Viola (planta)

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Viola riviniana
Viola riviniana
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Violaceae
Género: Viola
Espécies
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Viola é um género botânico pertencente à família Violaceae.[1] Inclui várias espécies popularmente conhecidas como violetas e amores-perfeitos.

De notar que a violeta-africana não pertence a este género.

É muito empregada desde os tempos remotos. Homero conta que os atenienses a utilizavam para moderar a ira. Utilizavam uma guirlanda de flores da Viola tricolor para prevenir dores de cabeça e enjoos. Os chineses utilizam a espécie Viola yedoensis de forma similar. Esta última também é empregada em tratamento do eczema infantil grave em um hospital de Londres.

As folhas secas da Viola tricolor, pulverizadas ou misturadas com mel até formarem uma pomada, aplicadas sobre as feridas, ajudam a cicatrizá-las. Para curar infecções cutâneas, tratam-se as partes afetadas com compressas de gaze embebidas em uma infusão da planta. A decocção alivia também as dores reumatismais e trata as afecções de pele, dermatites e eczemas. A infusão, que também pode ser bebida, combate as afecções do sangue, a debilidade nervosa, o cansaço, as doenças cardíacas nervosas e icterícia, pois estimula o metabolismo.

Constitui um bom expectorante devido a seu alto conteúdo em saponinas e também tonifica e fortalece os vasos sanguíneos.

Emprega-se como cosmético para limpeza de pele e como loção capilar contra a queda do cabelo.

  • Viola alba - Violeta- branca
  • Viola arvensis - Amor-perfeito; amor-perfeito-bastardo; amor-perfeito-bravo; erva-da-trindade; violeta-dos-campos; violeta-dos-prados
  • Viola canina - Benesse-da-beira; violeta-brava; violeta-canina; violeta-da-beira

Propriedades medicinais[editar | editar código-fonte]

Várias espécies do gênero contêm antioxidantes denominados antocianinas. Catorze antocianinas de V. yedoensis e V. prionantha foram identificadas. Algumas antocianinas mostram intensa atividade antioxidante.[2] A maior parte das espécies testadas, bem como demais plantas da família Violaceae, contêm ciclotides,[3][4][5] que têm uma gama diversa de funções biológicas in vitro quando isoladas da planta, incluindo atividades uterotônicas, anti-HIV, anti-microbianas e inseticidas.[6] Viola canescens, uma espécie da Índia, exibiu atividade in vitro contra o Trypanosoma cruzi.[7]

O gênero foi avaliado em diferentes indicações clínicas em estudos humanos. Um estudo clínico duplo-cego demonstrou que o uso adjuvante do xarope de Viola odorata com curta atuação de β-agonistas pode melhorar o combate à tosse em crianças com asma.[8][9] Em outro estudo, a administração intranasal do extrato de V. odorata mostrou eficácia em pacientes com insônia[9] O uso tópico de uma fórmula contendo o extrado de V. tricolor também exibiu efeitos promissores em pácientes com dermatite atópica moderada.[10]

Referências

  1. «Viola — World Flora Online». www.worldfloraonline.org. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  2. Zhang, J.; et al. (2011). «Rapid separation and identification of anthocyanins from flowers of Viola yedoensis and V. prionantha by high-performance liquid chromatography-photodiode array detection-electrospray ionisation mass spectrometry». Phytochemical Analysis. 23 (1): 16–22. PMID 21523841. doi:10.1002/pca.1320 
  3. Tang, J.; et al. (2010). «Isolation and characterization of cytotoxic cyclotides from Viola tricolor» (PDF). Peptides. 31 (8): 1434–40. PMID 20580652. doi:10.1016/j.peptides.2010.05.004. Consultado em 3 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 18 de julho de 2013 
  4. Trabi, M.; et al. (2009). «Circular proteins from Melicytus (Violaceae) refine the conserved protein and gene architecture of cyclotides». Organic and Biomolecular Chemistry. 7 (11): 2378–88. PMID 19462049. doi:10.1039/b823020j 
  5. Gerlach, S. L.; et al. (2010). «Isolation, characterization, and bioactivity of cyclotides from the Micronesian plant Psychotria leptothyrsa». Journal of Natural Products. 73 (7): 1207–13. PMID 20575512. doi:10.1021/np9007365 
  6. Craik, David J. (2010). «Discovery and applications of the plant cyclotides». Toxicon. 56 (7): 1092–1102. PMID 20219513. doi:10.1016/j.toxicon.2010.02.021 
  7. Dua, VK; Verma, G; Agarwal, DD; Kaiser, M; Brun, R (abril de 2011). «Antiprotozoal activities of traditional medicinal plants from the Garhwal region of North West Himalaya, India». Journal of Ethnopharmacology. 136 (1): 123–128. PMID 21527328. doi:10.1016/j.jep.2011.04.024 
  8. Qasemzadeh, MJ; Sharifi, H; Hamedanian, M; Gharehbeglou, M; Heydari, M; Sardari, M; Akhlaghdoust, M; Minae, MB (outubro de 2015). «The Effect of Viola odorata Flower Syrup on the Cough of Children With Asthma: A Double-Blind, Randomized Controlled Trial.». Journal of Evidence-Based Complementary & Alternative Medicine. 20 (4): 287–91. PMID 25954025. doi:10.1177/2156587215584862Acessível livremente 
  9. a b Staff, Thomson P.D.R (1 de janeiro de 2004). PDR for Herbal Medicines. [S.l.: s.n.] ISBN 9781563635120. Cópia arquivada em 30 de novembro de 2015 
  10. Klövekorn, W; Tepe, A; Danesch, U (novembro de 2007). «A randomized, double-blind, vehicle-controlled, half-side comparison with a herbal ointment containing Mahonia aquifolium, Viola tricolor and Centella asiatica for the treatment of mild-to-moderate atopic dermatitis.». Int J Clin Pharmacol Ther. 45 (11): 583–91. PMID 18077922. doi:10.5414/CPP45583 
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