Igreja Católica na Tanzânia: diferenças entre revisões
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A '''Igreja Católica na [[Tanzânia]]''' é parte da [[Igreja Católica|Igreja Católica universal]], em comunhão com a liderança espiritual do [[Papa]], em [[Roma]], e da [[Santa Sé]].<ref name="ACN">{{citar web| URL=https://www.acn.org.br/tanzania/| título=Tanzânia| autor=| data=| publicado=[[Fundação ACN]]| acessodata=2020-04-28}}</ref> |
A '''Igreja Católica na [[Tanzânia]]''' é parte da [[Igreja Católica|Igreja Católica universal]], em comunhão com a liderança espiritual do [[Papa]], em [[Roma]], e da [[Santa Sé]].<ref name="ACN">{{citar web| URL=https://www.acn.org.br/tanzania/| título=Tanzânia| autor=| data=| publicado=[[Fundação ACN]]| acessodata=2020-04-28}}</ref> Ainda que não seja um país que costuma aparecer nas listas de perseguição aos cristãos, há tensões com os muçulmanos.<ref name="PA">{{citar web| URL=https://www.portasabertas.org.br/lista-mundial/paises-em-observacao| título=Países em observação| autor=| data=| publicado=[[Portas Abertas]]| acessodata=2020-04-29}}</ref> A Tanzânia é marcada por uma política de expansão agressiva do [[Fundamentalismo islâmico|islã fundamentalista]], promovida por países produtores de petróleo. As áreas costeiras, o norte da parte continental e a ilha de [[Zanzibar]] já são majoritariamente muçulmanos.<ref name="ACN2">{{citar web| URL=https://acninternational.org/pt-pt/regional-activity/africa/tanzania/| título=Tanzânia em 2018| autor=| data=| publicado=[[Fundação ACN]]| acessodata=2020-04-30}}</ref> O relatório de [[2020]] da [[Missão Portas Abertas]] registrou aumento nos ataques a igrejas e cristãos, em relação ao publicado em [[2019]]. Essa realidade ocorre em todas as comunidades cristãs tanzanianas. Em áreas dominadas pelo islã, os ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo são os mais afetados. A ameaça de grupos islâmicos violentos na ilha de [[Zanzibar]] vem diminuindo, mas a pressão no continente em áreas onde os muçulmanos são dominantes não. Nos últimos tempos, o governo começou a pressionar as igrejas.<ref name="PA" /> |
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== História == |
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Os padres [[agostinianos]] que acompanharam [[Vasco da Gama]] desembarcaram em [[Zanzibar]] em [[1499]]. A ilha permaneceu sob o domínio [[Portugal|português]] até os [[árabes]] tomarem o controle e expulsar todos os padres em [[1698]]. A atividade missionária católica cessou a partir deste ano até [[1860]], quando chegaram três padres e seis irmãs. Zanzibar desempenhou um papel importante no início da Igreja na [[África Oriental]], porque os primeiros missionários da [[ |
Os padres [[agostinianos]] que acompanharam [[Vasco da Gama]] desembarcaram em [[Zanzibar]] em [[1499]]. A ilha permaneceu sob o domínio [[Portugal|português]] até os [[árabes]] tomarem o controle e expulsar todos os padres em [[1698]]. A atividade missionária católica cessou a partir deste ano até [[1860]], quando chegaram três padres e seis irmãs. Zanzibar desempenhou um papel importante no início da Igreja na [[África Oriental]], porque os primeiros missionários da [[Tanganica]] e [[Quênia]] iniciaram seus trabalhos vindos de lá. Os [[padres espiritanos]], que chegaram à ilha em [[1863]], formaram a primeira missão católica na Tanzânia cinco anos depois e foram confiados à região em [[1872]].<ref name="Enc">{{citar web| URL= https://www.encyclopedia.com/religion/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/tanzania-catholic-church| título=TANZANIA, THE CATHOLIC CHURCH IN| autor=| data=| publicado=Encyclopedia.com| acessodata=2020-04-28}}</ref> |
