Batalha de Mombaça (1505)

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Batalha de Mombaça (1505)
Data 15 Agosto 1505
Local Mombaça
Desfecho
  • Vitória Portuguesa
Beligerantes
Império Português Sultanato de Mombaça
Comandantes
D. Francisco de Almeida Sultão de Mombaça
Forças
13 navios Desconhecido
Baixas
2 mortos Desconhecido


A Batalha de Mombaça de 1505 foi um confronto militar entre as forças portuguesas sob o comando do primeiro vice-rei da Índia Francisco de Almeida e o Sultanato de Mombaça. Os portugueses levaram a cabo um desembarque anfíbio e saquearam a cidade.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 1505, o rei D. Manuel I nomeou D. Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia. Foi-lhe incumbido, entre outras coisas, estabelecer uma série de fortalezas na costa oriental africana, nomeadamente em Sofala e Quíloa, libertar o comércio português da oposição.[1] Melinde era o principal aliado de Portugal na região desde que Vasco da Gama visitou a cidade e era rival de Mombaça, hostil também aos portugueses. Depois de ter subjugado Quíloa e deixado um forte com guarnição na cidade, a frota de D. Francisco zarpou para Mombaça.[2]

A batalha[editar | editar código-fonte]

Os portugueses chegaram ao porto da cidade a 13 de Agosto de 1505.[2] Protegia o porto um pequeno forte ou baluarte, e armado com oito canhões, ligado à cidade por uma baixa muralha.[3] O forte abriu fogo contra o primeiro navio português que entrou no porto para sondá-lo, o São Rafael, capitaneado por Gonçalo de Paiva.[4] Depois de ser sido silenciado pelo fogo da frota, a guarnição do forte fugiu para a cidade.[3][5]

No dia seguinte à tarde, os portugueses subiram o rio até à cidade, de onde foram alvejados com armas de fogo, arcos e pedras, mas submeteram a cidade a um bombardeamento naval.[3] D. Francisco enviou uma mensagem ao sultão mas este respondeu com provocações insolentes.[5] D. Francisco encontrou-se com um espanhol que residia por então em Mombaça, artilheiro de profissão que se tinha convertido ao Islão, e disse aos portugueses que "Mombaça não era como Quíloa: não encontrariam aqui gente com corações que pudessem ser comidos como galinhas, como haviam feito em Quíloa, mas que se estivessem ansiosos por desembarcar, as pessoas estavam prontas para comê-los ao jantar."[4]

Desembarcaram os portugueses no dia seguinte, divididos em dois esquadrões e invadiram a cidade.[2] Apesar da forte resistência e das ruas muito estreitas, os portugueses capturaram a cidade e o sultão fugiu com muitos de seus habitantes para um bosque próximo.[3]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Os portugueses capturaram valioso espólio.[3] Todas as embarcações encontradas no porto foram queimadas.[5] A cidade foi então incendiada.[5] Nesta batalha destacou-se o filho único de D. Francisco de Almeida, D.Lourenço de Almeida.[1] Seria mais tarde neste ano o primeiro português a entrar em contacto com o Ceilão.[1] Os portugueses partiram então de Mombaça para Melinde, cujo sultão ficou muito satisfeito por saber do que sucedera à cidade rival.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Richard Henry Major (1877): The Discoveries of Prince Henry the Navigator, and Their Results, London, p. 265.
  2. a b c Albericus Vespuccius: The Voyage from Lisbon to India, 1505-6, London, B. F. Stevens, 1894, XIX.
  3. a b c d e Albericus Vespuccius: The Voyage from Lisbon to India, 1505-6, Londres, B. F. Stevens, 1894, pp. 26-29
  4. a b Modern History Sourcebook: Hans Mayr: The Voyage and Acts of Dom Francisco, 1505- in Internet History Sourcebooks: Modern History at fordham.edu
  5. a b c d Frederick Charles Danvers: The Portuguese in India, volume I, W. H. Allen & Co. Limited, London, 1894, p. 119.
  6. Vespuccius, 1894, p. 30.