Yoshitane Fujimori: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m corrigindo ortografia; reciclando utilizando AWB
A informação está incorreta. A luta armada não tinha apenas o objetivo de lutar contra uma ditadura, mas também buscava instalar outra. Sem esta informação, o conteúdo é parcial.
Linha 14: Linha 14:
|influências = [[Vanguarda Popular Revolucionária]](VPR)
|influências = [[Vanguarda Popular Revolucionária]](VPR)
}}
}}
'''Yoshitane Fujimori''' ([[Mirandópolis]], [[19 de maio]] de [[1944]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[5 de dezembro]] de [[1970]]) foi um [[guerrilheiro]] brasileiro, integrante da [[luta armada]] contra a [[ditadura militar brasileira|ditadura militar]] instalada no país em [[1964]]. Filho de Tadakazu Fujimori e Harue Fujimori.<ref name="cemdp.sdh.gov.br">{{citar web|url=http://cemdp.sdh.gov.br/modules/desaparecidos/acervo/ficha/cid/178|titulo=Acervo - Mortos e desaparecidos políticos|publicado=Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos|acessodata=14/06/2014}}</ref>
'''Yoshitane Fujimori''' ([[Mirandópolis]], [[19 de maio]] de [[1944]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[5 de dezembro]] de [[1970]]) foi um [[guerrilheiro]] brasileiro, integrante da [[luta armada]] contra a [[ditadura militar brasileira|ditadura militar]] instalada no país em [[1964]], mas que tinha o objetivo primordial de implantar outro tipo de ditadura, a do proletariado. Filho de Tadakazu Fujimori e Harue Fujimori.<ref name="cemdp.sdh.gov.br">{{citar web|url=http://cemdp.sdh.gov.br/modules/desaparecidos/acervo/ficha/cid/178|titulo=Acervo - Mortos e desaparecidos políticos|publicado=Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos|acessodata=14/06/2014}}</ref>


É um dos casos investigados pela [[Comissão da Verdade]], que apura mortes e desaparecimentos na [[ditadura militar brasileira]].
É um dos casos investigados pela [[Comissão da Verdade]], que apura mortes e desaparecimentos na [[ditadura militar brasileira]].

Revisão das 15h11min de 18 de agosto de 2015

Yoshitane Fujimori
Nascimento 19 de maio de 1944
Mirandópolis, Brasil
Morte 5 de dezembro de 1970 (26 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação guerrilheiro

Yoshitane Fujimori (Mirandópolis, 19 de maio de 1944 - São Paulo, 5 de dezembro de 1970) foi um guerrilheiro brasileiro, integrante da luta armada contra a ditadura militar instalada no país em 1964, mas que tinha o objetivo primordial de implantar outro tipo de ditadura, a do proletariado. Filho de Tadakazu Fujimori e Harue Fujimori.[1]

É um dos casos investigados pela Comissão da Verdade, que apura mortes e desaparecimentos na ditadura militar brasileira.

Biografia

Técnico em eletrônica, filiou-se à VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e, um dos mais ativos combatentes do período, participou de diversas ações de guerrilha urbana entre 1968 e 1970. Ele tinha uma estreita ligação com Carlos Lamarca, considerado o maior inimigo do regime militar brasileiro. Para não ser identificado pelos órgãos repressores, Fujimori usava codinomes: Edgar e Japonês. Ele assassinou o pequeno empresário Estanislau Ignácio Correa em 07 de novembro de 1968, quando o seu carro foi roubado e, o industrial, que estava desarmado e sozinho, foi morto com três tiros[2]. O corpo foi retirado e seu carro levado pelos militantes da VPR, depois abandonado ao se deparar com uma viatura policial.[3] Fujimori também comandou a repetição do assalto no Banco do Estado de São Paulo que foi assaltado em 1968 duas vezes pela VPR.[4]