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[[Ficheiro:First Roman Church in East Africa built by Slaves during colonial era.jpg|thumb|left|250px|Primeira igreja católica da [[África Oriental]], construída por escravos, no período colonial.]] |
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⚫ | As ilhas pertenciam ao Vicariato Apostólico de Zanzibar, erigido em [[1906]], e depois à Diocese de Mombaça e Zanzibar, criada em [[1955]], cujo bispo residia em [[Mombaça]], no Quênia. Em [[1953]], a hierarquia da Tanzânia foi estabelecida com duas sés metropolitanas. Em [[1965]], o [[Arquidiocese de Dar es Salaam|arcebispo de Dar es Salaam]] foi nomeado administrador apostólico de Zanzibar e Pemba, onde as [[Irmãs do Preciosíssimo Sangue]] se encarregavam de uma casa de propriedade do governo para idosos, tuberculosos e leprosos, e administravam uma escola em Zanzibar para crianças de todas as idades e crenças. |
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⚫ | As ilhas pertenciam ao Vicariato Apostólico de Zanzibar, erigido em [[1906]], e depois à Diocese de Mombaça e Zanzibar, criada em [[1955]], cujo bispo residia em [[Mombaça]], no Quênia. Em [[1953]], a hierarquia da Tanzânia foi estabelecida com duas sés metropolitanas.<ref name="Enc" /> No dia [[3 de março]] de [[1960]], o Papa [[São João XXIII]] nomeou o primeiro cardeal negro da história da Igreja, o tanzaniano [[Laurean Rugambwa]].<ref>{{citar web| URL=https://www.dw.com/pt-br/1960-vaticano-nomeia-primeiro-cardeal-negro/a-302040| título=1960: Vaticano nomeia primeiro cardeal negro| autor=| data=| publicado=Deutsche Welle| acessodata=2020-04-29}}</ref> Em [[1965]], o [[Arquidiocese de Dar es Salaam|arcebispo de Dar es Salaam]] foi nomeado administrador apostólico de Zanzibar e Pemba, onde as [[Irmãs do Preciosíssimo Sangue]] se encarregavam de uma casa de propriedade do governo para idosos, tuberculosos e leprosos, e administravam uma escola em Zanzibar para crianças de todas as idades e crenças. <ref name="Enc" /> |
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⚫ | A constituição de [[25 de abril]] de [[1977]] (revisada em outubro de 1984) respeitava a liberdade religiosa e estabeleceu a Tanzânia como um [[estado secular]]. O governo concedeu à Igreja isenção de impostos, mas desencorajou o [[proselitismo]] quando ofensivo a outras religiões. Enquanto uma Igreja Católica ativa e vital trabalhava para manter relações amistosas com líderes muçulmanos no continente e nas ilhas, um aumento no fundamentalismo islâmico e a imposição da lei islâmica em certas regiões causaram tensões crescentes entre as duas religiões.<ref name="Enc" /> |
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== Atualmente == |
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[[Ficheiro:Church in Njombe, Tanzania.jpg|thumb|250px|[[Catedral de São José (Njombe)|Catedral de Njombe]].]] |
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⚫ | Em [[2000]], havia 769 paróquias atendidas por 1.379 padres diocesanos e 714 padres religiosos. Outros religiosos incluíam aproximadamente 610 irmãos e 6.700 irmãs, muitos dos quais operavam as nove escolas primárias e 172 secundárias da Igreja e cuidavam das grandes populações de refugiados ao norte do país. |
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O crescimento do islamismo é o maior desafio para a Igreja Católica tanzaniana. Cristãos que não têm um templo próprio, são desprezados e subvalorizados. A [[superstição]] também é muito disseminada, e muitos ainda creem em feitiçaria; deficiências são vistas como maldições ou penalizações por uma má ação e [[Albinismo|albinos]] são perseguidos, excluídos e mortos para fabricar "curas mágicas" a partir de seus corpos. A Igreja ainda tem grandes dificuldades para combater tais práticas.<ref name="ACN2" /> |
