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Introdução. Ex maior anfíbio.
Introdução


== Anarquismo uruguaio no século XIX ==
Fóssil vivo.
O anarquismo chegou ao Uruguai através da imigração de trabalhadores Europeus, especialmente da [[Itália]] e [[Espanha]], no período após a [[Guerra Grande]]. Precedentes para o surgimento dos ideais anarquistas no Uruguai incluíram a infiltração do pensamento [[Socialismo utópico|socialista utópico]] entre intelectuais; As ideias de [[Conde de Saint-Simon|Saint-Simon]] particularmente tiveram alguma influência entre os seguidores do "herói de dois mundos" [[Giuseppe Garibaldi]]. Os ideais de [[Pierre-Joseph Proudhon]] também influenciaram [[Sociedade de socorro mútuo|Sociedades de Socorro Mútuo]] no país.{{Sfn|Cappelletti|1990|p=42}}{{Sfn|Muñoz|2011|p=9}}


Em 1872, é fundada a Seção Uruguaia da [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] (AIT-SU), sem no entanto entrar de fato em atividade até 1875.{{Sfn|Araújo|2012|p=35}}{{Sfn|Corrêa|2022|p=318}} Com a [[Associação Internacional dos Trabalhadores#Cisão e crise|ruptura entre as facções marxista e bakuninista]] dentro da internacional, a AIT-SU se aproximou da [[Federação do Jura]] e afirmou sua tendência [[Federalismo|federalista]] e anarquista.{{Sfn|Cappelletti|1990|p=42}} A AIT-SU se dissolveu ao final dos anos 1880. Concomitantemente à formação da AIT-SU, surge a ''Federación Regional de la República Oriental del Uruguay'' (FRROU), [[Sindicalismo revolucionário|sindicalista revolucionária]], mas inicialmente com pouco alcance entre os trabalhadores do país. Em 1897, é criado o Centro Internacional de Estudos Sociais (CIES)'','' que se torna um polo aglutinador de anarquistas e libertários no Uruguai.{{Sfn|Muñoz|2011|p=11}}
Ameaçada de extinção.


Neste período, havia uma relativa falta de unidade no movimento anarquista no Uruguai. Apesar disso, publicações libertárias de [[Correntes do anarquismo|diversas correntes]] tiveram altas tiragens e um alcance atípico, se comparadas às publicações anarquistas de outros países latino-americanos.{{Sfn|Araújo|2012|pp=38 e 44}}
Nome chinês.


== Anarquismo na primeira metade do século XX ==
== Taxonomia ==
A salamandra-gigante-da-china foi descrita pela primeira vez em 1871.


=== Hegemonia anarquista no movimento operário ===
Separação da salamandra japonesa. Junção com a salamandra su-china. Estudo 2019, complexo de espécies.
A falta de unidade entre os anarquistas é amenizada em 1905 com a fundação da ''Federación Obrera Regional Uruguaya'' (FORU,) de tendência [[Anarcossindicalismo|anarcossindicalista]]. Por sua influência, uma série de greves ocorrem em 1905, principalmente em Montevidéu.{{Sfn|Muñoz|2011|p=12}} O crescimento da FORU foi acelerado, e já em 1911 estavam afiliados à organização cerca de 90.000 dos 117.000 operários registrados no Uruguai, ou seja, quase 77% da força de trabalho industrial do país.{{Sfn|Cappelletti|1990|p=44}}{{Sfn|Corrêa|2022|p=323}} Isso deu aos anarquistas uma hegemonia quase total sobre o movimento operário uruguaio.


<u>Anarcafeminismo. ''Emancipación.'' María Collazo. Estrangeiras: Virginia Bolten.</u>
Parentesco com salamandra suiça


