita, Yukiko; Saji, Naoki; Sone, Michihiko; Ueda, Hiromi (fevereiro de 2019). «Age-related hearing loss and cognitive decline — The potential mechanisms linking the two». Auris Nasus Larynx (em inglês). 46 (1): 1–9. doi:10.1016/j.anl.2018.08.010 
  12. a b Ruschel, Christine Vieira; Carvalho, Claudia Ribeiro de; Guarinello, Ana Cristina (junho de 2007). «A eficiência de um programa de reabilitação audiológica em idosos com presbiacusia e seus familiares». Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 12 (2): 95–98. ISSN 1516-8034. doi:10.1590/S1516-80342007000200005 
  13. Mondelli, Maria Fernanda Capoani Garcia; Souza, Patrícia Jorge Soalheiro de (junho de 2012). «Qualidade de vida em idosos antes e após a adaptação do AASI». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês). 78 (3): 49–56. ISSN 1808-8686. doi:10.1590/S1808-86942012000300010