Fujimori foi um dos militares que acompanharam Carlos Lamarca na quebra do cerco imposto em uma área de treinamento da VPR no Vale do Ribeira, em São Paulo. Nesse episódio, ele assassinou a coronhadas de fuzil FN FAL o tenente da Força Pública (hoje, Polícia Militar) paulista Alberto Mendes Junior.[5]

Morte

No dia 5 de dezembro de 1970, Fujimori passava pela pela Praça Santa Rita de Cássia, no Bosque da Saúde, na cidade de São Paulo, junto com outro guerrilheiro, Edson Quaresma, quando foram reconhecidos por uma patrulha do DOI-CODI do II Exército que começou a persegui-los. Os agentes metralharam o automóvel, ferindo ambos os guerrilheiros. Edson correu para um rua lateral onde foi alcançado e morto. Yoshitane, ferido com diversos tiros, foi morto na Operação Bandeirantes (OBAN).[6] Mas, a morte de Fujimori envolve uma polêmica: mesmo estando muito ferido, ele chegou com vida no DOI-CODI. Depois, apareceu morto.[7] O agente da repressão que estava envolvido em sua morte era Alcides Cintra Bueno Filho.[8] Já os legistas atestaram o laudo médico de Fujimori foram Armando Canger Rodrigues e Harry Shibata.[8]

Solicitada por Alcides Cintra Bueno Filho, a solicitação da necrópsia de Fujimori diz que o corpo deveria ser fotografado de frente e perfil. Nunca foram encontradas fotos do cadáver. Ele deu entrada no Instituto Médico Legal quatro horas após o provável horário de morte. Foram encontradas cinco balas no corpo de Fujimori. O laudo registra que uma delas atingiu as costas e as outras quatro foram disparadas na cabeça, uma na região auricular direita. Na opinião da relatora, era praticamente improvável, em um tiroteio, uma pessoa morrer com quatro tiros na cabeça, afinal dificilmente o atirador conseguiria acertar quase todos os tiros no mesmo lugar.[1]

Investigação póstuma

Os documentos relativos à autópsia de Fujimori foram enviados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos para ser feito um laudo do perito Celso Nenevê. Ele que produziu a prova mais importante utilizada pela relatora. Analisando o trajeto dos disparos, o perito chegou a conclusão de que, das quatro balas que atingiram o rosto de Fujimori, três delas penetraram na face direita e foram disparadas com o corpo de Fujimori em posição inferior, ou seja, ele estava caído, deitado ou virado de bruços. A CEMDP, devido a maioria dos votos, considerou que Edson Quaresma e Yoshitane Fujimori foram executados sob a guarda dos militares. Os processos foram relatados em conjunto, mas as votações foram diferentes, já que as discussões foram feitas separadamente.[1]

Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério de Vila Formosa.[9]

Ver também

Referências

  1. a b c «Acervo - Mortos e desaparecidos políticos». Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Consultado em 14 de junho de 2014 
  2. MIR, Luís. A Revolução Impossível. São Paulo: Bestseller, 1994
  3. Folha de S.Paulo de 08.11.1968, 2.ª Edição, página 16.
  4. LAQUE, João Roberto. Pedro e Os Lobos: OS Anos de Chumbo na Trajetória de um Guerrilheiro Urbano. Editora Editorial, S./D., p. 222
  5. Gaspari, Elio. Companhia das Letras, ed. As Ilusões Armadas: A Ditadura Escancarada 2002 ed. [S.l.: s.n.] ISBN 85-359-0299-6 pg.197
  6. «PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de EDSON NEVES QUARESMA e YOSHITANE FUJIMORI -CXXVII». Consultado em 21 de junho de 2011 
  7. «Imprensa denuncia outro torturado que ainda está na ativa». Movimento Nacional de Direitos Humanos. Consultado em 15 de junho de 2014 
  8. a b «Yoshitane Fujimori». Centro de Documentação Eremias Delizoicov. Consultado em 13 de junho de 2014 
  9. «A voz dos mortos de Vila Formosa». Isto É. Consultado em 21 de junho de 2011