Além da classe operária, o anarquismo também teve uma grande influencia na [[Artista|classe artística]]. [[Florencio Sánchez]], um dos maiores expoentes do [[teatro]] [[Rio-pratense|''rioplatense'']], também foi um dos maiores expoentes do anarquismo no Uruguai.<ref>{{Citar web|ultimo=Pigna|primeiro=Felipe|url=https://www.elhistoriador.com.ar/homenaje-de-anarquistas-a-florencio-sanchez/|titulo=Homenaje de anarquistas a Florencio Sánchez|data=2018-08-01|acessodata=2023-09-03|website=El Historiador|lingua=es}}</ref> Sánchez escreveu e foi redator do diário anarquista portenho [[La Protesta]] e colaborou, entre outras, com a revista El Sol, dirigida por [[Alberto Ghiraldo]]. Em sua obra teatral, as críticas ao Estado burguês, a exaltação da luta de classes e a promoção de valores libertários são recorrentes.{{Sfn|Cappelletti|1990|pp=46-47}} Além de Sánchez, outros escritores se identificaram, por mais ou menos tempo, com o anarquismo. Entre eles pode-se citar o contista [[Horacio Quiroga]] e os poetas [[Julio Herrera y Reissig]] e [[Roberto de las Carreras]], entre outros.{{Sfn|Cappelletti|1990|pp=48-50}} A maioria destes artistas eram conectados, direta ou indiretamente, ao CIES. Em termos proporcionais, a hegemonia no meio operário somada à influência no meio artístico deu ao Uruguai da época um dos maiores e mais influentes movimentos libertários do mundo. O anarquismo, porém, teve pouca influência entre o [[campesinato]] uruguaio da época.
== Descrição ==
Física.


==== "Anarcobatallismo" ====
Peso e comprimento. Ex-maior anfíbio.
A unidade alcançada pelo movimento libertário no Uruguai foi abalada por uma série de fatores nos anos 1910. Um desses fatores foi o apoio de uma parte substancial do movimento anarquista à segunda presidência de [[José Batlle]], um político da ala esquerda do [[Partido Colorado (Uruguai)|Partido Colorado]].{{Sfn|Peterson|2015|p=118}}{{Sfn|Muñoz|2011|p=55}} As políticas de Batlle, preludiando o [[populismo]] latinoamericano de figuras como [[Juan Domingo Perón]] e [[Getúlio Vargas]], traziam uma série de reformas, beneficiando os trabalhadores a partir de uma via institucional, ao mesmo tempo que reprimiam as tendências mais radicais do movimento sindical.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/biography/Jose-Batlle-y-Ordonez|titulo=José Batlle y Ordóñez {{!}} Uruguayan President & Political Reformer {{!}} Britannica|acessodata=2023-09-04|website=www.britannica.com|lingua=en}}</ref> Batlle, porém, fazia questão de defender militantes anarquistas e operários grevistas em retórica e, em certo nível em sua prática política. Esse fator, juntamente com seu [[anticlericalismo]], levou ao apoio a sua segunda presidência por uma série de figuras importantes dentro do anarquismo uruguaio. O apoio dos que vieram a ser chamados de "anarcobatllistas"{{Sfn|Peterson|2015|p=118}} a um político parlamentar não ocorreu sem desafios vindos do próprio campo libertário, e debates acalorados ocorreram entre anarquistas, primeiro dentro do CIES, e depois em jornais e revistas.{{Sfn|Peterson|2015|pp=125-126 e 130-131}}


Essas divisões, porém, longe de enfraquecer a FORU, aconteceram durante o ápice de seu poder. Foi em 1911 que a FORU liderou a primeira [[greve geral]] na história do Uruguai, paralisando completamente Montevidéu por três dias e impactando em menor nível o interior do país.{{Sfn|Muñoz|2011|pp=61-71}} A greve geral contou com o apoio de Batlle, sob a condição de que fossem respeitadas a "lei e a ordem."{{Sfn|Peterson|2015|p=136}} Outra greve geral convocada pela FORU em 1918 durou uma semana e envolveu conflitos violentos.{{Sfn|Araújo|2012|p=119}}
Idade. Metabolismo lento.


