Colobura dirce

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaColobura dirce
Vista superior de C. dirce
Vista superior de C. dirce
Vista inferior de C. dirce
Vista inferior de C. dirce
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Nymphalinae
Tribo: Coeini[1]
Género: Colobura
Billberg, 1820[2]
Espécie: C. dirce
Nome binomial
Colobura dirce
(Linnaeus, 1758)[2]
Fotografia de C. dirce em tronco de árvore, assumindo sua característica posição de repouso.
Sinónimos
Papilio dirco Linnaeus, 1758
Papilio bates Linnaeus, 1758
Papilio dirceoides Sepp, [1852]
Cynthia cassavae Fabricius, 1938
Colobura dirce wolcotti Comstock, 1942
Colobura dirce clementi Comstock, 1942
Colobura dirce avinoffi Comstock, 1942[2]
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Colobura dirce é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae. Possui duas subespécies: Colobura dirce dirce (Linnaeus, 1758), encontrada no México, Colômbia,[3] Equador, Venezuela, Guianas, Trinidad, Bolívia, Brasil, Paraguai e Argentina; Colobura dirce wolcotti (Comstock, 1942), encontrada em Porto Rico, Cuba, Jamaica e na Ilha de São Domingos. Esta divisão continua, em estudo de Willmott, Constantino & Hall (2001).[2]

Descrição e hábitos[editar | editar código-fonte]

Habita floresta primária e secundária em altitudes entre zero e 1 400 metros, sendo mais fácil de se encontrar em altitudes inferiores a 800 metros; em florestas decíduas e perenes, mas também ocorrendo com frequência em pomares. Ambos os sexos são encontrados com frequência, assentando em troncos de árvores onde habitualmente se estabelecem em uma posição de cabeça para baixo a uma altura de cerca de 2 metros, enquanto absorvem a umidade dos musgos ou de fissuras nos troncos. Se incomodada, tenta fugir correndo, sem voar, para o lado oposto da árvore, voltando para a posição original se perseguida, sendo extremamente relutante em alçar voo. Às vezes é encontrada isoladamente, porém mais frequentemente em grupos de 2 ou 3 indivíduos.[4] Em vista inferior é de coloração clara, possuindo padronagem de desenhos escuros; vista superiormente é de coloração castanha, apresentando duas amplas áreas claras nas asas anteriores, que aparecem também em seu verso.[5] Atinge de 5 a 7,5 centímetros de envergadura[6] e se alimenta de substâncias exsudadas de troncos de árvores, em frutos fermentados ou sobre excrementos.[3]

Camuflagem[editar | editar código-fonte]

O padrão, em vista inferior, das asas de Colobura, em ambas as subespécies, apresenta camuflagem de tipo disruptivo.[carece de fontes?] Este padrão de listras, bandas e zig-zags fragmenta visualmente a forma da asa para seus predadores.[7] Outra característica é um desenho de cabeça falsa, no final da asa posterior, que torna confusa a localização real de sua cabeça, dificultando o ataque.[6]

Ciclo de vida[editar | editar código-fonte]

As larvas de Colobura dirce se alimentam de folhas de algumas espécies de Cecropia após a eclosão dos ovos,[2] que são colocados em grupos de 2 a 10 nas folhas. Estas larvas criam cadeias de excrementos, ligadas entre si por fios de uma substância similar à seda, que se projetam a partir das pontas das folhas. São, quando totalmente crescidas, negras e decoradas com espinhos brancos e amarelos. Alimentam-se em grupos de 5 a 20 indivíduos. A crisálida é alongada e cilíndrica, assemelhando-se a um galho seco.[4][8]

Diferenciação de espécies[editar | editar código-fonte]

Colobura dirce se distingue de Colobura annulata, a outra espécie de seu gênero,[2] a partir dos estágios imaturos. Ovos de C. dirce geralmente são mais escuros e as larvas carecem de anéis amarelos cercando seus corpos, como ocorre em C. annulata, geralmente sendo menos sociáveis. Os adultos tendem a ser menores do que em C. annulata e seu caráter distintivo desta outra espécie é feito pela terceira linha submarginal, abaixo da margem lateral da asa anterior, quando a borboleta é vista por baixo, que se afunila em direção ao canto superior desta mesma asa; em C. annulata isto não ocorre. Esta distinção foi proposta por Willmott, Constantino & Hall (contendo desenho), em artigo científico publicado no ano de 2001, A Review of Colobura (Lepidoptera: Nymphalidae) with Comments on Larval and Adult Ecology and Description of a Sibling Species.[9][10]

Referências

  1. Jessie Pereira dos Santos; Andre Victor Lucci Freitas; Pedro de Araujo Lima Constantino; Marcio Uehara Prado. «Guia de identificação de tribos de borboletas frugívoras - Cerrado» (PDF). Icmbio.gov.br. 1 páginas. Consultado em 26 de abril de 2015 
  2. a b c d e f «Colobura» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  3. a b Julián A. Salazar (4 de dezembro de 2013). «Mariposas colombianas atraídas por exudaciones de cortezas de árboles» (em inglês). Scielo. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2015 
  4. a b Adrian Hoskins. «Colobura dirce (Linnaeus, 1758)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  5. «Colobura dirce (Linnaeus, 1758)» (em inglês). Lepidoptera brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  6. a b «The mosaic. Colobura dirce» (em inglês). Trek nature. 12 de novembro de 2005. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  7. Paul Smart. «Coloration - For concealment and advertisement» (em inglês). Vietnam forest creatures. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 10 de março de 2015 
  8. «Colobura d. dirce (Linnaeus, 1758) Immatures» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
  9. Willmott, K. R.; L. M. Constantino, and J. P. W. Hall (2001). «A review of Colobura (Lepidoptera: Nymphalidae) with comments on larval and adult ecology and description of a sibling species» (PDF) (em inglês). Annals of the Entomological Society of America. 12 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2015 
  10. Niklas Wahlberg (2007). «Colobura dirce (Linnaeus, 1758)» (em inglês). Tree of life web project. 1 páginas. Consultado em 3 de janeiro de 2015 
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