Emeric Marcier
Emeric Marcier | |
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Em 30 de dezembro de 1958 | |
Nome completo | Emeric Racz Marcier |
Nascimento | 21 de novembro de 1916 Cluj |
Morte | 1 de setembro de 1990 (73 anos) Paris |
Residência | Barbacena, Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | pintor |
Emeric Racz Marcier (Cluj, 21 de novembro de 1916 — Paris, 1 de setembro de 1990) foi um pintor e muralista romeno naturalizado brasileiro.[1]
Embora tenha feito frequentes viagens à Europa, passou a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro e em Barbacena. Sua obra é centrada nas paisagens e temas religiosos, aliando o ideário do expressionismo europeu aos sentimentos do barroco mineiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Marcier viveu em Bucareste e, de 1935 até 1938, estudou na Real Academia de Belas Artes de Brera (Accademia di Belli Arti de Brera), em Milão,[1] conhecendo a pintura italiana do pré-renascimento. Em 1939, ele fez um curso de escultura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em Paris,[1] onde montou seu ateliê. Formou-se na Brera defendendo tese sobre Pablo Picasso.
Em 1940, em conseqüência da Segunda Guerra Mundial, Marcier foi a Lisboa, onde se instalou na casa de Árpád Szenes e de Maria Helena Vieira da Silva.[1] Colaborou com a revista Presença, mantendo contato com escritores portugueses.[1]
No mesmo ano Marcier chegou à capital fluminense, onde foi acolhido por Jorge de Lima e por Mário de Andrade.[1] Acabou naturalizando-se brasileiro.
Colaborou com a revista O Cruzeiro, viajando, em 1942, entre diversas cidades históricas mineiras. Entre 1947 e 1950, começou a trabalhar em obras murais, baseado na arte mural italiana dos [[século XIII|séculos XIII]] e [[século XIV|XIV]] (ver afresco). Marcier executou murais com temas religiosos em Barbacena, que se tornou o seu modelo de paisagens, na Capela Cristo Rei de Mauá, no ABC Paulista[2] e no antigo convento dos Dominicanos (hoje Escola da Serra) em Belo Horizonte, onde pintou o "Encontro em Emaús", afresco que foi restaurado em 2009. A partir de 1971, sua morada passou a ser definitivamente o Rio de Janeiro.[1]
Judeu por nascimento, Emeric Marcier converteu-se ao catolicismo após conhecer a arte barroca de Minas. Casou-se com Julia Weber Vieira da Rosa, uma tradutora e enfermeira da Cruz Vermelha, e teve sete filhos no Brasil; entre eles, está Jorge Tobias Marcier (1948-1982), que foi pintor como o pai.
Marcier morreu em Paris, de enfarte. No dia 6 foi sepultado em Barbacena, para onde seu corpo fora trasladado.[3]
Marcier deixou um livro de memórias, editado após a sua morte pela Livraria Francisco Alves Editora, o Deportado para a vida.
Homenagem em Barbacena
[editar | editar código-fonte]Com sua história de vida ligada à cidade de Barbacena, onde nasceram alguns dos seus filhos com a esposa Julita, em 1996 a Prefeitura adquiriu o Sítio Sant'Anna, onde erguera sua residência. A casa, tombada pelo patrimônio histórico municipal, passou a ser a sede do Museu Casa de Marcier, e seu entorno constitui o Parque Emeric Marcier. Localizados à Estrada do Faria s/nº, Bairro Monte Mário. Em 2004 a propriedade foi entregue à comunidade, após restauração.[4]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e f g Itaú Cultural. «Marcier, Emeric (1916 - 1990)». Enciclopédia Itaú de Artes Visuais. Consultado em 30 de maio de 2011
- ↑ «Pintura Muralista da Capela da Santa Casa de Mauá é tombada». Consultado em 17 de setembro de 2019
- ↑ «Datas». Abril. Revista Veja (1147). 82 páginas
- ↑ Ilton José de Cerqueira Filho. «Museu Casa de Marcier - Um Tributo ao Pintor de Jesus Cristo». Revista Museu. Consultado em 30 maio de 2011
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Sant'Anna, Affonso Romano. Estória dos sofrimentos, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo na pintura de Emeric Marcier. Ruy Sampaio. Rio de Janeiro, Pinakotheke, 1983. (História da pintura brasileira, série especial, 8).
- Marcier, Emeric. Deportado para a vida: autobiografia. Rio de Janeiro: F. Alves, 2004. 420p., ISBN 8526504649
- Marcier, Emeric. Emeric Marcier na coleção Anita e Samuel Malamud: encontro de colecionadores. Rio de Janeiro: Museu da Chácara do Céu, 2009. 39p.[1]