Abdon Milanez
Abdon Felinto Milanez Jr. | |
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Informação geral | |
Nascimento | 10 de agosto de 1858[1] |
Origem | Areia, Paraíba[1] |
País | Brasil |
Morte | 1 de abril de 1927 (68 anos)[1] |
Instrumento(s) | Piano |
Outras ocupações | Compositor erudito |
Abdon Felinto Milanez Jr. (Areia, 10 de agosto de 1858 — Rio de Janeiro, 1 de abril de 1927) foi um engenheiro civil, músico erudito, compositor e administrador brasileiro.[2] Foi diretor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro,[1] além de ter sido membro efetivo da Comissão de Propaganda e Expansão Econômica do Brasil na Europa.[3] Como músico, entre várias composições, foi o criador da letra do Hino da Paraíba.[4][5]
Filho do político Abdon Milanez e da dona Gracinda de Brito Cotegipe Milanez,[6][7] sua família tem ascendência portuguesa e italiana.[8] Abdon foi agraciado com várias honras ao longo de sua carreira, entre elas «Oficial da Ordem da Coroa», pelo rei Alberto I da Bélgica, e «Cavalheiro da Ordem do Mérito», na Itália.[4]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Engenharia e administração
[editar | editar código-fonte]Abdon Milanez cursou engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro e se formou em 1880,[2] tendo logo ido trabalhar na Companhia Estrada de Ferro Conde D’Eu e na Estrada de Ferro Pedro II, ambas em 1881. Exerceu cargos também na construção do Corcovado, em 1882, e na Comissão Fiscal dos Carris Urbanos, em 1883, assim como na Inspetoria das Terras e Colonização, em 1888. Como responsável técnico, trabalhou no Serviço de Povoamento do Solo em 1907.[3]
Politicamente, foi membro da Comissão de Propaganda e Expansão Econômica do Brasil na Europa, e percorreu vários países, tendo vivido em Genebra, Suíça.[3][9] Como administrador, foi diretor da então Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro (gestão de 1916–1923),[1] assim como diretor do lazareto da Ilha Grande, no estado do Rio de Janeiro, cargo este que exerceu por poucos meses.[10]
Música
[editar | editar código-fonte]Paralelamente às outras carreiras, Abdon Milanez foi compositor, pianista, teatrólogo, tendo iniciado sua carreira artística como compositor teatral. Escrevia operetas e revistas representadas com sucesso em teatros como Sant'Ana, Lucinda, Apolo, Fênix, entre outros.[2] Sua primeira obra, a opereta Donzela Teodora, com libreto de Arthur Azevedo, estreou em março de 1886 no Teatro Sant'Ana. Musicou ainda as peças A loteria do amor, de Coelho Neto, O bico do papagaio, de Eduardo Garrido, e A chave do inferno, de Castro Lopes, todas com muito sucesso.[2] Embora não possuísse formação tradicional como compositor e tenha se iniciado no piano tardiamente, em sua fase de estudante, compôs polcas e valsas, publicadas pela Casa Bevilacqua.[2][1]
Escreveu a ópera Primizie, em um ato, com libreto de Heitor Malagutti, que estreou em 1904, no Rio de Janeiro, tendo sido novamente encenada em 1921, no Teatro Municipal carioca.[2] Compôs ainda o Hino da abolição, a Marcha da imprensa, para orquestra e coros, e ainda músicas sacras-missas, te-déums e ladainhas, que eram geralmente executadas na igreja da Cruz dos Militares.
Em 1916, substituiu o compositor Alberto Nepomuceno na direção da Conservatório de Música do Rio de Janeiro, cargo que exerceu até aposentar-se em 1922.[2] Em sua gestão, foi terminada a construção do prédio da Rua do Passeio, tendo sido inaugurado em 1922 o Salão Leopoldo Miguez, uma das mais importantes salas de concertos do país, conhecida pela excelência de sua acústica. Inspirado na Sala Gaveau de Paris, seu interior é decorado com afrescos de Antônio Parreiras e Carlos Oswald. Em 1923, assumiu a direção o Prof. Alfredo Fertin de Vasconcelos, que criou a orquestra do Instituto, cujo principal regente em seus primeiros anos foi o Maestro Francisco Braga.
Além de partituras para operetas e revistas, compôs marchas, valsas, quadrilhas, lundus, entre outros gêneros populares. Em 1927, ano de sua morte, o barítono Roberto Vilmar gravou para a Odeon seu tango canção Ai!.
Entre suas composições, destacam-se:[2] A chave do inferno, A loteria do amor, A princesa flor, Ai!, Comeu!, Donzela Teodora, Herói à força, Hino da abolição, Hino do Estado da Paraíba (música), Marcha da imprensa, Mosca azul, O bico do papagaio, Primizie, Zé-povinho, entre outras.
Referências
- ↑ a b c d e f Adm. do portal (2010). «Galeria de ex-diretores». Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultado em 17 de junho de 2013
- ↑ a b c d e f g h Adm. do portal (2005). «Perfil – Abdon Milanez». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 17 de junho de 2013
- ↑ a b c Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (2000). Revista do IHGP, volume 33. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Domingos de Azevedo Ribeiro (1979). Hino do Estado da Paraíba: oficial. [S.l.: s.n.] 123 páginas
- ↑ Adm. do portal (2007). «Hino da Paraíba». Portal do Corpo de Bombeiros da Paraíba. Consultado em 17 de junho de 2013
- ↑ LEWIN, Linda (2014). Politics and Parentela in Paraiba: A Case Study of Family-Based Oligarchy in Brazil. [S.l.]: Princeton University Press. 465 páginas. ISBN 9781400858286
- ↑ Domingos de Azevedo Ribeiro (1979). Hino do Estado da Paraíba: oficial. [S.l.]: Não identificada. 123 páginas
- ↑ «Enciclopédia Nordeste - Abdon Felinto Milanez» (php). O Nordeste. Consultado em 23 de junho de 2016
- ↑ Ministério da Agricultura (1912). Boletim do Ministério da Agricultura – volume 1, edição 2. [S.l.: s.n.]
- ↑ Carl Egbert Hansen Vieira de Mello (1987). Apontamentos para servir à história fluminense: Ilha Grande, Angra dos Reis. [S.l.]: Conselho Municipal de Cultura. 115 páginas