Saltar para o conteúdo

Júlio César Machado: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Etiquetas: Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 69: Linha 69:
*''[[iarchive:manhsenoites00mach|Manhãs e noites]]'' (colectânea em livro de folhetins do autor, 1873);
*''[[iarchive:manhsenoites00mach|Manhãs e noites]]'' (colectânea em livro de folhetins do autor, 1873);
*A Sra está deitada: comedia em um acto (peça, 1873)
*A Sra está deitada: comedia em um acto (peça, 1873)
*''Lisboa na rua - Volume 1'' (guia turístico?, 1874);
*''Lisboa na rua - Volume 1'' (guia turístico?, 1874; n.ed.: Lisboa, Frenesi, 2002).
*''[[iarchive:ostheatrosdelisb00machuoft|Os theatros de Lisboa]]'' (guia cultural, 1874);
*''[[iarchive:ostheatrosdelisb00machuoft|Os theatros de Lisboa]]'' (guia cultural, 1874; n. ed.: Lisboa, Frenesi, 2002).
* Introdução a ''Banhos de Caldas e águas minerais'' de [[Ramalho Ortigão]] (1875);
* Introdução a ''Banhos de Caldas e águas minerais'' de [[Ramalho Ortigão]] (1875);
* ''[[iarchive:lisboadehontem00mach|Lisboa de ontem]]'' (livro de história/guia turístico, 1877);
* ''[[iarchive:lisboadehontem00mach|Lisboa de ontem]]'' (livro de história/guia turístico, 1877);

Revisão das 06h11min de 17 de janeiro de 2017

Júlio César Machado
Júlio César Machado
Júlio César Machado, jornalista e olisipógrafo, fotografado por Fillon
Nascimento 1 de outubro de 1835
São Mamede (Lisboa), Portugal
Morte 12 de janeiro de 1890 (54 anos)
Coração de Jesus (Lisboa), Portugal
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Escritor

Júlio César Machado, (Lisboa, 1 de Outubro de 1835 – idem, 12 de Janeiro de 1890) foi um escritor português do século XIX. Frequentou o Colégio Militar.

Biografia

Filho de Luís Maria Cesário da Costa Machado e de Maria Inácia Eulália Marques Fortes Machado.

Escreveu biografias, comédias, contos, crónicas, dramas e romances. Trabalhou como folhetinista no Diário de Notícias[1] e colaborou com alguns textos da sua autoria no Paquete do Tejo [2] (1866-1867), Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [3] (1859-1865), Renascença [4] (1878-1879?) e Ribaltas e Gambiarras [5] (1881). Com o apoio de Camilo Castelo Branco publicou no jornal “A Semana” o seu romance “Estrela d’Alva” em formato de folhetim. Nas suas obras retratou a vida lisboeta, da sua época, de forma crítica e humorística. Passava os seus tempos livres na pequena localidade de A-dos-Ruivos, no concelho de Bombarral, e por esse facto o seu nome consta na toponímia duma das artérias locais, precisamente aquela onde se localizava a sua casa, rua na qual foi erigido também um busto em sua homenagem.

Ironicamente, a sua vida, consagrada à escrita humorística do quotidiano, terminaria num ambiente de tragédia familiar. Dois meses depois do suicídio do filho único, no mesmo ano da morte do seu grande amigo Camilo Castelo Branco, Júlio César Machado, não resistindo à dor provocada pelo suicídio do único filho, pôs termo à vida na sua casa, um terceiro andar do número 2 da Travessa do Moreira ao Salitre, em Lisboa. Mais tarde a artéria passou a chamar-se Rua de Júlio César Machado, ficando a casa assinalada com uma placa comemorativa da efeméride.

Foi na manhã de 12 de Janeiro de 1890, num gesto premeditado. O escritor e sua mulher, Maria das Dores da Silva Machado, arranjaram-se como se fossem fazer uma visita. Júlio César chamou a velha criada, Maria José, há mais de meio século ao serviço da família, e mandou-a à Baixa, à Rua do Ouro, comprar o jornal "Le Fígaro". Quando a criada regressou com o jornal, um estranho quadro a aguardava: o casal jazia no chão, num lago de sangue — o patrão morto e a esposa moribunda. Ambos tinham golpeado os pulsos com tal violência que se viam os ossos. Como espectador daquela cena macabra, o retrato do filho, que propositadamente fora retirado da parede e colocado na mesa, ante a qual tudo se desenrolara. Maria das Dores resistiu. Durante mais de três meses obrigaram-na a lutar com a morte. Ficou-lhe o braço esquerdo paralisado e o luto pelo filho e pelo marido.

O jornalista e escritor vivia obcecado pelo filho. Criara-o, digamos assim, com excesso de enlevo. Estroina, muitos desgostos deu o moço ao pai, acabando por tentar o suicídio a tiro, dentro de um comboio, a 13 de Outubro de 1889, ficando numa agonia que demorou dois dias, falecendo dia 15. Tinha 17 anos. O desgosto prostrou Júlio César Machado e a esposa, que, desde então, até ao segundo acto da tragédia, deixaram de contactar com os seus amigos. Tanto quanto sabemos, antes de o casal cortar as veias, com uma grande raiva, o escritor, em vão, tentou enforcar-se.

O escritor morre, para consternação dos seus contemporâneos, que lhe admiravam o estilo claro e ligeiro, o tom coloquial e humorístico, a atenção aos temas do quotidiano. Ramalho Ortigão, como ele cronista, escreveria mais tarde: "Em toda a sua obra, nos folhetins e nos livros, há uma larga claridade hospitaleira de toalha lavada, de jantar servido ao ar livre dos campos".

"Mas como pôde este Júlio, tão alegre, tão moço, sempre tão acostumado a rir, tão interessado pelo mundo, tão apegado à vida que até parecia disposto a não envelhecer jamais, tão delicado e gentil nos seus pensamentos e nos seus actos, acabar sinistramente, num drama de sangue que só de recordá-lo sente a gente o coração constranger-se?" Recordava assim Alberto Pimentel aquele domingo de Janeiro de há um século.

Hoje, podemos vê-lo, em estátua de bronze, da autoria de Simões de Almeida, no Cemitério do Alto de São João, na capital. Foi essa a maior das homenagens póstumas que lhe prestaram os seus amigos.[1]

Obras

Entre as suas obras contam-se:

Referência

  1. a b Trindade, Luís (2007) Primeiras Páginas - O século XX nos jornais portugueses, Tinta-da-China, p. 18
  2. Rita Correia (12 de março de 2013). «O paquete do Tejo (1866-1867)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 20 de fevereiro de 2015 
  3. Pedro Mesquita (06 de dezembro de 2013). «Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Abril de 2014  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. Helena Roldão (03 de outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de março de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Pedro Mesquita (26 de março de 2013). «Ficha histórica:Ribaltas e gambiarras (1881)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de junho de 2015 
  6. Incluindo um conto famoso, Uma Récita de Roberto do Diabo, por vezes editado sozinho
  7. Novamente editado pela Lello Universal em 1977
  8. Catálogo duma Leilão da Livraria dum 'Distinto Bibliofilo', Porto 1934
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.