Antiga Fábrica São Brás

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fábrica São Brás
Antiga Fábrica São Brás
Ruínas da fábrica
Fábrica têxtil
Fundação 1875
Fundador(es) Almeida Brandão
Destino Encerrada
Encerramento 1967
Sede Salvador, BA,  Brasil
Proprietário(s) Família Catharino
Produtos Tecidos, vestimentas e roupas de cama e banho.
Sucessora(s) FATBRAZ

A Antiga Fábrica São Brás foi uma fábrica têxtil fundada em 1875, na cidade de Salvador, no estado brasileiro da Bahia. Atualmente a fábrica está desativada e sua edificação encontra-se em ruínas. As ruínas são um patrimônio histórico estadual, tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), na data de 5 de novembro de 2002, sob o processo de nº 003/1997.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

A Fábrica São Brás foi fundada em 1875, pelos irmãos portugueses Manoel Francisco de Almeida Brandão e Antônio Francisco Brandão Junior. A fabrica produzia pano branco e tinto trançados de diversas qualidades e riscados. Em 1882, já de propriedade de Antônio Francisco Brandão e Cia., a fábrica possuía 110 operários, entre homens, mulheres e crianças e funcionava com máquinas à vapor. Em 1886 passou por reformas e adquiriu novas máquinas e passou a produzir brim, peças de vestuários e roupas de cama e banho.[3]

Em 1891 a Fábrica São Brás foi incorporada à Companhia Progresso Industrial da Bahia, juntamente com a Fábrica Bonfim e Fazenda Cabrito. No ano de 1893, a fábrica possuía 340 operários, 151 teares e 5.920 fusos. Em 1893, houve um incêndio na fábrica e precisou funcionar parcialmente, com as máquinas que restaram. No ano de 1897, volta a funcionar totalmente, com 250 teares novos e mais aperfeiçoados. A partir do ano de 1907, a Fábrica São Brás passa por ampliações e melhorias, tornando-se a maior fábrica do grupo da Companhia Progresso Industrial da Bahia.[3]

No ano de 1935, a Fábrica São Brás passa a utilizar energia elétrica fornecida pela Companhia de Energia Elétrica da Bahia. A deficiência no fornecimento de energia elétrica, que prejudicava o andamento da fábrica, fez com que o presidente da Companhia Progresso Industrial da Bahia, Bernardo Martins Catharino, instalasse uma usina elétrica independente da Companhia de Energia Elétrica da Bahia. No dia 4 de outubro de 1942, foi inaugurada a Usina de energia da Fábrica São Brás, com o objetivo de abastecer não só a Fábrica São Brás, como todas as fábricas do grupo da Companhia Progresso.[3]

Em 1944, com a morte do Bernardo Martins Catharino, seus herdeiros se tornam os administradores da Companhia Progresso Industrial da Bahia. Com o maquinário e o sistema de produção obsoletos e o alto custo para a modernização, os herdeiros decidem fechar todas as fábricas da Companhia Progresso e em 1959, as atividades da Fábrica São Brás são encerradas.[3]

No ano de 1961, a Fábrica São Brás reabre com nova maquinaria e com o número de funcionários reduzidos, mas não atinge os objetivos desejados e em 1967 é vendida para a Fábrica de Tecidos Fátima e passa a se chamar FATBRAZ e um ano depois a FATBRAZ é fechada.[3]

A edificação da Fábrica São Brás foi incorporada a FAGIP e passou a abrigar uma secção de produção da matriz até o início da década de 1990. Em 1992, um dos prédios da fábrica foi vendido a um particular e em 1996 um outro edifício foi vendido à Companhia Empório de Armazéns Gerais Alfandegários com o objetivo de construir um porto, mas não ocorreu a construção e a edificação começou a passar por um processo de ruina.[3]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

A edificação da fábrica ocupava uma área de 39.399.032 m², e possuía arquitetura neoclássica. A fachada principal foi ornada com florões, palmetas e caneluras em alvenaria e estuque, foi construída platibanda com frisos, cornijas e molduras das janelas ornadas com elementos denteados. O pavilhão central, foi construído com dois pavimentos. Os pavilhões que ficavam as máquinas, possuía cobertura com telhas francesas e o pavilhão das caldeiras foi construído com pé direito equivalente a dois pavimentos.[2][3]

Atualmente em ruínas, a edificação remanescente apresenta a fachada principal e muros perimetrais.[2]

Referências

  1. «Salvador - Antiga Fábrica São Brás». Ipatrimonio. Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Consultado em 29 de julho de 2021 
  2. a b c Castore, M. Elena. O reuso do patrimônio industrial. O caso da antiga Fábrica São Braz em Plataforma, Salvador. Portal IPHAN. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
  3. a b c d e f g Castore, Maria Elena. (2013). A fábrica e o bairro: um estudo sobre a paisagem industrial no bairro de Plataforma em Salvador. Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal da Bahia (UFBA)