=== Influência da Revolução Russa ===
== Distribuição e conservação ==
Em 1917, eclode a [[Revolução de Fevereiro]] na [[Russia]], que dá inicio ao processo que culminará na formação da [[União Soviética]]. A revolução é inicialmente muito bem recebida pelos anarquistas uruguaios, ainda que, em alguns casos, com ressalvas.{{Sfn|Araújo|2012|p=74-77}} A subsequente [[Revolução de Outubro]] foi recebida de forma muito mais polarizada, com parte do movimento anarquista declarando apoio enfático a ela, e parte se aproximando cautelosamente ou mesmo negando que o programa dos [[bolcheviques]] era de fato revolucionário. Um dos representantes do primeiro campo, o jornal ''La Batalla'', de imediato tomou os [[Soviets|''soviets'']] como um possível modelo para a [[revolução social]] anarquista, afirmando em novembro:{{Sfn|Araújo|2012|pp=101-102}}
Centro, sul, sudeste china.
{{Citação2|As assembleias do povo, das cidades, das aldeias e dos campos, são as únicas reguladoras da vida e suas resoluções para sua realização possuem assim a força moral suficiente para ser executadas, posto que têm a sanção da maioria do povo. Os Soviets, que a burguesia e o povo ignaro chamam “governo revolucionário”, são simples delegações do povo encarregadas de certos atos nos quais é imprescindível que apareçam poucos indivíduos [...] É imperioso, então, que os revolucionários de todos os países saibam agir, tal como os revolucionários da Rússia: com inteligência e energia. Preparem-se!}}
''La Batalla'' chegou a afirmar que a Revolução Russa na verdade tinha uma natureza anarquista, e não [[Socialista|socialista,]]{{Sfn|Araújo|2012|p=108}} e a FORU chegou a proclamar a criação de um ''soviet'' em 1918. O apoio anarquista à Revolução Russa, no entanto, diminuiu ao longo dos anos seguintes, particularmente entre 1920 e 1921, com a divulgação da repressão bolchevique ao [[Exército Insurgente Makhnovista]], anarquista, e à [[Revolta de Kronstadt]], para além da fundação do [[Partido Comunista do Uruguai]] (PCU). O apoio ou não à Revolução Russa e a crença ou não na legitimidade das notícias sobre a [[Repressão política|repressão]] em Kronstadt gerou uma cisão na FORU, fundando assim o ''Comité Pro Unidad Obrera'' e, em 1923, a ''Unión Sindical Uruguaya''.{{Sfn|Araújo|2012|pp=153-155}} Nenhum dos sindicatos voltou a alcançar a relevância que a FORU tinha antes da cisão. Logo em seguida, tem início a ditadura de [[Gabriel Terra]], que contou com uma repressão violenta aos veículos de comunicação de esquerda e à atividade sindical anarquista. Ao começo dos anos 1930, o movimento operário no Uruguai já era hegemonizado pelo PCU.{{Sfn|Cappelletti|1990|p=45}}


== Anarquismo na segunda metade do século XX ==
Introdução em habitats exótico


=== Formação da Federação Anarquista Uruguaia ===
Riachos de montanhas. Águas rasas.
Hegemonia comunista. Voluntad. Greve industria carne.


Fundação em 1956. Situação de unidade. Conferencia em 1957. Lucha Libertaria. Atuação em sindicatos
== Alimentação ==
Carnívora. Animais pequenos. Canibalismo.


==== Impacto da Revolução Cubana na FAU ====
Quase cega. Caça com outros sentidos. Mordida forte.
Apoio inicial da FAU à revolução. Debates internos sobre luta armada. Racha.


Anarquistas tradicionais. Luce Fabbri. Estudantes. Acción Libertária Uruguaya. Pacifismo. Sintesismo. Comunalismo experimental. Comunidad del Sur.
== Reprodução ==


Anarquistas fauistas. Luta de classes. Luta armada. Organizacionismo. Tentativa de apoio de cuba. Colaboração com a esquerda. El coordinador. Divisão com o Tupamaros.
== Declínio populacional ==
Super ameaçada de extinção


''Juventud Libertaria.''
Destruição de habitat. Mineração.


=== Anarquismo no movimento sindical dissidente ===
Caça excessiva.
Formação da CNT. Tendencia Combativa.


Greves. ROE. OPR33 e estratégia armada da FAU. 1972 "ano de fúria." Experiencias de autogestão.
Ameaçada pelo aquiecimento global.


=== Anarquismo uruguaio durante a ditadura civil-militar (1973-1985) ===
=== Conservação ===
Exílio de membros da FAU. Desaparecimento e perseguiçao na Argentina. Formação do PVP. Propaganda. ViloX
Criação em cativeiro. Industria. Zoológicos.

Exílio de membros da Comunidad del Sur. Trabalho na Suécia.

=== Anarquismo uruguaio da redemocratização ao presente (1985 em diante) ===
Ruptura do PVP com o anarquismo. Refundação da FAU. Influencia internacional do especifismo. Atuação continua na CNT.

Refundação da Comunidad del Sur. Anarquismo na contracultura. Taller A. Anarquismo na arte.

Resistencia nos anos 2010 e 2020. Anti securitarismo.