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⚫ | Em [[2000]], havia 769 paróquias atendidas por 1.379 padres diocesanos e 714 padres religiosos. Outros religiosos incluíam aproximadamente 610 irmãos e 6.700 irmãs, muitos dos quais operavam as nove escolas primárias e 172 secundárias da Igreja e cuidavam das grandes populações de refugiados ao norte do país.<ref name="Enc" /> A Igreja Católica também cuida de muitas universidades na Tanzânia. O governo obriga a Igreja Católica e outras igrejas cristãs a apresentar-se no Ministério do Interior com uma carta de acreditação da hierarquia. São feriados nacionais algumas festividades católicas: [[Sexta-feira Santa]], [[Segunda-feira de Páscoa]] e [[Natal]].<ref name="ACN" /> |
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Em abril de 2000, uma igreja foi queimada em Zanzibar (predominantemente muçulmana), a segunda tentativa nessa propriedade em três anos. No mesmo ano, Zanzibar, ainda permanecia quase totalmente muçulmana, enquanto no continente as influências muçulmanas eram minoritárias e permaneciam nas regiões do norte.<ref name="Enc" /> De uma forma geral, a Tanzânia tem vivenciado o medo do aumento da ação terrorista muçulmano.<ref name="ACN" /> |
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Em [[5 de maio]] de [[2013]] um homem jogou um bomba em uma igreja de [[Arusha]] por cima do muro que rodeava a propriedade. Com a explosão pelo menos uma pessoa morreu e outras 60 ficaram feridas.<ref>{{citar web| URL=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/explosao-em-igreja-catolica-da-tanzania-deixa-um-morto-e-mais-de-60-feridos.html| título=Explosão em igreja católica da Tanzânia deixa um morto e mais de 60 feridos| autor=| data=2013-05-06| publicado=G1| acessodata=2020-04-29}}</ref> No dia [[2 de maio]] de [[2015]], uma igreja católica foi incendiada no noroeste da Tanzânia, na cidade de [[Nyarwele]], [[Kagera (região)|região de Kagera]], próximo às fronteiras com [[Uganda]], [[Burundi]] e [[Ruanda]]. As chamas destruíram os documentos da paróquia, cadeiras, bancos, livros litúrgicos e um gerador. Foi a terceira igreja incendiada na região desde o início daquele ano, sendo as outras duas igrejas protestantes. Em setembro do mesmo ano, também em Kagera, foi incendiada uma igreja em [[Kitundu]].<ref>{{citar web| URL=http://www.fides.org/pt/news/59976-AFRICA_TANZANIA_Igreja_catolica_incendiada_terceiro_lugar_de_culto_cristao_incendiado_desde_o_inicio_do_ano| título=ÁFRICA/TANZÂNIA - Igreja católica incendiada: terceiro lugar de culto cristão incendiado desde o início do ano| autor=| data=2016-05-09| publicado=[[Agência Fides]]| acessodata=2020-04-29}}</ref> |
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Em [[4 de dezembro]] de [[2018]], o país celebrou o jubileu de 150 anos de sua evangelização na presença de milhares de fiéis, do presidente, [[John Magufuli]], do núncio apostólico da Tanzânia, [[Arquidiocese de Nairóbi|arcebispo de Nairóbi]], cardeal [[John Njue]], e outros dignitários. O local escolhido para as celebrações do jubileu foi [[Bagamoyo]], porque foi antes um antigo ponto de comércio escravagista, que incluía torturas e exportação. A chegada dos missionários transformou a realidade do local. "Celebramos o grande trabalho feito por missionários que vieram para a Tanzânia através de Bagamoyo em 1868. Instalaram a Santa Cruz (em Bagamoyo), um símbolo de redenção da escravidão, um símbolo de fé para nós", afirmou Dom [[Josaphat Louis Lebulu]], arcebispo emérito de Arusha.<ref>{{citar web| URL=https://www.vaticannews.va/pt/africa/news/2018-11/tanzania-celebra-150-anos-de-fe-catolica.html| título=Tanzânia celebra jubileu dos 150 anos de fé católica| autor=| data=2018-11-05| publicado=[[Vatican News]]| acessodata=2020-04-29}}</ref> |
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== Organização territorial == |
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{{Principal|Circunscrições eclesiásticas católicas da Tanzânia}} |
