Ampicilina
Ampicilina Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | (2S,5R,6R)-6-([(2R)-2-amino-2-phenylacetyl]amino) -3,3-dimethyl-7-oxo-4-thia-1-azabicyclo[3.2.0]heptane-2- carboxylic acid |
Identificadores | |
Número CAS | 69-52-3 sal de sódio | ,
PubChem | |
DrugBank | APRD00320 |
ChemSpider | |
Código ATC | J01 |
SMILES |
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InChI | 1/C16H19N3O4S/c1-16(2)11(15(22)23)
19-13(21)10(14(19)24-16)18-12(20) 9(17)8-6-4-3-5-7-8/h3-7,9-11,14H, 17H2,1-2H3,(H,18,20)(H,22,23)/t9-,10-,11+,14-/m1/s1 |
Propriedades | |
Fórmula molecular | C16H19N3O4S (Ampicilina) C16H18N3NaO4S (Sal de sódio) |
Ponto de fusão |
199–202 °C decompõe-se [1] |
Solubilidade em água | pouco solúvel [1] |
Farmacologia | |
Biodisponibilidade | 40% (oral) |
Via(s) de administração | Oral, intravenosa |
Metabolismo | 12 a 50% |
Meia-vida biológica | aprox 1 hora |
Ligação plasmática | 15 a 25% |
Excreção | 75 a 85% renal |
Riscos na gravidez e lactação |
A(AU) B (EUA) |
Riscos associados | |
Frases R | R36/37/38, R42/43 |
Frases S | S22, S26, S36/37 |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
A ampicilina é um antibiótico beta-lactâmico semi-sintético[2], obtido a partir do ácido 6-aminopenicilânico (6-APA), de elevado consumo na medicina. A rota atual de produção (ano de 2006), conhecida como "rota química", utiliza solventes altamente tóxicos e baixas temperaturas e, portanto, está restrita a países com exigências ambientais limitadas (como China e Índia). Outros países apenas importam a ampicilina como principio ativo para comercialização. Uma rota de produção por via enzimática está em pesquisa (utilizando a Penicilina G Acilase, PGA), conhecida como "rota verde", cujo objetivo é realizar a síntese em meio aquoso e em temperatura próxima a ambiente, permitindo que o composto seja produzido em outros países e com risco ambiental muito reduzido.
História
[editar | editar código-fonte]Sintetizada em 1987, por Batchelor e col. o qual tornou viável a obtenção do núcleo central das penicilinas através de um mecanismo fácil com elevado rendimento e pouco gasto.
Com o conhecimento adequado, os cientistas do laboratório Beecham, Inglaterra, iniciaram pesquisas sobre penicilinas semi-sintéticas que tivessem espectro de ação ampliado em relação à penicilina.
Foi a primeira penicilina semi-sintética que mostrou ação contra bacilos gram-negativos abrindo o campo de penicilinas de amplo espectro.
Comercializada na forma anidra, triidratada e sódica, bem como nas formas de depósito, isto é, ligada a benzatina ou à probenecida.
Esta apresentaçáo, embora tenham algumas diferenças físico-químicas e farmacológicas, não alteram o efeito do antibiótico em meio ácido (estômago) ou a inativação por beta-lactamases (junto com outros medicamentos).
Classificação
[editar | editar código-fonte]Classificada como uma aminopenicilina e difere estruturalmente da penicilina G somente pela presença de um grupo amino na posição alfa do carbono benzilico da cadeia lateral R ou seja uma pequena mudança na sua cadeia lateral.
Mecanismo de ação
[editar | editar código-fonte]O grupo amino ionizável confere amplo espectro de ação, devido à diminuição da hidrolise ácida catalisada. Ocorre assim, um decréscimo da reatividade do oxigênio da carbonila amídica frente à sua participação na abertura do anel beta-lactâmico para formação do ácido penicilâmico.
Baseado em informações do compêndio - Drug Infornmation, 1999 - Um tipo de bíblia dos medicamentos.
Por ser antibiótico bactericida, apresenta mecanismo e ação semelhante ao das outras penicilinas. Entretanto, a ampicilina tem maior afinidade a proteína fixadora da penicilina 3, que é responsável pela formação de septos no momento da divisão da célula bacteriana.
Dessa forma, age sobre o microorganismo sensível em um prazo médio de 6 a 120 minutos.