{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{Citar tese|url=https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-92JGSR/1/disserta__o_george_ara_jo.pdf|titulo=O impacto da Revolução Russa no movimento anarquista uruguaio (1917-1921)|tipo=Tese|grau=Mestrado|universidade=Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais|ano=2012|local=Belo Horizonte|sobrenome=Araújo|nome=George Fellipe Zeidan Vilela.|ref=harv}}

{{Citar livro|título=El Anarquismo en America Latina|ultimo=Cappelletti|primeiro=Ángel|editora=Biblioteca Ayacucho|ano=1990|local=Caracas|lingua=es|isbn=9802761168|ref=harv}}

{{Citar livro|título=Bandeira Nengra|ultimo=Corrêa|primeiro=Felipe|editora=Autonomia Literária|ano=2022|local=São Paulo|lingua=|isbn=978-65-87233-79-6|ref=harv|subtítulo=Rediscutindo o Anarquismo|edicao=2ª ed.}}

{{Citar livro|título=La Primera Huelga General en el Uruguay|ultimo=Muñoz|primeiro=Pascual|editora=La Turba Ediciones|ano=2011|local=Montevideo|lingua=es|ref=harv|subtítulo=23 de Mayo de 1911}}

{{Citar periódico |url= |título=''From anarchists to “anarcho-Batllistas,"''Populism and Labor Legislation in Uruguay |periódico=''In Defiance of Boundaries'', Anarchism in Latin American History |ultimo=Peterson |primeiro=Lars |ano=2015 |editor-sobrenome=Laforcade |editor-nome=Geoffroy de |lingua=en |isbn=978-0-8130-6110-8 |ref=harv |editor-sobrenome2=Shaffer |editor-nome2=Kirwin}}

Revisão das 21h11min de 26 de setembro de 2023

Introdução

Anarquismo uruguaio no século XIX

O anarquismo chegou ao Uruguai através da imigração de trabalhadores Europeus, especialmente da Itália e Espanha, no período após a Guerra Grande. Precedentes para o surgimento dos ideais anarquistas no Uruguai incluíram a infiltração do pensamento socialista utópico entre intelectuais; As ideias de Saint-Simon particularmente tiveram alguma influência entre os seguidores do "herói de dois mundos" Giuseppe Garibaldi. Os ideais de Pierre-Joseph Proudhon também influenciaram Sociedades de Socorro Mútuo no país.[1][2]

Em 1872, é fundada a Seção Uruguaia da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT-SU), sem no entanto entrar de fato em atividade até 1875.[3][4] Com a ruptura entre as facções marxista e bakuninista dentro da internacional, a AIT-SU se aproximou da Federação do Jura e afirmou sua tendência federalista e anarquista.[1] A AIT-SU se dissolveu ao final dos anos 1880. Concomitantemente à formação da AIT-SU, surge a Federación Regional de la República Oriental del Uruguay (FRROU), sindicalista revolucionária, mas inicialmente com pouco alcance entre os trabalhadores do país. Em 1897, é criado o Centro Internacional de Estudos Sociais (CIES), que se torna um polo aglutinador de anarquistas e libertários no Uruguai.[5]

Neste período, havia uma relativa falta de unidade no movimento anarquista no Uruguai. Apesar disso, publicações libertárias de diversas correntes tiveram altas tiragens e um alcance atípico, se comparadas às publicações anarquistas de outros países latino-americanos.[6]

Anarquismo na primeira metade do século XX

Hegemonia anarquista no movimento operário

A falta de unidade entre os anarquistas é amenizada em 1905 com a fundação da Federación Obrera Regional Uruguaya (FORU,) de tendência anarcossindicalista. Por sua influência, uma série de greves ocorrem em 1905, principalmente em Montevidéu.[7] O crescimento da FORU foi acelerado, e já em 1911 estavam afiliados à organização cerca de 90.000 dos 117.000 operários registrados no Uruguai, ou seja, quase 77% da força de trabalho industrial do país.[8][9] Isso deu aos anarquistas uma hegemonia quase total sobre o movimento operário uruguaio.

Anarcafeminismo. Emancipación. María Collazo. Estrangeiras: Virginia Bolten.

