Acredite, um Espírito Baixou em Mim

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Acredite, um Espírito Baixou em Mim
Acredite, um Espírito Baixou em Mim
Pôster promocional do filme.
 Brasil
2006 •  cor •  94 min 
Gênero comédia
Direção Jorge Moreno
Produção Jorge Moreno
Produção executiva Jorge Moreno
Roteiro Rodrigo Campos
Baseado em Acredite, um Espírito Baixou em Mim, peça de Ronaldo Ciambroni
Elenco
Música Vander Lima
Cinematografia Markão
Figurino Ricardo Pereira
Edição
  • João Marinho
  • Cristiane Nery
  • Sílvia Pinheiro
Lançamento 24 de março de 2006
Idioma português

Acredite, um Espírito Baixou em Mim é um filme de comédia brasileiro de 2006 dirigido por Jorge Moreno e escrito por Rodrigo Campos, baseado na peça de teatro homônima de Ronaldo Ciambroni. O filme conta a história de um homem homossexual (Ílvio Amaral) inconformado com sua morte que decide fugir do céu e incorporar no corpo de um homem machista radical (Maurício Canguçu). Conta ainda com Marília Pêra, Arlete Salles, Suely Franco, Cláudia Mauro, Nany People e Bemvindo Sequeira no elenco.[1]

Enredo[editar | editar código-fonte]

O fantasma de um homem gay, Lolô (Ílvio Amaral), se recusa a seguir seu caminho natural para o céu e fica na Terra. Depois de conhecer o homem dos seus sonhos, Lolô decide se incorporar no corpo de Vicente (Maurício Canguçu), o melhor amigo desse cara. O único problema é que Vicente é heterossexual, e as mudanças repentinas em seu comportamento afetam seu relacionamento com sua namorada.[2]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Ator/Atriz Personagem
Ílvio Amaral Lourival (Lolô)
Maurício Canguçu Vicente
Marília Pêra D. Graça
Arlete Salles Yolanda
Cláudia Mauro Normanda
Nelson Freitas Lucas
Cássio Scapin Mensageiro
Nany People Andréa de Villon
Suely Franco Amanda
Bemvindo Sequeira Norberto
Ronaldo Ciambroni Brigitte Niemayer
Dinorah Marzullo Avó de Lolô
Gorete Milagres Escandalosa da Boite
Amora Pêra
Isabela Teixeira da Costa Alvarenga
Juliano Maia Borracheiro
César Mello Porteiro
Marino Ganguçu Lolô (criança)

Lançamento[editar | editar código-fonte]

O filme foi lançado diretamente nos cinemas em 24 de março de 2006.[1]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Análise da crítica[editar | editar código-fonte]

O crítico de cinema do website Cine Sequência expressou sua opinião sobre o filme, apontando algumas situações engraçadas, mas ressaltando a falta de qualidade do roteiro, o que tornou a experiência cansativa e repetitiva para o público do teatro.[3] O diretor Jorge Moreno foi responsabilizado pelo resultado desastroso, devido à sua falha em compreender as particularidades e restrições do vídeo digital e em aproveitá-las em benefício da obra. Embora seja comum explorar a variedade de cores do universo gay, como Pedro Almodóvar faz brilhantemente, no caso desse filme, o uso do arco-íris no vídeo digital foi inadequado, pois seria mais apropriado utilizar planos mais fechados e focar em detalhes.[3] O crítico citou a cena da mãe de Lolô (interpretada por Marília Pera), sentada em um quarto rosa com uma cama coberta por uma colcha de retalhos, que se transformou em um mosaico confuso na tela. Outra crítica feita foi o uso excessivo de movimentos de câmera, que nem sempre são eficazes em vídeo. Ambos os diretores pareciam obcecados em criar uma obra "cinematográfica", esquecendo-se de que a TV e o vídeo também fazem parte do campo audiovisual, e o cinema é conhecido pela técnica de corte. O crítico questionou por que não adotar uma linguagem mais adequada para a TV, especialmente se o orçamento era limitado e seguir a linguagem cinematográfica não seria satisfatório. Durante uma das cenas fascinantes do filme, no apartamento de Vicente (interpretado por Maurício Canguçu), o crítico observou a sombra do operador de câmera projetada na parede, considerando-o um trabalho vergonhoso por parte da direção, da direção de fotografia e da edição.[3]

Apesar da presença de atores conhecidos, como Marília Pêra, Arlete Salles e Cláudia Mauro, o crítico destacou a performance de Ílvio Amaral como Lolô. Ele elogiou o seu timing cômico e a capacidade de arrancar algumas risadas do público. Embora reconhecesse que o humor contemporâneo ao filme, em programas de TV, como Casseta e Planeta e Zorra Total, esteja excessivamente homofóbico, o crítico considerou que as piadas sobre gays no filme eram razoavelmente aceitáveis e não viam como ofensivas.[3] No entanto, ele observou que os atores conhecidos não se destacaram em suas atuações, com exceção de Arlete Salles, que foi menos ruim em comparação aos demais. O crítico acreditava que o roteiro de qualidade inferior prejudicou as performances e especulou que a direção pode ter orientado os atores a atuarem de forma teatral.[3]

Do ponto de vista técnico, o crítico concluiu que o filme não poderia ser considerado cinema, mas sim uma experiência audiovisual interessante em vídeo digital. Ele apontou que, em tempos de orçamentos reduzidos para produções cinematográficas ou quando recursos são inexplicavelmente destinados aos mesmos diretores considerados incompetentes, iniciativas como Acredite, um Espírito Baixou em Mim e Cama de Gato (disponível em DVD) são úteis para testar o potencial do meio. O crítico ressaltou que os documentaristas brasileiros já absorveram essa ideia, enquanto os cineastas de ficção ainda não entenderam que, mesmo com a qualidade inferior das imagens, se a obra tiver um conteúdo satisfatório, a qualidade visual acaba sendo negligenciada.[3]

Referências

  1. a b AdoroCinema, Acredite, um Espírito Baixou em Mim, consultado em 30 de maio de 2023 
  2. Silva, Paulo Henrique (19 de outubro de 2020). «Com 22 anos em cartaz, 'Acredite, um Espírito Baixou em Mim' ganha versão on-line». Hoje em Dia. Consultado em 30 de maio de 2023 
  3. a b c d e f «Acredite, Um Espírito Baixou em Mim». Cine Sequencia. 19 de abril de 2006. Consultado em 30 de maio de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]