Domingos José de Almeida
Domingos José de Almeida | |
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Nascimento | 9 de julho de 1797 Diamantina |
Morte | 6 de maio de 1871 (73 anos) Pelotas |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Fazendeiro |
Domingos José de Almeida (Diamantina, 9 de julho de 1797 — Pelotas, 6 de maio de 1871) foi um fazendeiro, político, jornalista e militar brasileiro.
Filho do português Domingos José de Almeida e Silva e de Escolástica Maria de Abreu.[1] Migrou de Minas Gerais para o Rio Grande do Sul em 1819 para reunir tropas de mulas e levá-las até Sorocaba, mas acabou se estabelecendo em Pelotas, onde logo abriu um escritório destinado à venda de charque para o centro do país e para o exterior. Era casado com Bernardina Barcelos de Lima, filha de Bernardino Rodrigues Barcelos, com quem teve treze filhos, entre eles Epaminondas Piratinino de Almeida.[1][2]
Empresário bem sucedido, além de dono de uma companhia de navegação com veleiros que transportavam produtos para as províncias do norte. Em 1832, em sociedade com Antônio José Gonçalves Chaves e Bernardino José Marques Canarim, criou uma sociedade que operou na lagoa dos Patos a barca a vapor Liberal, que durante quinze anos ligou Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre; em 1836 passou as mãos do governo, que transformou em barco de guerra - finda a guerra, voltou a operação civil, com outro nome.[3]
Foi proprietário de uma pequena charqueada às margens do Canal São Gonçalo, o que fez dele um dos cidadãos mais prósperos de Pelotas nessa atividade. Também possuía uma olaria, fábrica de sabão e de velas de sebo.[1]
Homem culto, era considerado como tendo uma das biblioteca mais completas do Rio Grande do Sul na época, ao lado de Felinto Elísio.[3] Foi major e depois coronel da Guarda Nacional.
Vereador em Pelotas, foi eleito deputado provincial da 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul. No seu mandato lançou a campanha de alfabetização no Rio Grande do Sul, inconformado com o fato do Paraguai ter 408 escolas públicas e a província local nenhuma.
Ao estourar a Revolução Farroupilha, era um dos mais prósperos industriais do Rio Grande do Sul, além da major da Guarda Nacional.[3] Foi, junto com Pedro Boticário, um dos mais intransigentes na deposição de Fernandes Braga e na tentativa de impedir a posse de José de Araújo Ribeiro. Foi secretário responsável pela ata da reunião histórica na Loja Maçônica Philantropia e Liberdade que decidiu pelo início da Revolução Farroupilha. Com o início da Revolução Farroupilha recebeu a tarefa de organizar, o parque bélico farrapo em Pelotas e a fábrica de arreamento para a cavalaria.
Foi em sua casa que João Manuel de Lima e Silva curou-se dos ferimentos obtidos no combate do Passo dos Negros em 2 de junho de 1836. Foi também da senzala de sua charqueada saíram vários dos combatentes Lanceiros Negros, liderados pelo coronel Teixeira Nunes.
Foi um dos que convenceram Antônio de Sousa Neto a proclamar a República Rio Grandense, em 11 de setembro de 1836. Com Gomes Jardim assinou o decreto que criou a bandeira oficial Farroupilha. Foi nomeado ministro da Fazenda e depois do Interior da República Riograndense.[3]
Em 1838 compra a tipografia, onde o jornalista italiano Luigi Rossetti torna-se editor de O Povo. Em 1840 determina a criação de uma planta para a nova povoação que viria a ser a cidade de Uruguaiana, criada por decreto de 24 de fevereiro de 1843.[3] Queria uma vila de apoio ao comércio com Buenos Aires já que as forças imperiais haviam conquistado as cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre acabando com o comércio destas cidades com o interior. Também participou da Assembleia Constituinte farroupilha.
Foi preso em combate, por Francisco Pedro de Abreu, em março de 1844, conseguindo fugir depois de poucos dias.[3] Após o fim da guerra, volta a Pelotas e em dez anos restabelece suas finanças.[3]
Abre o jornal diário Brado do Sul, em Pelotas, que funciona de 1858 a 1861, no qual chega a contratar Carlos von Koseritz como editor. Ali publica uma série de artigos e documentos sobre a Revolução Farroupilha.[3] Neste período também foi vereador, juiz de órfãos e coronel da Guarda Nacional.[1]
Foi homenageado, em Pelotas, com o primeiro monumento erguido no Brasil em honra de um republicano, o Obelisco de Pelotas, em 20 de setembro de 1885.[3] A construção foi organizada por Álvaro Chaves.[4][5]
Referências
- ↑ a b c d «BARBOSA, Carla Adriana, A Casa e suas virtudes: relações familiares e a elite farroupilha, São Leopoldo, 2009.» (PDF)
- ↑ Segundo Spalding, op. cit., teria tido somente um filho, Piratinino de Almeida.
- ↑ a b c d e f g h i SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande. Livraria Sulina, Porto Alegre, 1969, 3 vol., 840pp.
- ↑ Domingos José de Almeida, um dos notáveis e prestimosos chefes republicanos, Enciclopédia, O Explorador.
- ↑ «Monumento Republicano - Obelisco, Prefeitura de Pelotas.». Consultado em 29 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 8 de dezembro de 2008