Dedos cruzados

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Dedos cruzados

Dedos cruzados é um gesto com a mão em que o dedo médio de uma das mãos é atravessado por cima do dedo indicador da mesma mão. Além disso, há uma frase escrita ou falada associada com este gesto. Há algumas evidências que sugerem que a origem do gesto se fundamenta no início do cristianismo, tanto como um pedido de proteção divina e como um significado encoberto na crença cristã. O uso moderno, porém, é quase exclusivamente secular e consideravelmente mais diversificado em significado,[1][2][3] incluindo:

  • Um gesto com a mão que denota uma esperança para dar sorte.
  • Um desejo verbal para dar sorte, como em: "Eu vou manter meus dedos cruzados para você."
  • Uma forma de anular o carácter vinculativo de uma promessa ou juramento, como em: "Você prometeu"; "Eu mantive meus dedos cruzados, assim a promessa não conta!". Este é um uso predominantemente infantil.
  • Um forma de permitir ou diminuir as conotações negativas de uma mentira, como em: "Você disse que seu nome era Steve, você mentiu, o seu nome é Paul!"; "Ela não conta, estava com meus dedos cruzados!". Este é um uso predominantemente infantil.

Origem[editar | editar código-fonte]

Cruzar os dedos era um gesto com a mão comumente usado para implorar a Deus por proteção, bem como para desejar boa sorte.[4] O gesto é conhecido pela expressão comum "manter os dedos cruzados" ou apenas "dedos cruzados" e também tem sido historicamente usado para permitir que os crentes a se reconheçam mutuamente em tempos de perseguição. [5]

Na época da Igreja primitiva, os cristãos cruzam os dedos, a fim de invocar o poder associado com a cruz cristã para proteção, quando confrontados com o mal.[4] Além disso, os cristãos, quando perseguidos pelos romanos, usaram o símbolo dos dedos cruzados, junto com o Ichthys, a fim de reconhecer uns aos outros e se reunirem para cultos. [6] Na Inglaterra do século XVI, as pessoas continuaram a cruzar os dedos ou fazer o sinal da cruz, a fim de afastar o mal, assim como quando as pessoas tossiam ou espirravam. [7]

Uso moderno[editar | editar código-fonte]

O uso moderno do gesto dos dedos cruzados tem pouca influência sobre as suas origens religiosas. [1][2][3]

  1. Um gesto com a mão indicando esperança de boa sorte;
  2. Um desejo verbal para dar sorte;
  3. Uma forma de anular o carácter vinculativo de uma promessa ou juramento. A crença de que cruzar os dedos invalida uma promessa que está sendo feita.[8][9]
  4. Uma forma de permitir ou diminuir as conotações negativas de uma mentira.

Algumas pessoas, a maioria crianças, também usam o gesto para desculpar a sua revelação de uma mentira. Isso pode ter suas raízes na crença de que o poder da cruz cristã pode salvar um de ser enviado para o inferno por dizer uma mentira.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Cross Fingers». thefreedictionary.com. thefreedictionary.com 
  2. a b «Keep your fingers crossed». dictionary.cambridge.org. dictionary.cambridge.org 
  3. a b «Cross one's fingers». www.oxforddictionaries.com. www.oxforddictionaries.com 
  4. a b Orange Coast Magazine. Emmis Communications. May 1990. pg. 177. "In early Christian days, a believer confronted by evil or hostile influences implored the power of the Holy Cross for protection by twisting his middle finger over his forefinger and holding the remaining fingers down with his thumb."
  5. Deborah Aaronson, Kevin Kwan. Luck. HarperCollins Publishers. 2008. pg. 24. "The common explanation for the power and prevalence of this gesture is said to be related to the early Christians. Not allowed to worship Christ in public, his followers showed secret solidarity by crossing their fingers."
  6. Jim Jester. Real Israel. 2011. "When they were persecuted in Rome, Christians would secretly come together with the sign of the fish, and they would hold up their crossed fingers, as a Sign of the crossed emblem that had once been on the vestments of the army of Barabbas. It became a custom everywhere, for Christians when meeting, to make the sign of a cross by crossing their fingers."
  7. «Why do people cross their fingers for luck?». Ask Yahoo!. Yahoo!. 17 de outubro de 2002. Consultado em 29 de maio de 2013. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2005. Faith in the power of the Christian cross, therefore, was strong. A cough, a sneeze, or even a mention of a cold (thought to be a sign of the plague) was reason enough to cross yourself. The proper way to make the sign of the cross involves four steps -- touch the forehead, heart, left shoulder, then right shoulder with you right hand. When a suspected witch crossed your path, you could make a cross shortcut by crossing your index and second finger or the index fingers of both hands. This would provide protection and ward off the evil influence. 
  8. de Lint, Charles (2007). Widdershins. [S.l.]: Macmillan. p. 287. ISBN 0765312859. Widdershins. To a child, forget ethics. Crossing your fingers while making a promise truly invalidated the promise. 
  9. "The Truman Show," 1998. In the film, main character Truman realizes his marriage is a farce when he discovers a wedding photo of his wife with her fingers crossed."
  10. Field Guide to Gestures. Quirk Books. 2003. pg. 201. "Children are a big proponent of this gesture, though they usually use it when telling white lies, believing that having the fingers crossed behind the back makes it okay to fib. Again, this belief may have its origin in Christian crucifix symbolism; calling on the power of the cross might save one from being sent to hell for telling a lie."