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[[Ficheiro:Stone Town, St. Joseph Cathedral.jpg|thumb|250px|[[Catedral de São José (Stone Town)|Catedral de Zanzibar]].]] |
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O catolicismo está presente no país com sete arquidioceses e 27 dioceses, todas listadas abaixo:<ref name="Dioceses" /><ref name="CH">{{citar web| URL= http://www.catholic-hierarchy.org/country/dtz2.html| título=Catholic Dioceses in Tanzania| autor=| data=| publicado=[[Catholic-Hierarchy]]| acessodata=2020-04-28}}</ref> |
O catolicismo está presente no país com sete arquidioceses e 27 dioceses, todas listadas abaixo:<ref name="Dioceses" /><ref name="CH">{{citar web| URL= http://www.catholic-hierarchy.org/country/dtz2.html| título=Catholic Dioceses in Tanzania| autor=| data=| publicado=[[Catholic-Hierarchy]]| acessodata=2020-04-28}}</ref> |
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Revisão das 03h12min de 30 de abril de 2020
![]() Tanzânia | |
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Catedral de São José, em Dar es Salaam, na Tanzânia. | |
Santo padroeiro | Imaculada Conceição[1] |
Ano | 2010[2] |
População total | 44.840.000 |
Cristãos | 27.540.000 (61,4%) |
Católicos | 14.080.000 (31,4%) |
Paróquias | 1.133[3] |
Presbíteros | 2.754[3] |
Seminaristas | 1.117[3] |
Diáconos permanentes | 1[3] |
Religiosos | 2.371[3] |
Religiosas | 10.216[3] |
Presidente da Conferência Episcopal | Gervas John Mwasikwabhila Nyaisonga[4] |
Núncio apostólico | Marek Solczyński[5] |
Códice | TZ |
A Igreja Católica na Tanzânia é parte da Igreja Católica universal, em comunhão com a liderança espiritual do Papa, em Roma, e da Santa Sé.[6] Ainda que não seja um país que costuma aparecer nas listas de perseguição aos cristãos, há tensões com os muçulmanos.[7] A Tanzânia é marcada por uma política de expansão agressiva do islã fundamentalista, promovida por países produtores de petróleo. As áreas costeiras, o norte da parte continental e a ilha de Zanzibar já são majoritariamente muçulmanos.[8] O relatório de 2020 da Missão Portas Abertas registrou aumento nos ataques a igrejas e cristãos, em relação ao publicado em 2019. Essa realidade ocorre em todas as comunidades cristãs tanzanianas. Em áreas dominadas pelo islã, os ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo são os mais afetados. A ameaça de grupos islâmicos violentos na ilha de Zanzibar vem diminuindo, mas a pressão no continente em áreas onde os muçulmanos são dominantes não. Nos últimos tempos, o governo começou a pressionar as igrejas.[7]
História
Os padres agostinianos que acompanharam Vasco da Gama desembarcaram em Zanzibar em 1499. A ilha permaneceu sob o domínio português até os árabes tomarem o controle e expulsar todos os padres em 1698. A atividade missionária católica cessou a partir deste ano até 1860, quando chegaram três padres e seis irmãs. Zanzibar desempenhou um papel importante no início da Igreja na África Oriental, porque os primeiros missionários da Tanganica e Quênia iniciaram seus trabalhos vindos de lá. Os padres espiritanos, que chegaram à ilha em 1863, formaram a primeira missão católica na Tanzânia cinco anos depois e foram confiados à região em 1872.[9]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/01/First_Roman_Church_in_East_Africa_built_by_Slaves_during_colonial_era.jpg/250px-First_Roman_Church_in_East_Africa_built_by_Slaves_during_colonial_era.jpg)
As ilhas pertenciam ao Vicariato Apostólico de Zanzibar, erigido em 1906, e depois à Diocese de Mombaça e Zanzibar, criada em 1955, cujo bispo residia em Mombaça, no Quênia. Em 1953, a hierarquia da Tanzânia foi estabelecida com duas sés metropolitanas.[9] No dia 3 de março de 1960, o Papa São João XXIII nomeou o primeiro cardeal negro da história da Igreja, o tanzaniano Laurean Rugambwa.[10] Em 1965, o arcebispo de Dar es Salaam foi nomeado administrador apostólico de Zanzibar e Pemba, onde as Irmãs do Preciosíssimo Sangue se encarregavam de uma casa de propriedade do governo para idosos, tuberculosos e leprosos, e administravam uma escola em Zanzibar para crianças de todas as idades e crenças. [9]
