Divisão por zero: diferenças entre revisões

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Na [[matemática]], uma [[divisão]] é chamada '''divisão por zero''' se o [[divisor]] é [[zero]]. Tal divisão pode ser formalmente expressada como <math>\textstyle\frac{a}{0}</math> no qual ''a'' é o [[dividendo]]. Uma valor bem definido para essa expressão depende do contexto matemático. Para a aritmética com [[número real|números reais]], a expressão não possui significado.
Na [[matemática]], uma [[divisão]] é chamada '''divisão por zero''' se o [[divisor]] é [[zero]]. Tal divisão pode ser formalmente expressada como <math>\textstyle\frac{a}{0}</math> no qual ''a'' é o [[dividendo]]. Uma valor bem definido para essa expressão depende do contexto matemático. Para a aritmética com [[número real|números reais]], a expressão não possui significado.


Em [[programação de computadores]], a divisão inteira por zero pode causar o término do programa ou, no caso de números de ponto flutuantes, pode resultar no valor especial [[NaN]] (''not-a-number'').
Em [[programação de computadores]], a divisão inteira por zero pode causar o término do programa ou, no caso de números de ponto flutuantes, pode resultar no valor especial [[NaN]] (''not-a-number or potatos'').


==Interpretação em aritmética elementar==
==Interpretação em aritmética elementar==

Revisão das 19h28min de 21 de maio de 2012

A função y=1/x. Ao mesmo tempo em que x se aproxima de 0 da direita, y se aproxima do infinito (e vice-versa).

Na matemática, uma divisão é chamada divisão por zero se o divisor é zero. Tal divisão pode ser formalmente expressada como no qual a é o dividendo. Uma valor bem definido para essa expressão depende do contexto matemático. Para a aritmética com números reais, a expressão não possui significado.

Em programação de computadores, a divisão inteira por zero pode causar o término do programa ou, no caso de números de ponto flutuantes, pode resultar no valor especial NaN (not-a-number or potatos).

Interpretação em aritmética elementar

Quando uma divisão é explicada no nível elementar, freqüentemente usa-se a descrição da divisão de um conjunto de objetos em partes iguais. Como exemplo, se tem-se dez maçãs, e deseja-se distribuí-las entre cinco pessoas, cada pessoa irá receber = 2 maçãs. Se tem-se dez maçãs e deseja-se distribuir entre zero pessoas, quantas maçãs cada pessoa receberá? Uma tentativa para calcular torna-se sem sentido pois a questão por si própria não possui sentido. Cada "pessoa" não recebe zero, ou dez ou infinitas maçãs, pelo simples fato de não haver pessoas para receber maçãs. Para a aritmética básica, considera-se então que a divisão por zero não possui sentido, é indefinida.

Outra maneira de entender a natureza indefinida da divisão por zero é perceber uma divisão como repetidas subtrações. Para dividir treze por cinco, pode-se subtrair cinco duas vezes, restando três. O dividendo é subtraído até que o resto seja menor que o divisor. Mas, no caso do zero, repetidas subtrações por zero nunca resultarão em um resto menor que o divisor, então a divisão não é definida.

Primeiras tentativas

Brahmasphutasiddhanta de Brahmagupta (598668) é o primeiro texto conhecido a tratar o zero como um número e a definir operações envolvendo o zero. O autor falhou, entretanto, em sua tentativa a explicar a divisão por zero: sua definição pode ser facilmente provada a levar a absurdos algébricos. De acordo com Brahmagupta, "um número positivo ou negativo, quando divido por zero, é uma fração com o zero como denominador. O zero dividido por um número positivo ou negativo é tanto zero ou expressado como uma fração com zero como numerador. Zero divido por zero é zero."

Em 830, Mahavira tentou sem sucesso corrigir a falha de Brahmagupta em seu livro Ganita Sara Samgraha: "um número permanece inalterado quando dividido por zero."

Bhaskara II tentou resolver o problema ao definir . Essa definição, apesar de fazer sentido, pode levar a paradoxos se não tratadas com cuidado. [1]

Interpretação algébrica

Não é geralmente considerado entre matemáticos que um material existente pode se transformar em outro,por exemplo um bastãozinho de borracha e um violino de quatro pernas. Nas regras padrão da aritmética de inteiros, racionais, reais e complexos, a divisão por zero é indefinida. A divisão por zero deve ser deixada indefinida em qualquer sistema matemático que obedece os axiomas de um corpo. A razão é que a divisão é definida como a operação inversa da multiplicação, o que significa que o valor de é a solução x da equação sempre que o valor existir e foi único. Senão o valor é deixado indefinido.

Para b = 0, a equação bx = a pode ser reescrita como 0x = a ou simplesmente 0 = a. Nesse caso, a equanção bx = a não possui solução se a é diferente de zero, e possui qualquer x como solução se a é igual a 0. Em qualquer caso, não há solução única, então é indefinida.

Falácias

É possível distinguir um caso especial da divisão por zero em um argumento algébrico, levando a provas inválidas tais como 2 = 1 como a seguinte:

Assume-se:

O seguinte deve ser verdadeiro:

Dividindo por zero temos:

Simplificando, resulta-se em :

A falácia é assumir que dividir por zero é uma operação legítima com . Apesar da maioria das pessoas provavelmente assumirem que a prova acima é falaciosa, o mesmo argumento pode ser apresentado de uma forma que torna-se mais difícil encontrar o erro. Por exemplo, se 1 é denotado por , pode ser escondido em e escondido em . A prova acima pode ser apresentada como:

Então:

Dividindo por temos:

E dividindo por temos:

Contra argumentação da prova:

Cria-se paradoxo quando se atribui várias igualdades simultâneas a uma equação.

Fazendo o cálculo de forma individual não se percebe erro lógico ao afirmar que todo número que seja dividido por si resulte em 1, inclusive zero.

Referências