Além da classe operária, o anarquismo também teve uma grande influencia na classe artística. Florencio Sánchez, um dos maiores expoentes do teatro rioplatense, também foi um dos maiores expoentes do anarquismo no Uruguai.[10] Sánchez escreveu e foi redator do diário anarquista portenho La Protesta e colaborou, entre outras, com a revista El Sol, dirigida por Alberto Ghiraldo. Em sua obra teatral, as críticas ao Estado burguês, a exaltação da luta de classes e a promoção de valores libertários são recorrentes.[11] Além de Sánchez, outros escritores se identificaram, por mais ou menos tempo, com o anarquismo. Entre eles pode-se citar o contista Horacio Quiroga e os poetas Julio Herrera y Reissig e Roberto de las Carreras, entre outros.[12] A maioria destes artistas eram conectados, direta ou indiretamente, ao CIES. Em termos proporcionais, a hegemonia no meio operário somada à influência no meio artístico deu ao Uruguai da época um dos maiores e mais influentes movimentos libertários do mundo. O anarquismo, porém, teve pouca influência entre o campesinato uruguaio da época.

"Anarcobatallismo"

A unidade alcançada pelo movimento libertário no Uruguai foi abalada por uma série de fatores nos anos 1910. Um desses fatores foi o apoio de uma parte substancial do movimento anarquista à segunda presidência de José Batlle, um político da ala esquerda do Partido Colorado.[13][14] As políticas de Batlle, preludiando o populismo latinoamericano de figuras como Juan Domingo Perón e Getúlio Vargas, traziam uma série de reformas, beneficiando os trabalhadores a partir de uma via institucional, ao mesmo tempo que reprimiam as tendências mais radicais do movimento sindical.[15] Batlle, porém, fazia questão de defender militantes anarquistas e operários grevistas em retórica e, em certo nível em sua prática política. Esse fator, juntamente com seu anticlericalismo, levou ao apoio a sua segunda presidência por uma série de figuras importantes dentro do anarquismo uruguaio. O apoio dos que vieram a ser chamados de "anarcobatllistas"[13] a um político parlamentar não ocorreu sem desafios vindos do próprio campo libertário, e debates acalorados ocorreram entre anarquistas, primeiro dentro do CIES, e depois em jornais e revistas.[16]

Essas divisões, porém, longe de enfraquecer a FORU, aconteceram durante o ápice de seu poder. Foi em 1911 que a FORU liderou a primeira greve geral na história do Uruguai, paralisando completamente Montevidéu por três dias e impactando em menor nível o interior do país.[17] A greve geral contou com o apoio de Batlle, sob a condição de que fossem respeitadas a "lei e a ordem."[18] Outra greve geral convocada pela FORU em 1918 durou uma semana e envolveu conflitos violentos.[19]

Influência da Revolução Russa

Em 1917, eclode a Revolução de Fevereiro na Russia, que dá inicio ao processo que culminará na formação da União Soviética. A revolução é inicialmente muito bem recebida pelos anarquistas uruguaios, ainda que, em alguns casos, com ressalvas.[20] A subsequente Revolução de Outubro foi recebida de forma muito mais polarizada, com parte do movimento anarquista declarando apoio enfático a ela, e parte se aproximando cautelosamente ou mesmo negando que o programa dos bolcheviques era de fato revolucionário. Um dos representantes do primeiro campo, o jornal La Batalla, de imediato tomou os soviets como um possível modelo para a revolução social anarquista, afirmando em novembro:[21]

As assembleias do povo, das cidades, das aldeias e dos campos, são as únicas reguladoras da vida e suas resoluções para sua realização possuem assim a força moral suficiente para ser executadas, posto que têm a sanção da maioria do povo. Os Soviets, que a burguesia e o povo ignaro chamam “governo revolucionário”, são simples delegações do povo encarregadas de certos atos nos quais é imprescindível que apareçam poucos indivíduos [...] É imperioso, então, que os revolucionários de todos os países saibam agir, tal como os revolucionários da Rússia: com inteligência e energia. Preparem-se!

La Batalla chegou a afirmar que a Revolução Russa na verdade tinha uma natureza anarquista, e não socialista,[22] e a FORU chegou a proclamar a criação de um soviet em 1918. O apoio anarquista à Revolução Russa, no entanto, diminuiu ao longo dos anos seguintes, particularmente entre 1920 e 1921, com a divulgação da repressão bolchevique ao Exército Insurgente Makhnovista, anarquista, e à Revolta de Kronstadt, para além da fundação do Partido Comunista do Uruguai (PCU). O apoio ou não à Revolução Russa e a crença ou não na legitimidade das notícias sobre a repressão em Kronstadt gerou uma cisão na FORU, fundando assim o Comité Pro Unidad Obrera e, em 1923, a Unión Sindical Uruguaya.[23] Nenhum dos sindicatos voltou a alcançar a relevância que a FORU tinha antes da cisão. Logo em seguida, tem início a ditadura de Gabriel Terra, que contou com uma repressão violenta aos veículos de comunicação de esquerda e à atividade sindical anarquista. Ao começo dos anos 1930, o movimento operário no Uruguai já era hegemonizado pelo PCU.[24]

Anarquismo na segunda metade do século XX

Formação da Federação Anarquista Uruguaia

Hegemonia comunista. Voluntad. Greve industria carne.

