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Armando Cortesão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Armando Cortesão
Nascimento 30 de janeiro de 1891
São João do Campo
Morte 29 de novembro de 1977 (86 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal
Irmão(ã)(s) Jaime Cortesão
Ocupação atleta, historiador, cartógrafo
Prêmios
  • Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo
  • Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada

Armando Frederico Zuzarte Cortesão GOCGCSEGCIH (São João do Campo, Coimbra, 1891Lisboa, 29 de Novembro de 1977) foi um engenheiro agrónomo, administrador colonial e historiador português.

Biografia

Representou Portugal nos Jogos Olímpicos de 1912, nas provas de 400 e 800 metros de atletismo.

Diplomou-se em Agronomia na Escola Superior de Agronomia, de Lisboa, em 1913. Viveu em seguida nos Estados Unidos, estudando as Antilhas, tendo publicado em 1915 um relatório do resultado da sua pesquisa. De 1916 a 1920 dirigiu o Departamento de Agricultura de São Tomé e Príncipe, tendo, parte do tempo, colaborado na missão geodésica levada a cabo em São Tomé pelo almirante Gago Coutinho. Foi depois chefe da repartição de Agricultura do Ministério das Colónias até 1925 e responsável pela Agência Geral das Colónias desde essa altura até 1932, tendo-se então incompatibilizado com o governo de Salazar. Passou os vinte anos seguintes no exílio, sobretudo em Inglaterra e na França.

O seu primeiro artigo de História foi publicado em 1926,[1] e a 19 de Abril de 1930 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo,[2] mas só se empenhou na historiografia a partir de meados da década de 1930, já no exílio,[3] tendo percorrido as biblioteca dos países onde então viveu à procura de mapas portugueses dos séculos XV e XVI. De 1941 a 1944 operou baterias antiaéreas em Londres. Depois da Segunda Guerra Mundial foi para Paris trabalhar na Unesco, onde promoveu ativamente a história das ciências e das tecnologias bem como a compreensão destas como parte integrante do fenómeno cultural. Em 1947, foi delegado da Unesco ao V Congresso Internacional de História das Ciências, realizado em Lausanne, Suíça. Regressou a Portugal em 1952, tendo-se tornado professor de Estudos em Cartografia Antiga, em Coimbra. Em 19601962 publicou, juntamente com o Comandante Teixeira da Mota, a Portugaliae Monumenta Cartographica, em seis volumes, tendo sido agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a 19 de Julho de 1961.[2] Faleceu quando estava a escrever o terceiro volume da História da Cartografia Portuguesa. Apenas a 3 de Julho de 1987 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a título póstumo.[2]

Encontra-se colaboração da sua autoria na Gazeta das colónias [4] (1924-1926)

Recebeu o Doutoramento Honoris Causa da Universidade de Coimbra em 1961.

Referências

  1. Sobre a toponímia antiga da África Ocidental.
  2. a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Armando Zuzarte Cortesão". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de março de 2016 
  3. Curiosamente, seguiu assim a trajectória do seu irmão mais velho, Jaime Cortesão, que também começou por se licenciar noutra área e a dedicar-se à História no exílio.
  4. Pedro Mesquita (12 de Junho de 2014). «Ficha histórica: Gazeta das colonias : semanario de propaganda e defesa das colonias (1924-1926)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de Outubro de 2014 

Obras publicadas

  • Cartografia e cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI, Seara Nova, 1935
  • The Suma Oriental of Tomé Pires: an account of the east, from the Red Sea to Japan, written in Malacca and India in 1512–1515/The Book of Francisco Rodrigues rutter of a voyage in the Red Sea, nautical rules, almanack and maps, written and drawn in the east before 1515, The Hakluyt Society, 1944
  • Portugaliæ Monumenta Cartographica (em co-autoria com o Comandante Teixeira da Mota), Comissão para as Comemorações do V Centenário da Morte do infante D. Henrique, 1960–1962
  • O mistério de Vasco da Gama, Junta de Investigações do Ultramar, 1973.
  • História da cartografia portuguesa (em co-autoria com Luís de Albuquerque), Junta de Investigações do Ultramar, 1969–1970
  • Esparsos (3 vols.), Universidade de Coimbra, 1974–1975.

Bibliografia

  • A. Teixeira da Mota, Armando Cortesão (1891–1977), Imago Mundi 30, (1978), pp. 92–95
  • Armando Cortesão, The Geographical Journal 144 No. 3, (1978), p. 534
  • História de Portugal — Dicionário de Personalidades, Saraiva, J. Hermano (coord.), QuidNovi, 2004

Notas