Benedito Gonçalves Xavier

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Benedito Gonçalves Xavier

Benedito Gonçalves Xavier (Casa Branca, 20 de fevereiro de 1921 - Ouro Preto, 24 de maio de 1983) foi um político brasileiro do estado de Minas Gerais. Foi deputado estadual de Minas Gerais (5ª legislatura - 1963 a 1967).[1]

Foi também três vezes prefeito de Ouro Preto, entre as décadas de 60 e 80, tendo falecido durante o seu terceiro mandato, no ano de 1983.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Benedito Gonçalves Xavier nasceu na Fazenda Bandeirinhas, no distrito de Casa Branca, Ouro Preto, em 20 de fevereiro de 1921. Era o primogênito de 11 irmãos, filhos do casal Ramiro Gonçalves da Silva e Biandina Ferreira Xavier.[3]

Em 1951 formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Medicina de Minas Gerais. Clinicou inicialmente em Itabirito, no Hospital São Vicente de Paula. Retornou a Ouro Preto em 1953, tendo fundado um posto de saúde estadual em Cachoeira do Campo.[3] Era o chefe do Serviço de Assistência Médica de Urgência (SAMDU).[4]

Sua filha, Marisa Maria Xavier Sans, foi a primeira prefeita de Ouro Preto, em 2001, pelo PDT.[5] Seu sobrinho Paulo Marcos Xavier da Silva, foi secretário municipal da saúde, na gestão do prefeito Angelo Oswaldo.[6]

Política[editar | editar código-fonte]

Concorreu a prefeitura de Ouro Preto, pela primeira vez, em 1954, pelo PTB. Não conseguiu ser eleito. Na eleição seguinte, em 1958, assumiu o executivo municípal, em uma chapa com Jair Pena, da UDN. Após o pleito, porém, o PSD e a UDN se uniram como oposição, aquele partido com a maior bancada e com o presidente da câmara, José Feliciano Rodrigues. Gonçalves Xavier foi obrigado a governar com forte oposição do legislativa. Vale lembrar da grande bipolarização política no Brasil daquele momento.[4]

Era o historicamente de esquerda, sendo, inclusive, presidente do Movimento Nacionalista de Ouro Preto, de inspiração nacional-desenvolvimentista, e estando ligados a ações do PCB. Por suas inspirações políticas, chegou a ocorrer uma tentativa, mal sucedida, de impeachment na Cãmara de Vereadores de Ouro Preto.[4]

Retornou a prefeitura em 1971, para um mandato de dois anos. Seu último cargo público foi em 1982, novamente como prefeito de Ouro Preto. Faleceu no cargo, em 1983.[3] Assumiu em seu lugar o vice-prefeito da cidade, José Leandro Filho.[7]

Patrimônio histórico[editar | editar código-fonte]

Em sua gestão contribuiu profundamente para a defesa do patrimônio histórico de Ouro Preto. Oficializou o “Plano Viana Lima” como plano diretor ouro-pretano. No repasse dos recursos deveriam ter prioridade as iniciativas de planificação que envolvessem áreas que contivessem objetos de valor histórico, artístico, arqueológico e natural. Também foi criado o Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Municipal, elevando institucionalmente o antigo diretório existente.[8]

É nesse contexto, o aproveitamento econômico do patrimônio histórico da cidade para o turismo cultural. Nas gestões posteriores, essa mesma ideologia política foi seguida. E a partir de 1966 começaram a ocorrer ações cooperativas entre DPHAN e a UNESCO, que, em 1980, tombaria Ouro Preto como Patrimônio Mundial.[8]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

A rodovia que interliga Cachoeira do Campo a Conselheiro Lafaiete recebeu o nome de Rodovia Prefeito Benedito Gonçalves Xavier.[9] Em Ouro Preto há uma rua em Amarantina, uma escola no Glaura e uma praça no bairro Bauxita.[10][11][12]

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Composição da Assembleia Mineira - 5ª Legislatura - acessado em 25 de julho de 2010
  2. OPTC - acessado em 25 de julho de 2010
  3. a b c «História - Secretaria municipal de Educação - Ouro Preto». www.educacao.ouropreto.mg.gov.br. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  4. a b c Histórias de Repressão e Luta na UFOP, Ouro Preto e Região | Editora UFOP. [S.l.: s.n.] 20 de dezembro de 2018 
  5. «Poder360 | MARISA». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  6. «Prefeitura de Ouro Preto-MG apresenta novo secretário municipal de saúde; veja vídeo». Jornal Voz Ativa. 10 de março de 2020. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  7. Teixeira, Ricardo dos Santos (23 de março de 2015). «Uma conjuntura de aparências: a não construção de um sistema municipal de planejamento urbano em Ouro Preto». Consultado em 5 de outubro de 2023 
  8. a b Ramalho, Arthur Dias Soares (14 de maio de 2015). «Planejamento e preservação: a Fundação João Pinheiro e o Plano de Conservação, Valorização e Desenvolvimento de Ouro Preto e Mariana». Consultado em 5 de outubro de 2023 
  9. Gerais, Assembleia Legislativa de Minas. «LEI nº 9.166, de 02/05/1986 - Assembleia Legislativa de Minas Gerais». Portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  10. «Distrito de Amarantina recebe sexta edição da Câmara Itinerante». Jornal o Espeto. 2 de junho de 2022. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  11. «Câmara Municipal de Ouro Preto - Vereador». 189.90.245.99. Consultado em 5 de outubro de 2023 
  12. «Câmara Municipal de Ouro Preto - Vereador». 189.90.245.99. Consultado em 5 de outubro de 2023 
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