A constituição de 25 de abril de 1977 (revisada em outubro de 1984) respeitava a liberdade religiosa e estabeleceu a Tanzânia como um estado secular. O governo concedeu à Igreja isenção de impostos, mas desencorajou o proselitismo quando ofensivo a outras religiões. Enquanto uma Igreja Católica ativa e vital trabalhava para manter relações amistosas com líderes muçulmanos no continente e nas ilhas, um aumento no fundamentalismo islâmico e a imposição da lei islâmica em certas regiões causaram tensões crescentes entre as duas religiões.[9]
Atualmente
O crescimento do islamismo é o maior desafio para a Igreja Católica tanzaniana. Cristãos que não têm um templo próprio, são desprezados e subvalorizados. A superstição também é muito disseminada, e muitos ainda creem em feitiçaria; deficiências são vistas como maldições ou penalizações por uma má ação e albinos são perseguidos, excluídos e mortos para fabricar "curas mágicas" a partir de seus corpos. A Igreja ainda tem grandes dificuldades para combater tais práticas.[8]
Em 2000, havia 769 paróquias atendidas por 1.379 padres diocesanos e 714 padres religiosos. Outros religiosos incluíam aproximadamente 610 irmãos e 6.700 irmãs, muitos dos quais operavam as nove escolas primárias e 172 secundárias da Igreja e cuidavam das grandes populações de refugiados ao norte do país.[9] A Igreja Católica também cuida de muitas universidades na Tanzânia. O governo obriga a Igreja Católica e outras igrejas cristãs a apresentar-se no Ministério do Interior com uma carta de acreditação da hierarquia. São feriados nacionais algumas festividades católicas: Sexta-feira Santa, Segunda-feira de Páscoa e Natal.[6]
Em abril de 2000, uma igreja foi queimada em Zanzibar (predominantemente muçulmana), a segunda tentativa nessa propriedade em três anos. No mesmo ano, Zanzibar, ainda permanecia quase totalmente muçulmana, enquanto no continente as influências muçulmanas eram minoritárias e permaneciam nas regiões do norte.[9] De uma forma geral, a Tanzânia tem vivenciado o medo do aumento da ação terrorista muçulmano.[6]
Em 5 de maio de 2013 um homem jogou um bomba em uma igreja de Arusha por cima do muro que rodeava a propriedade. Com a explosão pelo menos uma pessoa morreu e outras 60 ficaram feridas.[11] No dia 2 de maio de 2015, uma igreja católica foi incendiada no noroeste da Tanzânia, na cidade de Nyarwele, região de Kagera, próximo às fronteiras com Uganda, Burundi e Ruanda. As chamas destruíram os documentos da paróquia, cadeiras, bancos, livros litúrgicos e um gerador. Foi a terceira igreja incendiada na região desde o início daquele ano, sendo as outras duas igrejas protestantes. Em setembro do mesmo ano, também em Kagera, foi incendiada uma igreja em Kitundu.[12]
Em 4 de dezembro de 2018, o país celebrou o jubileu de 150 anos de sua evangelização na presença de milhares de fiéis, do presidente, John Magufuli, do núncio apostólico da Tanzânia, arcebispo de Nairóbi, cardeal John Njue, e outros dignitários. O local escolhido para as celebrações do jubileu foi Bagamoyo, porque foi antes um antigo ponto de comércio escravagista, que incluía torturas e exportação. A chegada dos missionários transformou a realidade do local. "Celebramos o grande trabalho feito por missionários que vieram para a Tanzânia através de Bagamoyo em 1868. Instalaram a Santa Cruz (em Bagamoyo), um símbolo de redenção da escravidão, um símbolo de fé para nós", afirmou Dom Josaphat Louis Lebulu, arcebispo emérito de Arusha.[13]