Fundação em 1956. Situação de unidade. Conferencia em 1957. Lucha Libertaria. Atuação em sindicatos

Impacto da Revolução Cubana na FAU

Apoio inicial da FAU à revolução. Debates internos sobre luta armada. Racha.

Anarquistas tradicionais. Luce Fabbri. Estudantes. Acción Libertária Uruguaya. Pacifismo. Sintesismo. Comunalismo experimental. Comunidad del Sur.

Anarquistas fauistas. Luta de classes. Luta armada. Organizacionismo. Tentativa de apoio de cuba. Colaboração com a esquerda. El coordinador. Divisão com o Tupamaros.

Juventud Libertaria.

Anarquismo no movimento sindical dissidente

Formação da CNT. Tendencia Combativa.

Greves. ROE. OPR33 e estratégia armada da FAU. 1972 "ano de fúria." Experiencias de autogestão.

Anarquismo uruguaio durante a ditadura civil-militar (1973-1985)

Exílio de membros da FAU. Desaparecimento e perseguiçao na Argentina. Formação do PVP. Propaganda. ViloX

Exílio de membros da Comunidad del Sur. Trabalho na Suécia.

Anarquismo uruguaio da redemocratização ao presente (1985 em diante)

Ruptura do PVP com o anarquismo. Refundação da FAU. Influencia internacional do especifismo. Atuação continua na CNT.

Refundação da Comunidad del Sur. Anarquismo na contracultura. Taller A. Anarquismo na arte.

Resistencia nos anos 2010 e 2020. Anti securitarismo.

Referências

  1. a b Cappelletti 1990, p. 42.
  2. Muñoz 2011, p. 9.
  3. Araújo 2012, p. 35.
  4. Corrêa 2022, p. 318.
  5. Muñoz 2011, p. 11.
  6. Araújo 2012, pp. 38 e 44.
  7. Muñoz 2011, p. 12.
  8. Cappelletti 1990, p. 44.
  9. Corrêa 2022, p. 323.
  10. Pigna, Felipe (1 de agosto de 2018). «Homenaje de anarquistas a Florencio Sánchez». El Historiador (em espanhol). Consultado em 3 de setembro de 2023 
  11. Cappelletti 1990, pp. 46-47.
  12. Cappelletti 1990, pp. 48-50.
  13. a b Peterson 2015, p. 118.
  14. Muñoz 2011, p. 55.
  15. «José Batlle y Ordóñez | Uruguayan President & Political Reformer | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 4 de setembro de 2023 
  16. Peterson 2015, pp. 125-126 e 130-131.
  17. Muñoz 2011, pp. 61-71.
  18. Peterson 2015, p. 136.
  19. Araújo 2012, p. 119.
  20. Araújo 2012, p. 74-77.
  21. Araújo 2012, pp. 101-102.
  22. Araújo 2012, p. 108.
  23. Araújo 2012, pp. 153-155.
  24. Cappelletti 1990, p. 45.

Bibliografia

Araújo, George Fellipe Zeidan Vilela. (2012). O impacto da Revolução Russa no movimento anarquista uruguaio (1917-1921) (PDF) (Tese de Mestrado). Belo Horizonte: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais 

Cappelletti, Ángel (1990). El Anarquismo en America Latina (em espanhol). Caracas: Biblioteca Ayacucho. ISBN 9802761168 

Corrêa, Felipe (2022). Bandeira Nengra. Rediscutindo o Anarquismo 2ª ed. ed. São Paulo: Autonomia Literária. ISBN 978-65-87233-79-6 

Muñoz, Pascual (2011). La Primera Huelga General en el Uruguay. 23 de Mayo de 1911 (em espanhol). Montevideo: La Turba Ediciones 

Peterson, Lars (2015). Laforcade, Geoffroy de; Shaffer, Kirwin, eds. «From anarchists to "anarcho-Batllistas,"Populism and Labor Legislation in Uruguay». In Defiance of Boundaries, Anarchism in Latin American History (em inglês). ISBN 978-0-8130-6110-8