Edison Machado

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Edison Machado
Informação geral
Nome completo Edison dos Santos Machado
Nascimento 31 de janeiro de 1934
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Morte 15 de setembro de 1990 (56 anos)
Local de morte Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Samba, Bossa Nova, Jazz
Ocupação(ões) Baterista, Compositor
Instrumento(s) Bateria
Gravadora(s) Sony/CBS

Edison dos Santos Machado, ou simplesmente Edison Machado (Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1934 — Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1990) foi um baterista autodidata e compositor musical brasileiro.

É considerado, ao lado do baterista Milton Banana, como um dos maiores expoentes da música brasileira quando o assunto é bateria. Criador de conceitos neste instrumento é o responsável por criar a condução de prato no ritmo do samba na década de 1950.[1] Por meio de sua criação do samba no prato e de suas primeiras gravações, ele ajudou a moldar o samba e a bossa nova. Apesar do impacto que ele causou como um dos fundadores da bossa nova, seu nome foi amplamente esquecido.

Edison foi o maior baterista de samba de todos os tempos. O tempo dele no samba no prato e no pé direito é irreprodutível. Ele tinha um suingue fantástico, e quem quisesse que fosse atrás. Foi, sem dúvida, uma figura de proa na MPB. A música brasileira atual, principalmente o samba, deve muito a Edison.[2]
Tião Neto, contrabaixista.

Inovador e arrojado, quando chegou ao Beco das Garrafas no Rio de Janeiro, acompanhava Luís Carlos Vinhas e Tião Neto no Bossa Três e o sexteto Bossa Rio liderado por Sérgio Mendes. Criou o grupo Rio 65 Trio criando o rótulo para a MPM "Música Popular Moderna" quando fim da bossa nova e surgimento da jovem guarda. Seu álbum Edison Machado é Samba Novo gravado pelo selo CBS/Sony até hoje é uma grande referência de samba para bateristas brasileiros e bateristas de todo o mundo, que teve arranjos de Moacyr Santos, J.T. Meirelles, Maciel e Raul de Souza tendo todos eles participado no álbum, mais os músicos Tenório Júnior ao piano e Tião Neto, no contrabaixo.

No ano de 1976 Edison viajou aos Estados Unidos por onde residiu por 14 anos. Lá gravou com Chet Baker e Ron Carter. Com o seu grupo Lua Nova apresentou-se em diversos festivais de jazz pelo mundo.

Carreira[editar | editar código-fonte]

1934–1957 - Primeiros Passos na música[editar | editar código-fonte]

Edison Machado cresceu nos subúrbios do Engenho Novo da então capital do Brasil, Rio de Janeiro. Em sua infância, ele começou a aprender a tocar bateria sozinho. Ao assistir e ouvir bateristas brasileiros famosos como Luciano Perrone e Edgar Nunes Rocca ele acompanhava a bateria nas pernas para aprender suas técnicas. Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, Machado, como muitos outros adolescentes no Brasil, viveu o apogeu da Rádio Nacional e foi inspirado pelos bateristas americanos de be-bop jazz Art Blakey e Max Roach. Em 1949, aos 17 anos. Enquanto continuava a tocar bateria, Machado iria acidentalmente criar um estilo de jogo que iria influenciar o samba moderno. O que ocorreu foi que enquanto tocava com uma banda de samba, a caixa de Machado quebrou. Não querendo interromper o fluxo da música, ele começou a tocar o prato de condução com a mão direita, enquanto usava a mão esquerda para adicionar acentos sincopados em um timbal. Após a criação acidental do samba no prato, ele se tornaria o estilo de jogo característico de Machado nos anos seguintes.

Em algum momento do início dos anos 1950, Machado ingressou no Exército Brasileiro e, ao fazê-lo, conheceu Raul de Souza. Por volta de 1955, Machado havia deixado o exército para se apresentar nos clubes do Beco das Garrafas, também conhecido como "Beco das Garrafas". O local conhecido por hospedar muitos artistas de jazz brasileiros famosos ao longo dos anos 50 e ganhou seu apelido devido aos apartamentos vizinhos jogando garrafas no beco para protestar contra o barulho dos artistas. Esses clubes eram bem conhecidos por terem músicos inovadores, dos quais tocavam todas as noites. Em 1957, aos 23 anos, Machado integraria o seu primeiro grupo major Turma da Gafieira, que no mesmo ano gravou os primeiros discos Turma da Gafieira e Samba em Hi-Fi.

1957–1980 - Sucesso[editar | editar código-fonte]

Nos anos após tocar com a Turma da Gafieira, Machado foi continuar construindo uma reputação para si mesmo colaborando com Dionysio de Oliveira Filho, Paulo Moura e Luiz Bonfá. Em 1961, Machado ajudou a criar um grupo chamado Bossa Três, que foi um dos primeiros grupos instrumentais de Bossa Nova da época. Composto por Luiz Carlos Vinhas no piano e Tião Neto no contrabaixo, o grupo estreou no Lane em 1962. No início de 1963, o grupo tocava em Nova York sob contrato de Sidney Frey, dono da Audio-Fidelity. Frey gravou várias sessões para vender para o mercado musical americano, publicá-las no Andy Williams Show e apresentá-las no Village Vanguard. Apesar do relativo sucesso do Bossa Três, eles perderam oportunidades de tocar em locais como o Birdland porque Machado não conseguia ler música por ser autodidata.

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • 1964 - Edison Machado é Samba Novo (CBS)
  • 1970 - Obras (Stylo)
  • 1971 - Obras II (O Pulo do Gato) (Stylo | Relançado por Whatmusic em 2004)
  • 1986 - O Grande Amor - A Bossa Nova Collection (Stash Records) — Gene Bertoncini e Michael Moore, com Edison Machado como convidado especial.
Com o grupo "Bossa Três"
  • 1963: Os Bossa Três
  • 1963: Bossa Três and Jo Basile
  • 1965: Bossa Três e amigos
  • 1965: Bossa Três Em Forma!
Com o grupo "Bossa Três e Pery Ribeiro"
  • 1966: Encontro
Com o grupo "Rio 65 Trio"
  • 1965: Rio 65 Trio
  • 1966: A Hora E Vez Da M.P.M.

Como Convidado[editar | editar código-fonte]

Com o grupo "Turma da Gafieira"
Com Paulo Moura
  • 1958: Escolha E Dance
Com Dionísio e Seu Quinteto
  • 1959: Romance no Texas Bar
  • 1959: Sax & Ritmo
Com Luiz Bonfá
  • 1962: O Violão E O Samba
Com Tom Jobim
  • 1963: The Composer of Desafinado Plays
Com "Meirelles e os Copa 5"
  • 1964: O Novo Som
Com Hector Costita
  • 1964: Impacto
Com o grupo "Salvador Trio"
  • 1965: Salvador Trio
  • 1966: Tristeza
Com Stan Getz
  • 1966: Stan Getz with Guest Artist Laurindo Almeida
Com Tania Maria
  • 1969: Apresentamos
Com Ron Carter

"1981: Patrão

Com "Gene Bertoncini & Michael Moore"
  • 1986: O Grande Amor

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]