Organização territorial
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/81/Stone_Town%2C_St._Joseph_Cathedral.jpg/250px-Stone_Town%2C_St._Joseph_Cathedral.jpg)
O catolicismo está presente no país com sete arquidioceses e 27 dioceses, todas listadas abaixo:[3][14]
Conferência Episcopal
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
A reunião dos bispos do país forma a Conferência Episcopal da Tanzânia, que foi criada em 1969.[4]
Nunciatura Apostólica
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
A Nunciatura Apostólica da Tanzânia foi criada em 1968.[5]
Visitas papais
O país foi visitado pelo Papa São João Paulo II entre os dias 1º e 5 de setembro de 1990, juntamente com Burundi, Ruanda e Costa do Marfim.[15][16] Na cerimônia de abertura da visita do Pontífice, na Catedral de São José, em Dar es Salaam, ele afirmou sobre a Igreja Católica tanzaniana:[17]
“ | Vocês, que são os filhos espirituais dos missionários, experimentaram a alegria de assistir a uma Igreja vibrante e jovem que surge de seus sacrifícios. É uma Igreja que testemunha a Boa Nova da salvação em meio às alegrias e realizações do povo tanzaniano, assim como suas dores e provações, suas dificuldades e dúvidas. Como membros de uma Igreja peregrina, vocês avançam com a convicção de que "a fé lança uma nova luz em todas as coisas e torna conhecida o ideal completo que Deus estabeleceu para o homem" (Gaudium et Spes, 11). Embora esse ideal seja plenamente realizado apenas na eternidade, ele os inspira a enfrentar os problemas e desafios humanos aqui e agora como os discípulos de Cristo devem: na impressionante imagem de São Paulo", com a verdade presa à cintura e a integridade de um peitoral" , usando sapatos nos pés, a ânsia de espalhar o evangelho da paz, e sempre carregando o escudo da fé (Ef 6, 14-16). | ” |
— Papa São João Paulo II na cerimônia de abertura de sua visita à Tanzânia[17].
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Referências
- ↑ «Tanzania». GCatholic. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ «Tanzania». Pew Forum. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b c d e f g «Catholic Dioceses in Tanzania». GCatholic. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b «Tanzania Episcopal Conference». GCatholic. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b «Apostolic Nunciature - Tanzania». GCatholic. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b c «Tanzânia». Fundação ACN. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b «Países em observação». Portas Abertas. Consultado em 29 de abril de 2020
- ↑ a b «Tanzânia em 2018». Fundação ACN. Consultado em 30 de abril de 2020
- ↑ a b c d e f «TANZANIA, THE CATHOLIC CHURCH IN». Encyclopedia.com. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ «1960: Vaticano nomeia primeiro cardeal negro». Deutsche Welle. Consultado em 29 de abril de 2020
- ↑ «Explosão em igreja católica da Tanzânia deixa um morto e mais de 60 feridos». G1. 6 de maio de 2013. Consultado em 29 de abril de 2020
- ↑ «ÁFRICA/TANZÂNIA - Igreja católica incendiada: terceiro lugar de culto cristão incendiado desde o início do ano». Agência Fides. 9 de maio de 2016. Consultado em 29 de abril de 2020
- ↑ «Tanzânia celebra jubileu dos 150 anos de fé católica». Vatican News. 5 de novembro de 2018. Consultado em 29 de abril de 2020
- ↑ «Catholic Dioceses in Tanzania». Catholic-Hierarchy. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ «Special Celebrations in a.d. 1990». GCatholic. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ «Viagem Apostólica à Tanzânia, Burundi, Ruanda e Costa do Marfim». Vatican.va. Consultado em 28 de abril de 2020
- ↑ a b Papa São João Paulo II (1 de setembro de 1990). «ADDRESS OF HIS HOLINESS JOHN PAUL II TO THE FAITHFUL OF TANZANIA». Vatican.va. Consultado em 28 de abril de 2020