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Feliciano Eugenio Neto
Nascimento 11 de maio de 1920
Dom Silvério, Minas Gerais, Brasil
Morte 29 de setembro de 1976 (56 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação Líder metalúrgico e militante do partido comunista

Feliciano Eugênio Neto foi um líder metalúrgico e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Ele foi preso, torturado e morto em 29 de setembro de 1976 durante o regime da ditadura militar.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Feliciano Eugênio Neto nasceu em 11 de maio de 1920, na cidade de Dom Silvério, Minas Gerais. Filho de José Eugênio e Marcolina de Souza Machado, era casado e tinha três filhos.

Feliciano trabalhava para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, Rio de Janeiro, e em 1945 iniciou sua militância no PCB. Foi demitido da companhia em 1949. Naquela época, ficou preso durante quatro dias na cidade do Rio de Janeiro. Mudou-se para Niterói no inicio do ano seguinte, período em que atuou no partido ao lado do líder comunista Maurício Grabois e Carlos Nicolau Danielli.

Em 1955, Feliciano participou do Movimento Nacional Popular Trabalhista (MNPT), em apoio à candidatura de Juscelino Kubitschek à presidência. Três anos mais tarde, retornou à Volta Redonda. Lá trabalhou no Sindicato da Construção Civil até 1962, quando foi eleito vereador da cidade.

Após o golpe militar de 1964, no entanto, o mandato de Feliciano foi cassado e ele mudou-se para São Bernardo Campo, região metropolitana de São Paulo, onde conseguiu um emprego em uma fábrica de pedras para isqueiro.

Três anos depois, foi para Campo Grande, Mato Grosso do Sul e retomou suas atividades dentro do PCB. Já em 1970, voltou para São Paulo. Tornou-se responsável pela distribuição do jornal Voz Operaria na capital e no interior do Estado até 2 de outubro de 1975, data em que foi preso por militares do regime militar.

Prisão[editar | editar código-fonte]

Feliciano Eugenio Neto foi preso pela Polícia Federal no dia 2 de outubro de 1975, em sua residência, em São Caetano do Sul, São Paulo, e encaminhado para o Quartel do II Exército, no Ibirapuera. Na época, a Justiça não revelou se ele tivera sido ou não indiciado por inquérito policial militar.

Durante uma visita ao quartel, uma das filhas de Feliciano percebeu que seu pai sofria de maus tratos, uma vez que ele gemia constantemente. Em depoimento, ela relata que chegou a perguntá-lo se havia sido torturado e sob quais circunstâncias havia sido preso. Diante das colocações, entretanto, ele chorou.

No mesmo depoimento, a filha aponta outros indícios de tortura. Devido aos maus tratos durante das fases de investigação, Feliciano sofreu ferimento nos olhos, o que a levou a solicitar à Justiça assistência médica oftalmológica para seu pai em março de 1976.

Morte[editar | editar código-fonte]

Em maio daquele ano, Feliciano foi interrogado mais uma vez sob ameaça de retornar ao DOI-CODI-II. Meses depois, e dias antes da data de sua liberdade após cumprimento da pena de reclusão de seis meses, ele deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo. Precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à operação e faleceu no dia 29 de setembro de 1976.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Anexo:Lista de mortos e desaparecidos políticos na ditadura militar brasileira

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SCHMIDT, Criméia (Org.). Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985). São Paulo: Imprensa Oficial, 2009. 767 p.