Convento de Corpus Christi: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Conv corpus christi 2.JPG|thumb|Convento de Corpus Christi, Vila Nova de Gaia.]]
O '''Convento de Corpus Christi''', também conhecido como '''Instituto do Bom Pastor''', é um antigo edifício religioso localizado na freguesia de [[Santa Marinha (Vila Nova de Gaia)|Santa Marinha]], em [[Vila Nova de Gaia]], [[Portugal]].
[[Ficheiro:Conv corpus christi 5.JPG|thumb|Convento de Corpus Christi, pátio interno e fachada da Igreja.]]


==Caraterização==
A atual [[igreja]] do Convento de Corpus Christi, da [[Ordem de São Domingos]], é de [[Barroco em Portugal|estilo barroco joanino]], de planta centralizada octogonal, projeto do padre [[Pantaleão da Rocha de Magalhães]], [[arquiteto]] responsável por várias obras no [[Porto]] e arredores, e seguindo o modelo do templo [[Lisboa|lisboeta]] do [[Mosteiro do Bom Sucesso]] de [[Santa Maria de Belém]], pertencente à mesma ordem.


O '''Mosteiro de São Domingos das Donas de Vila Nova de Gaia''', também referido como '''Convento de Corpus Christi''' e '''Instituto do Bom Pastor''', localiza-se na freguesia de [[Santa Marinha (Vila Nova de Gaia)|Santa Marinha]], em [[Vila Nova de Gaia]], no [[Distrito do Porto]], em [[Portugal]].
No interior, destaca-se o cadeiral do [[coro (arquitectura)|coro]] em [[talha dourada]] que remonta à segunda metade do [[século XVII]], onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A [[pintura]] e a imaginária que decoram a igreja (teto do coro alto, espaldar do cadeiral e [[retábulo]]s) apresentam uma [[iconografia]] que se enquadra nas temáticas da Ordem. Representam santos dominicanos e outros, com destaque para três [[Devoção|devoções]] principais: o [[Santo Rosário]], o nome de [[Jesus]] e a [[Eucaristia]].

Encontram-se aqui sepultadas D. [[Leonor de Alvim]], mulher de D. [[Nuno Álvares Pereira]], e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida em [[1355]] e fundadora do convento; também se encontra aqui a arca tumular de [[Álvaro Anes de Cernache]], que foi alferes da bandeira da Ala dos Namorados na [[Batalha de Aljubarrota]].


==História==
==História==
O mosteiro de religiosas dominicanas foi fundado em [[1345]] por D. [[Maria Mendes Petite]], viúva do [[trovador]] dionisino [[Estevão Coelho]], e mãe de [[Pêro Coelho]], um dos participantes do assassínio de D. [[Inês de Castro]].
O convento de religiosas dominicanas remonta ao [[século XIV]], erguido em torno da igreja construída em [[1345]]. Os edifícios conheceram uma degradação gradual provocada pelas constantes cheias do [[rio Douro]], o que originou a edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início em [[1675]] e se prolongaram até ao final do século, de acordo com desenho do padre Pantaleão da Rocha de Magalhães.


A primitiva igreja do convento sofreu uma degradação gradual devido às cheias do [[rio Douro]], o que levou à edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início na segunda metade do [[século XVII]] com traça do padre [[Pantaleão da Rocha de Magalhães]] - responsável por várias obras no [[Porto]] e arredores -, seguindo o modelo do templo [[Lisboa|lisboeta]] do [[Mosteiro do Bom Sucesso]] de [[Santa Maria de Belém]], pertencente à mesma ordem, e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por [[Gregório Fernandes]]. Já no [[século XVIII]] foi construída a fachada em [[estilo barroco]] que antecede o portal da igreja, e onde é patente a influência de [[Nicolau Nasoni]].
Na sequência do triunfo do liberalismo em Portugal, em [[1834]] o convento foi extinto e os seus bens confiscados, vindo a última freira, Marcelina Cândida Viana, a falecer em [[1894]]. Em [[1930]], o edifício foi entregue às irmãs do [[Instituto do Bom Pastor]] que criaram um Instituto Feminino de Educação e Regeneração. O aumento das internadas levou à construção, em [[1940]], da ala poente do convento, de [[arquitetura]] tipicamente [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]]. Tendo-se retirado as religiosas, no início da década de [[1990]], o edifício foi entregue à [[Ordem Soberana e Militar de Malta]].


As funções conventuais extinguiram-se em [[1894]] com a morte da última freira, Marcelina Cândida Viana.
Revertendo para a [[Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia]] em [[2003]], o convento sofreu recentes obras de remodelação, albergando agora uma zona de promoção e comercialização de produtos e atividades de interesse cultural e ainda um polo de [[mestrado]] da [[Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto]].

Em [[1930]], o edifício foi entregue às irmãs do [[Instituto do Bom Pastor]] que criaram um Instituto Feminino de Educação e Regeneração. O aumento das internadas levou à construção, em [[1940]], da ala poente do convento, de [[arquitetura]] tipicamente [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]]. Tendo-se retirado as religiosas, no início da década de [[1990]], o edifício foi entregue à [[Ordem Soberana e Militar de Malta]].

