Saltar para o conteúdo

Cinábrio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cinábrio
Cinábrio
Categoria Mineral sulfeto
Cor Vermelho-carmim a cinza-chumbo
Fórmula química Sulfeto de mercúrio(II), HgS
Propriedades cristalográficas
Sistema cristalino Trigonal
Hábito cristalino Romboédrico, tabular ou granular
Propriedades físicas
Densidade 8,1 g/cm³
Dureza 2,0–2,5
Brilho Adamantino
Referências [1][2]

O cinábrio é um mineral de sulfeto de mercúrio(II) (HgS), notável por sua intensa coloração vermelha e por ser a principal fonte natural de mercúrio. Utilizado desde a Antiguidade como pigmento (vermelhão), seu emprego declinou devido à toxicidade do mercúrio, que causa danos neurológicos graves. Sua relevância histórica está ligada à mineração, arte e ao impacto ambiental, sendo hoje objeto de estudos toxicológicos e regulamentações rígidas.

Propriedades e estrutura

[editar | editar código-fonte]

Características físicas

[editar | editar código-fonte]

O cinábrio cristaliza no sistema trigonal, formando cristais romboédricos ou massas granulares. Sua cor varia do vermelho-vivo ao cinza-escuro quando exposto à luz, e sua densidade elevada (8,1 g/cm³) o torna um dos minerais mais pesados. A dureza é baixa (2,0–2,5 na escala de Mohs), e seu brilho varia de adamantino a terroso.[2]

Composição química

[editar | editar código-fonte]

Sua estrutura cristalina consiste em cadeias helicoidais de átomos de mercúrio e enxofre. Quando aquecido acima de 580°C, decompõe-se liberando vapores de mercúrio, processo explorado industrialmente desde o Império Romano.[1]

Ocorrência geológica

[editar | editar código-fonte]

O cinábrio forma-se em veias hidrotermais associadas a vulcanismo e fontes termais alcalinas. Principais jazidas incluem:

Mineração e impactos

[editar | editar código-fonte]

Extração de mercúrio

[editar | editar código-fonte]

O processo envolve a torrefação do minério em fornos rotativos, liberando mercúrio gasoso que é condensado em líquido. Na Roma Antiga, essa técnica era realizada por escravos, que sofriam envenenamento crônico — um dos primeiros registros de doença ocupacional.[4]

Riscos toxicológicos

[editar | editar código-fonte]

A exposição ao mercúrio provoca tremores, perda de memória e insuficiência renal. No século XVI, o médico Georgius Agricola descreveu os efeitos em mineiros de cinábrio, comparando as minas a "sentenças de morte".[5]

Usos históricos

[editar | editar código-fonte]

Pigmento e arte

[editar | editar código-fonte]

Substituição moderna

[editar | editar código-fonte]

No século XX, pigmentos sintéticos (ex.: sulfeto de cádmio) substituíram o cinábrio em tintas e cosméticos.

Variedades e formas

[editar | editar código-fonte]
  • Metacinábrio: Variedade preta, com estrutura cristalina cúbica, estável em baixas temperaturas.
  • Hipercinábrio: Forma hexagonal rara, encontrada em ambientes geotérmicos extremos.[8]

Referências

  1. a b «Cinábrio». Mindat. Consultado em 25 de agosto de 2024 
  2. a b «Cinábrio». Webmineral. Consultado em 25 de agosto de 2024 
  3. «Cinábrio». Mineralienatlas 
  4. Thompson, Daniel V. (1956). The Materials and Techniques of Medieval Painting. [S.l.]: Dover. pp. 100–102 
  5. Stewart, Susan (2014). History of Toxicology and Environmental Health. [S.l.]: Academic Press. p. 84 
  6. Rawson, Jessica (2007). The British Museum Book of Chinese Art. [S.l.]: British Museum Press. p. 178 
  7. «Ancient Maya Mosaic Mirrors». Ancient Mesoamerica. 22 (2): 230. 2011. doi:10.1017/S0956536111000241 
  8. «Hipercinábrio». Mindat 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cinábrio