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Revisão das 21h28min de 25 de dezembro de 2011

História da China
História Antiga
Neolítico 8500 AEC – 2070 AEC
Dinastia Xia 2070 AEC – 1600 AEC
Dinastia Shang 1600 AEC – 1046 AEC
Dinastia Zhou 1046 AEC – 256 AEC
 Zhou Ocidental
 Zhou Oriental
   Primaveras e Outonos
   Estados Combatentes
História Imperial
Dinastia Qin 221 AEC – 206 AEC
Dinastia Han 206 AEC – 220 EC
  Han Ocidental
  Dinastia Xin
  Han Oriental
Três Reinos 220–280
  Wei, Shu and Wu
Dinastia Jin 265–420
  Jin Ocidental
  Jin Oriental Dezesseis Reinos
Dinastias do Norte e do Sul
420–589
Dinastia Sui 581–618
Dinastia Tang 618–907
  (Segunda dinastia Zhou 690–705)
Cinco Dinastias
e Dez Reinos

907–960
Dinastia Liao
907–1125
Dinastia Song
960–1279
  Song do Norte Xia Ocidental
  Song do Sul Jin
Dinastia Yuan 1271–1368
Dinastia Ming 1368–1644
Dinastia Qing 1644–1911
História Moderna
República da China 1912–1949
República Popular
da China

1949–presente
República da
China
(Taiwan)

1949–presente
Ficheiro:Huangti.jpg
O Imperador Amarelo 黃帝

Huang Di (黃帝) (pinyin: huángdì) é conhecido no ocidente como o Imperador Amarelo.

É um dos Cinco Imperadores, reis lendários sábios e moralmente perfeitos que teriam governado a China após o período de milênios regido pelos também lendários Três Augustos ou Três Soberanos.

O Imperador Amarelo teria reinado de 2698 AC a 2599 AC. É considerado o ancestral de todos os chineses da etnia Han e o introdutor do antigo calendário chinês.

Conta a tradição que desde criança Huang Di era muito perspicaz, dotado duma inteligência fora do comum e capaz de estabelecer raciocínios avançados, além do normal para a sua idade, sobre os mais variados temas.

Durante o seu reinado Huang Di interessou-se especialmente pela saúde e pela condição humana, questionando os seus ministros-médicos sobre a tradição médica da época.

O Clássico do Imperador Amarelo

Do registro das conversas entre Huang Di e seus ministros surgiu a obra conhecida actualmente como Nei Jing (内經) (pinyin: Nèijīng) - "O Clássico do Imperador Amarelo"[1].

Esta obra é considerada um dos livros fundamentais da medicina tradicional chinesa. Divide-se em dois livros, de 81 capítulos cada um:

  • O Su Wen - "Tratado de Medicina Interna"
  • e o Ling Shu - "O Pivot Maravilhoso".

Além de uma concepção sobre a patologia humana suas causas e tratamentos contêm prescrições sobre a vida e “adaptação” do ser humano de acordo com o sexo e faixas de idade distinguindo diferentes ciclos: sazonais (5 estações), ciclos circadianos (Yin/Yang) e ciclos infra e ultradianos (“a grande circulação da energia” que obedece aos cinco elementos e o ciclo vital) que delimitam a relação dos órgãos internos com as fases do dia ou períodos comuns da vida humana envolvendo o nascimento, maturação sexual e envelhecimento.

Há muitas versões sobre a origem desses textos ideográficos. Alguns estudiosos da história da China acreditam que o Nei Jing tenha sido realmente escrito por um grupo de médicos do Período dos Reinos Combatentes, (dinastia Chou orientais, 721-256 Ac.) (Horn; Sussman) , época associada à conquista do ferro e aos grandes clássicos da cultura chinesa que originaram o Taoismo (a partir do Tao Te King de Lao Tsé) e Confucionismo (Confúcio), os sábios da corte teriam feito uma síntese da tradição oral médica chinesa daquela época, naturalmente face aos recursos da escrita artesanal e instabilidade política da época, sofreu diferentes adaptações e versões.

Os primeiros papéis produzidos na China datam o séc. II de nossa era também descobertos em antigo sítio arqueológico do período Han (estampados como tabuinhas que resultaram na invenção da xilografia (VIII aC.) e tipografia entre 1380 e 1430. O primeiro texto de ampla divulgação encontrado é a Sutra do Diamante (Jingangjijing), o que se deve a divulgação do Budismo. A partir dos séc. XII e XIII as primeiras grandes coleções de textos enciclopédicos. Gernet J.