Revertendo para a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em [[2003]], o convento sofreu recentes obras de remodelação, albergando agora um espaço cultural - o Espaço Corpus Christi - e ainda um pólo de [[mestrado]] da [[Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto]].

==Características==
A igreja, de concepção centralizada, organiza-se ao longo de um eixo, com nave de [[planta (geometria descritiva)|planta]] octogonal [[abóbada|abobadada]], [[capela-mor]] a nascente e coros a poente.

No interior, destaca-se o cadeiral do [[coro (arquitectura)|coro]] em [[talha dourada]] que remonta à segunda metade do [[século XVII]], onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A [[pintura]] e a imaginária que decoram a igreja (teto do coro alto, espaldar do cadeiral e [[retábulo]]s) apresentam uma [[iconografia]] que se enquadra nas temáticas da Ordem. Representam santos dominicanos e outros, com destaque para três [[Devoção|devoções]] principais: o [[Santo Rosário]], o nome de [[Jesus]] e a [[Eucaristia]].

Encontram-se aqui sepultadas D. [[Leonor de Alvim]], esposa do Condestável D. [[Nuno Álvares Pereira]], e sua avó, D. [[Maria Mendes Aboim]], falecida em [[1355]] e fundadora do convento; também se encontra aqui a arca tumular de [[Álvaro Anes de Cernache]], que foi alferes da bandeira da [[Ala dos Namorados]] na [[batalha de Aljubarrota]] ([[1385]]).


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Revisão das 21h06min de 22 de agosto de 2010

Convento de Corpus Christi, Vila Nova de Gaia.
Convento de Corpus Christi, pátio interno e fachada da Igreja.


O Mosteiro de São Domingos das Donas de Vila Nova de Gaia, também referido como Convento de Corpus Christi e Instituto do Bom Pastor, localiza-se na freguesia de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, no Distrito do Porto, em Portugal.

História

O mosteiro de religiosas dominicanas foi fundado em 1345 por D. Maria Mendes Petite, viúva do trovador dionisino Estevão Coelho, e mãe de Pêro Coelho, um dos participantes do assassínio de D. Inês de Castro.

A primitiva igreja do convento sofreu uma degradação gradual devido às cheias do rio Douro, o que levou à edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início na segunda metade do século XVII com traça do padre Pantaleão da Rocha de Magalhães - responsável por várias obras no Porto e arredores -, seguindo o modelo do templo lisboeta do Mosteiro do Bom Sucesso de Santa Maria de Belém, pertencente à mesma ordem, e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por Gregório Fernandes. Já no século XVIII foi construída a fachada em estilo barroco que antecede o portal da igreja, e onde é patente a influência de Nicolau Nasoni.

As funções conventuais extinguiram-se em 1894 com a morte da última freira, Marcelina Cândida Viana.

Em 1930, o edifício foi entregue às irmãs do Instituto do Bom Pastor que criaram um Instituto Feminino de Educação e Regeneração. O aumento das internadas levou à construção, em 1940, da ala poente do convento, de arquitetura tipicamente Estado Novo. Tendo-se retirado as religiosas, no início da década de 1990, o edifício foi entregue à Ordem Soberana e Militar de Malta.

Revertendo para a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em 2003, o convento sofreu recentes obras de remodelação, albergando agora um espaço cultural - o Espaço Corpus Christi - e ainda um pólo de mestrado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.

Características

A igreja, de concepção centralizada, organiza-se ao longo de um eixo, com nave de planta octogonal abobadada, capela-mor a nascente e coros a poente.

No interior, destaca-se o cadeiral do coro em talha dourada que remonta à segunda metade do século XVII, onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A pintura e a imaginária que decoram a igreja (teto do coro alto, espaldar do cadeiral e retábulos) apresentam uma iconografia que se enquadra nas temáticas da Ordem. Representam santos dominicanos e outros, com destaque para três devoções principais: o Santo Rosário, o nome de Jesus e a Eucaristia.

Encontram-se aqui sepultadas D. Leonor de Alvim, esposa do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida em 1355 e fundadora do convento; também se encontra aqui a arca tumular de Álvaro Anes de Cernache, que foi alferes da bandeira da Ala dos Namorados na batalha de Aljubarrota (1385).

  • CAMPO BELO, Conde de. O Mosteiro de Corpus Christi de Gaia. 1938.
  • FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime. "Algumas obras seiscentistas no Convento de Corpus Christi", in revista Gaya. Vila Nova de Gaia, 1984
  • FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime. "Magalhães, Padre Pantaleão da Rocha de", in Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa, 1989.
  • GOMES, Paulo Varela. Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII - A Planta Centralizada. Porto, 2001.
  • PACHECO, Hélder. O Grande Porto. Lisboa, 1986.
  • PINTO, Maria Augusta Almeida. "Edifícios religiosos de planta centrada entre Vagos e V. N. de Gaia (faixa litoral)", in Espaço e Memória, Revista de Património. Porto, 1996. pp. 61–79
  • RODRIGUES, Luísa Fernanda Ferreira. O Mosteiro de Corpus Christi de Vila Nova de Gaia. Porto, 1998.
  • SERRÃO, Vítor. O Barroco. Lisboa, 2003.

Ver também

Ligações externas

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