Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Saque de Amório

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa das campanhas bizantinas e árabes nos anos 837 e 838, mostrando o raide de Teófilo na Mesopotâmia e a invasão retaliatória de al-Mu'tasim na Ásia Menor que culminou na conquista de Amório
Mapa das campanhas bizantinas e árabes nos anos 837 e 838, mostrando o raide de Teófilo na Mesopotâmia e a invasão retaliatória de al-Mu'tasim na Ásia Menor que culminou na conquista de Amório

O saque de Amório (ou cerco de Amório ou queda de Amório) pelo Califado Abássida em meados de agosto de 838 foi um dos eventos mais importantes na longa história de conflitos entre bizantinos e árabes. A campanha abássida foi liderada pessoalmente pelo califa Almotácime (r. 833–842) em retaliação a uma campanha lançada pelo imperador bizantino Teófilo (r. 829–842) em território do Califado no ano anterior. Almotácime tinha como objetivo Amório (em latim: Amorium), uma cidade fortificada na parte ocidental da Ásia Menor (atual Anatólia), e cidade-natal da dinastia reinante bizantina e, na época, uma das maiores e mais importantes cidades do Império Bizantino. O califa conseguiu reunir um exército excepcionalmente grande e o dividiu em duas partes: uma delas penetrou profundamente em território bizantino na Ásia Menor enquanto que a outra, mais ao norte, derrotou as forças bizantinas lideradas por Teófilo na Batalha de Anzen. As tropas abássidas então convergiram para Ancira, que encontraram abandonada e, após saquear a cidade, o exército árabe marchou para o sul em direção a Amório, onde chegou em 1 de agosto. Confrontado por intrigas em Constantinopla e por uma revolta do grande contingente curramita no exército, Teófilo não conseguiu auxiliar a cidade.

Amório contava com poderosas fortificações e uma grande guarnição, mas um traidor revelou um ponto fraco nas muralhas, o que permitiu que os abássidas concentrassem ali seus ataques até conseguirem abrir uma brecha. Incapazes de romper as linhas do exército sitiante, o comandante daquela seção da muralha tentou, secretamente, negociar com o califa. Ele abandonou seu posto, o que deu uma vantagem aos árabes, que entraram na cidade e a capturaram. Amório foi sistematicamente destruída e jamais recuperou sua antiga prosperidade. Muitos de seus habitantes foram massacrados e o resto foi levado como escravo. A maior parte dos sobreviventes foi solta após uma trégua em 841, mas os oficiais mais importantes foram levados para a capital do califa em Samarra e executados após se recusarem a se converter ao islã. Eles são celebrados pela Igreja Ortodoxa como os 42 mártires de Amório. (leia mais...)