A versão da dinastia Tang (618-906) é uma das mais conhecidas graças ao poder e riqueza dessa época, contudo a versão mais antiga (clássica) corresponde à dinastia Han. O livro do imperador amarelo, da forma como é hoje encontrou respaldo nos achados recuperados em 1973 do túmulo nº3 em Mawangdui Changsha, província de Hunan. (Fu Weikang).

Além do cânone básico, a fabricação do aço - imprescindível para compreensão e prática da acupuntura moderna - e potencial divulgação do papel são referências suficientes para associar a etnia Han ao desenvolvimento da acupuntura. As primeiras referências à fundição do ferro são anteriores à esta, correspondem a dinastia Chou 513 aC., contudo nada impede a prática da acupuntura com agulhas de bronze (2000 aC.) ou mesmo pedra e ossos.

Múltiplas possibilidades de interpretação

Na perspectiva da antropologia estrutural O Livro do Imperador Amarelo corresponde segundo Levi-Strauss a um "documento bruto" o que equivale a uma etnografia, elaborada por representantes da própria etnia, segundo ele opinião da qual também partilha Durkheim e Mauss.

A abordagem etnográfica traz com ela a dificuldade de comparar povos sem escrita vivendo organizações naturais de famílias, clãs e tribos ou nações com formações culturais complexas organizadas no tempo e espaço a partir da escrita em interação com a nossa civilização.

No caso da China com cinco mil anos de história expressões com sociedades pré – econômica ou proto-econômicas, pré - cientificas, ou pré industriais dificilmente se aplicam a períodos anteriores à formações imperiais dado ao volume do comércio e tecnologia que se registra desde 2000 aC. , data em torno da qual se assinala o fim do período neolítico as técnicas de cerâmica Longshan e Yang Shao e nos remetem aos mitos que fundamentam a organização imperial dos cinco e três imperadores ancestrais.

O estudo da dinastia Han, por sua vez nos remete à difícil distinção conceitual, na perspectiva antropológica entre etnias e dinastias ou à organização destas a partir das lutas internas pelo poder imperial. Identifica-se hoje na China 56 Etnias, 55 destas (com 60 milhões de pessoas) sob a sombra do poder da principal nacionalidade, segundo Haesbaert, o grupo Han que envolve 93% da população.

O estudioso da civilização chinesa Joseph Needham da Universidade de Cambridge participa da idéia que a medicina chinesa está embriônicamente integrada ao nosso processo civilizatório. Identifica uma série de “coincidências” de período histórico e estrutura conceitual entre esta e a medicina hipocrática inclusive entre os textos (66 tratados) que compõem corpus hippocraticum (460 – 379 aC.) destacando a concepção dual, a dinâmica dos cinco elementos e a relação microcosmo – macrocosmos em especial a relação saúde e meio ambiente.

Edições atuais do Livro do Imperador Amarelo

Wang, Bing Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Dinastia Tang – Edição bilíngue). SP, Ed Ícone, 2001

Nei Ching, O livro de ouro da medicina chinesa, RJ, objetiva. reedição da primeira tradução para língua portuguesa publicado por Editora Minerva, PT, 1940

Ling – Shu, Base da acupuntura da medicina tradicional chinesa. Tradução e comentários de Ming Wong. SP, Andrei, 1995

Chuncai, Zhou Clássico de Medicina do Imperador Amarelo, Tratado sobre a saúde e vida longa. SP, Editora Roca, 1999 – Edição adaptada à charges ilustradas c/ desenhos de Chuncai, Zhou ET AL.

Bibliografia auxiliar

Haesbaert, Rogério. China entre o ocidente e o oriente. SP, Ática, 1994

Horn, J.S. Medicina para Milhões. RJ, Ed Civilização Brasileira, 1979

Levi-Strauss, Claude A Noção de Estrutura em Etnologia. São Paulo Abril-Cultura (Os Pensadores vol 50-1a Ed) 1976 a

Needham, Joseph Gwei – Djen, Lu. Science and Civilisation in China, v. 6 Biology and Biological Technology, Part VI Medicine. UK, Cambridge University Press, 2000

Nan-Ching, o clássico das dificuldades, tradução e notas de Unschuld, Paul U.SP, Roca, 2003

Prieto, Heloisa / Blaise, Paulo. O Imperador Amarelo, (adaptação infanto juvenil) (2006), SP, Moderna Editora, 2006

Sussman, David J. O que é a acupuntura. SP Record, 1972

Weikang, Fu. Acupuntura y moxibustion - bosquejo histórico. Ediciones em lenguas extranjeras, Beijing, China, 1983

Ver também

Ligações externas