Elenco Records

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Elenco
Elenco Records
Fundação 1963
Fechamento 1984
Fundador(es) Aloísio de Oliveira
Distribuidor(es) PolyGram
Universal Music (atualmente)
Gênero(s) Bossa Nova
MPB
coletâneas
vários
País de origem Brasil Brasil

A Elenco foi uma gravadora brasileira fundada em 1963 por Aloysio de Oliveira. De 1963 a 1966, o selo lançou mais de 60 Long-Plays e Cassetes de nomes importantes da Música Popular Brasileira como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Sergio Mendes, João Donato, Dick Farney e Sylvia Telles, além das estreias de Edu Lobo e Nara Leão. A gravadora também investiu em veteranos, produzindo Dorival Caymmi, Maysa, Sylvia Telles e Lúcio Alves.[1][2] A gravadora foi vendida em 1968 para a Polygram do Brasil - Polygram Philips.[3] Controlada por uma multinacional e já sem o comando de Oliveira, a Elenco foi fechada, definitivamente, em 1984.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Quando Aloysio de Oliveira resolveu criar a gravadora Elenco, em 1963, ele já tinha uma experiência de 30 anos na música popular brasileira, como integrante do conjunto vocal Bando da Lua - com o qual viajou, em 1939, para os Estados Unidos, acompanhando Carmen Miranda.

Com a morte prematura de Carmen, ele voltou em 1956 ao Brasil para assumir a direção artística da gravadora Odeon, onde permaneceu até 1961. Sob seu comando em 1959, a Odeon produziu o disco fundamental da bossa nova, Chega de Saudade. Transferiu-se em seguida para a Philips Records, onde trabalhou por oito meses produzindo grandes álbuns com Maysa, Agostinho dos Santos e outros.[4]

A Elenco foi uma resposta que o produtor pretendeu dar à Odeon, quando a gravadora dispensou alguns artistas muito ligados a ele, como Sylvia Telles e Sérgio Ricardo. Aloysio porém não tinha capital para montar a empresa. Naquela época, porém, o Brasil ainda vivia a euforia do governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, Aloysio então saiu em busca de recursos financeiros com amigos. Dois deles foram fundamentais na composição do capital inicial: Celso Frota Pessoa, padrasto de Tom Jobim, e Flávio Ramos, empresário da noite e proprietário de boates onde muitos artistas da então recente Bossa Nova se apresentavam. O passo seguinte foi o de encontrar a empresa para fabricar e distribuir discos, tarefas entregues à RCA Eletrônica Brasileira S.A.

Conceito revolucionário[editar | editar código-fonte]

A gravadora Elenco ficou conhecida por ter lançado grandes títulos da MPB, e por criar uma nova linguagem para as capas dos LPs, um novo conceito que revolucionaria o mercado de discos nos anos 60. Aloísio de Oliveira trabalhou como free-lancer nos Estúdios Disney nos anos 40 e foi pensando no valor que os norte-americanos davam à imagem e, sobretudo, ao marketing, que fez da Elenco uma gravadora à frente de sua época.[5]

Uma das sacadas de marketing de Aloysio era a promoção de encontros entre artistas que estrelariam os álbuns. Na mesma linha de Vinicius e Odete Lara, o produtor bolou encontros musicais entre Roberto Menescal, Sylvia Telles e Lúcio Alves, Edu Lobo e Tamba Trio, Baden Powell e Jimmy Pratt, entre outros.

Legado[editar | editar código-fonte]

Os discos da gravadora Elenco foram importantes para a história da Bossa Nova e criaram uma identidade estética única.[6] Em 2014, a Polysom, única fabricante de discos de vinil da América Latina em atividade até então, relançou cinco LPs da extinta gravadora. O box reúne três “categorias” marcantes da Elenco: encontros, como Caymmi Visita Tom (1964) e Vinicius e Odete Lara (1963); shows, como Vinicius e Caymmi no Zum Zum (1966); e estreias, como a de Nara Leão, em Nara (1964), e Bossa Nova York (1967), primeiro disco de Sergio Mendes nos Estados Unidos.[7]

LPs[editar | editar código-fonte]

Alguns LPs lançados pela Elenco:

Referências

  1. MARCUS PRETO (14 de setembro de 2011). «História da gravadora Elenco vira minissérie no Canal Brasil». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de junho de 2015 
  2. PEDRO ALEXANDRE SANCHES (4 de dezembro de 2003). «Universal reedita vozes da "indie" Elenco». Folha de S.Paulo. Consultado em 23 de junho de 2015 
  3. RONALDO EVANGELISTA (31 de julho de 2008). «Responsável pelas capas da Elenco, César Villela ajudou a criar a imagem da bossa». Uol. Consultado em 23 de junho de 2015 
  4. Sandro Moser (28 de novembro de 2014). «Tudo culpa do Ary Barroso». Gazeta do Povo. Consultado em 24 de junho de 2015 
  5. Tom Cardoso. «Se Todas Fossem Iguais a Você». ISTOÉ Dinheiro. Consultado em 23 de junho de 2015 
  6. «Sob os holofotes, a discoteca do MIS-RJ». mis.rj.gov.br/. Consultado em 23 de junho de 2015 
  7. LUCAS NOBILE (22 de março de 2014). «Discos históricos da gravadora Elenco são relançados em vinil». O Estado de S. Pauloacessodata=23 de junho de 2015 

Bibliografaria[editar | editar código-fonte]

  • Montore, Marcello (2009). Elenco - A Cara da Bossa. [S.l.]: Editora Grifo. ISBN 9788598953076 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]