A resistência dos microorganismos às penicilinas limita sua ação. Os microorganismos tornam-se resistentes às penicilinas principalmente devido a ação de um ou mais dos seguintes mecanismos:
Inativação do antibiótico por beta-lactamases bacterianas, através do rompimento do anel beta-lactâmico do núcleo das penicilinas - Ação da bactéria ao romper o anel protetor do antibiótico;
Redução na permeabilidade da membrana externa e, conseqüentemente, uma menor capacidade do antibiótico atingir as proteínas ligantes apropriadas;
Alteração, diferenças estruturais nas proteínas ligantes à penicilina;
Esses dados foram compilados do livro Tolerância (Rang & Dale, 1995).
Quando lançada no início da década de 1960, a ampicilina mostrava-se ativa contra bactérias gram-positivas:
estreptococo beta-hemolítico, viridescente, enterococo, pneumococo, estafilococo não produtor de penicilase, listéria, clostrídios, bacilo diftérico Corynebacterium diphteriae - Ver Difteria
E várias bactérias gram-negativas :
menigococo gonococo, Haemophilus influenzae, Proteus mirabilis, Salmonela Shigela, Brucella, Pasteurella, Escherichia coli, Bordetella, inclusive os bacteróides e outros germes anaeróbicos.
Inicialmente não agia contra Kleesiella-Enterobacter e era inócua contra Proteus indol-positivos, Serratia, Pseudomonas, bem como requéstia, micoplasma e clamídias. Devido à inativação pela penicilase a ampicilina, desde logo, mostrou-se desprovida de ação sobre estafilococos e outros microorganismos que elaboram esta enzima.
Em conseqüência ao seu uso indiscriminado em todo o mundo, a resistência bacteriana a ampicilina desenvolveu-se de maneira constante e ascendente, sendo atualmente incerta a eficácia deste fármaco frente a determinadas infecções, principalmente as causadas por bacilos gram-negativos e estafilacocos hospitalares.
Absorvida por via oral e parenteral, com pequenas variações nas concentrações séricas obtidas após a administração oral da ampicilina anidra, triidratada e sódica tais as diferenças não apresentam vantagens terapêuticas significadas, para o efeito prático, considera-se semelhante à absorção oral das três apresentações, comprimido, cápsulas e pó.
Uma vez absorvida, a ampicilina distribui-se pelos tecidos e líquidos orgânicos, sendo encontrado níveis elevados no pulmão, fígado, rins, pele, tubo digestivo, bile, líquidos sinovial, peritonial e pleural. Sua concentração no cérebro, seios da face, músculos, coração, saliva, lágrimas e suor são menor que a do sangue, mas suficiente para ação terapêutica.
Atravessa a barreira placentária originando concentrações terapêuticas no feto e líquido amniótico. Também atravessa a barreira hematoencefálica em pacientes com meningoencefalite.
É normalmente eliminada pela bílis e pela urina.
Indicações
[editar | editar código-fonte]Indicada para: meningites meningogógicas, febre paratifoide, faringite bacteriana, gonorreia, pneumonia por Haemaphilus influenzae, pneumonia por Proteus mirabilis, septicemia bacteriana, infecções de pele e tecidos moles produzidos por enterococos, Escherichia coli, Shigella e Salmonella.
Apesar de na atualidade existir uma crescente resistência à ampicilina entre tais microorganismos.
Recomenda-se fazer testes bacteriológicos para a determinação dos microorganismos causadores do processo infeccioso, assim como a sensibilidade destes à ampicilina, antes da ingestão de qualquer medicação antimicrobiana, sempre que a situação permitir.
Contra-indicações
[editar | editar código-fonte]A Ampicilina está desaconselhada a pacientes alérgicos a este antibiótico ou a antibióticos do tipo penicilina. Este medicamento pode estar desaconselhado a mulheres grávidas ou a amamentar e a pessoas com doença hepática ou renal grave.
Reações adversas
[editar | editar código-fonte]Notas
- ↑ a b The Merck Index: An Encyclopedia of Chemicals, Drugs, and Biologicals, 14. Auflage (Merck & Co., Inc.), Whitehouse Station, NJ, USA, 2006; ISBN 978-0-911910-00-1.
- ↑ Nicholl 2002
Referências
[editar | editar código-fonte]- NICHOLL, Desmond S.T. An Introduction to Genetic Engineering. 2nd Ed. Cambridge University Press, 2002. ISBN 0-521-00471-3