Dukkha

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O Bodisatva Sidarta Gautama ainda sofre antes de se tornar um Buda completamente realizado, nesta figura, o vemos com seus cinco companheiros ascetas, que posteriormente se tornaram a primeira comunidade budista humana, e um Deva em azul.

Dukkha (traduzido do páli, "sofrimento"; lê-se /dúk-kha/, com o h aspirado, como no inglês) é um dos princípios fundamentais do budismo. É chamado de "a primeira nobre verdade", sendo causado pelas nossas emoções perturbadoras (kleshas)[1]. A transitoriedade e insubstancialidade de todos os fenômenos é um fato que pode ou não causar sofrimento, de acordo com nossa visão.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A primeira Nobre Verdade proferida por Buda Shakyamuni após sua iluminação é normalmente descrita como "a vida (como experienciamos) é sofrimento", ou "existe sofrimento".

Este sofrimento abarca dos níveis mais sutis aos mais grosseiros de não satisfatoriedade, atrito e desconforto. É uma constatação da angústia humana, que é tomada como base para depois desenvolver o caminho para o fim deste sofrimento.[2]

O Buddha definiu sofrimento como:

Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que se deseja é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento. [3]

É preciso ressaltar que a tradução de dukkha simplesmente como 'sofrimento' é considerada incompleta, muitos autores propõem outras traduções alternativas como: insatisfatoriedade, alegria e sofrimento juntos, "estresse" e "o que é difícil de suportar".[4]

Dukkha refere-se a toda experiência condicionada no samsara, sejam nossos momentos infelizes ou até felizes. A razão dos momentos felizes também serem consideradas dukkha é que com a separação daquilo que nos faz felizes também estamos condicionados a sofrer. O Buddha não nega a felicidade desses momentos, mas aponta para uma felicidade maior, que não depende das condições externas e portanto não é frágil como a felicidade mundana.[5]

É necessário enfatizar que todos os vários aspectos de dukkha de fato tem sua origem em causas, o que assim possibilita sua investigação e, portanto, seu término. Ao encontrar as causas-raiz de dukkha e destruí-las, a vida humana pode se tornar feliz e próspera.[6]

Os três tipos de dukkha[editar | editar código-fonte]

Há três tipos básicos de dukkha[7] [8]:

  1. Dukka Dukkata, o dukkha comum da dor, os Devas não experienciam este dukkha.
  2. Viparinama Dukkata, o dukkha da mudança, se afastar do belo ou se aproximar do feio.
  3. Sanskara Dukkata, o dukkha intelectual, a tentativa existencial e angustiante de procurar filosofias, ideias, padrões, códigos, regras, dogmas, postulados ou teorias verdadeiras, estéticas, estáveis, eternas, universais, concisas e gerais.

Os seis tipos de dukkha[editar | editar código-fonte]

Todos os seres dos seis reinos do samsara passam pelos seis tipos de dukkha que são as consequências de uma mente não iluminada[9]:

  1. O dukkha das dúvidas e incertezas
  2. O dukkha de não se conseguir obter tudo o que é desejado
  3. O dukkha de ter que continuamente mudar de corpo
  4. O dukkha do nascimento
  5. O dukkha de subir e descer, melhorar e piorar, alegrar-se e entristecer
  6. O dukkha da morte

Referências

  1. HAHN, Thich Nhat (1999). The Heart of the Buddha's Teaching. New York: Broadway books. p. 22 
  2. http://www.acessoaoinsight.net/caminho_liberdade/dukkha.php
  3. http://acessoaoinsight.net/sutta/SNLVI.11.php Dhammacakkapavattana Sutta, primeiro discurso do Buddha após iluminação
  4. http://www.accesstoinsight.org/lib/authors/thanissaro/mountains.html
  5. http://www.acessoaoinsight.net/caminho_liberdade/nibbana.php descrição da felicidade de Nibbana
  6. GYATZO, Tenzim. O Despertar da Visão da Sabedoria. Brasília: Ed Teosófica, 1999.
  7. The Great Treatise on the Stages of the Path to Enlightenment: The Lam Rim Chen Mo by Tsong Khapa. Translated by the Lamrim Chenmo Translation Committee. Snow Lion/Shambhala Publications.
  8. http://acessoaoinsight.net/sutta/SNLVI.11.php
  9. Liberation in the Palm of Your Hand: A Concise Discourse on the Path to Enlightenment by Pabongka Rinpoche / Trijang Rinpoche. Translated by Michael Richards. Wisdom Publications. Click here to download a PDF of 100 pages of excerpts, including the multiple introductions and appendixes, extensive Lamrim outline, and first chapter “Introductory Discourse on the Lamrim”; courtesy of Wisdom Publications. - The official website of the Jangchup Lamrim Teachings by His Holiness the 14th Dalai Lama of Tibet

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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