Paleoclimatologia: diferenças entre revisões
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Antes de tudo eu sou Divaaa -G |
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JUSTIN BIEBER ONE DIRECTION DEMI ETC <3<nowiki/>{{Tópicos de geografia}} |
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G tipo PPL tendeu parças |
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'''Paleoclimatologia''' é o estudo das variações [[clima|climáticas]] ao longo da [[história da Terra]]. Para isso, são estudados vestígios naturais que podem ajudar a determinar o clima em épocas passadas. |
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As observações [[meteorologia|meteorológicas]] com a ajuda de instrumentos, tal como as conhecemos hoje em dia, datam de há 100 ou 200 anos, dependendo do lugar. Este, porém, é um período muito curto relativamente às alterações sofridas pelo clima ao longo dos tempos, durante milhares ou até milhões de anos. |
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A história do clima pode ser deduzida através de evidências naturais<ref name="HET"> Salgado-Labouriau, M. L.. História Ecológica da Terra. 2. ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1994. </ref>, tais como a composição do gelo, a estrutura de árvores petrificadas e outros [[fóssil|fósseis]] e das [[rocha sedimentar|rochas sedimentares]]. |
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Nos últimos dois bilhões de anos, o clima na Terra tem se comportado de forma mais ou menos cíclica, com períodos frios, chamados [[glaciação|períodos glaciais]], e períodos quentes, chamados [[interglacial|períodos interglaciais]]. Estas mudanças na temperatura são causadas por diferentes aspectos, tais como perturbações na [[órbita]] da Terra, a atividade solar, impactos de [[meteoro]]s, erupções vulcânicas e a ação humana. |
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=== A variabilidade do clima da Terra === |
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O planeta já sofreu, ao longo de sua existência de 4,5 bilhões de anos, processos de resfriamentos e aquecimentos extremos. Está comprovado que houve alternância de climas quentes e frios (Terra estufa - "hothouse" - e Terra geladeira - "icehouse", na linguagem dos paleoclimatologistas), sendo este um fenômeno corrente na história do planeta. Atualmente o planeta está na situação de [[geladeira]]. |
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O último episódio de resfriamento ou [[glaciação]], iniciado no [[Pleistoceno]] (1,8 milhões de anos antes do presente) teve seu ápice há cerca de 18 000 anos, quando, começou o processo de aquecimento, que continua nos dias de hoje. No entanto, o aquecimento não se dá sobre uma curva contínua. Neste espaço de tempo de 18 000 anos houve épocas de aquecimento e resfriamento, causando variações às vezes bruscas de temperaturas em períodos variáveis, mas que podiam ser de décadas ou menos, de vários graus [[Celsius]]. A comprovação destes fatos é fornecida pela análise de testemunhos de sondagens, de centenas de metros, obtidos no [[Ártico]] e na [[Antártida]], através da análise da composição isotópica do oxigênio encontrado nas bolhas de ar presas no gelo. |
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Durante os últimos 500 milhões de anos, a Terra passou por quatro episódios extremamente quentes ("hothouse episodes"), sem gelo e com níveis elevados dos oceanos, e quatro episódios extremamente frios("icehouse episodes"), como o que vivemos actualmente, com camadas de gelo, glaciares e níveis de água relativamente baixos nos oceanos. Pensa-se que esta variação de mais longo termo se deve a variações no influxo de radiação recebida devidas à viagem do nosso sistema solar através da galáxia, correspondendo os episódios mais frios a encontros com os braços espirais mais brilhantes, onde a radiação é mais intensa. Os episódios frios mais frequentes, cada 34 milhões de anos, mais ou menos, ocorrem provavelmente quando o sistema solar passa através do plano médio da galáxia. Os episódios extremamente frios de há 700 e 2300 milhões de anos, em que até no equador havia gelo, correspondem a períodos em que havia uma taxa de nascimentos de estrelas na nossa galáxia anormalmente alta, implicando um grande número de explosões de estrelas e uma radiação cósmica muito intensa. |
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O carbono-14 radioactivo e outros átomos raros produzidos na atmosfera pelas partículas cósmicas fornecem um registro de como as suas intensidades variaram no passado e explicam a alternância entre períodos frios e quentes durante os últimos 12 000 anos. Sempre que o Sol era fraco e a radiação cósmica forte, seguiram-se condições frias, como a mais recente, na Pequena Idade do Gelo de há 300 anos. Considerando escalas de tempo mais longas, encontra-se uma explicação credível para as variações de maior amplitude do clima da Terra.<ref>[http://spacecenter.dk/research/sun-climate/a-new-theory-of-climate-change.html Cosmoclimatologia]</ref> |
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== Técnicas Utilizadas == |
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Para se determinar o clima em eras passadas, pela não existência de observações meteorológicas que cobrissem um intervalo de tempo satisfatório, os paleoclimatólogos utilizam algumas técnicas e diversos estudos para se determinar o clima passado<ref name="HET"> </ref>. As técnicas mais utilizadas são: |
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=== Estudo de geleiras === |
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{{Artigo principal|[[Geleira]]}} |
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É uma das técnicas mais empregadas. A avaliação de geleiras é possível, pois estas vão se depositando em camadas, de acordo com a era em que foi formada (as mais recentes vão cobrindo as mais antigas). Estima-se que as calotas polares possuem mais de 100 000 camadas. Nestas camadas, estudiosos encontraram pólen, o que é útil para estimar a cobertura vegetal em |
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determinada época. A espessura da camada pode ajudar a determinar a quantidade de chuvas que |
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aquela região recebeu, pois quanto maior a camada, maior a quantidade de chuvas. |
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Além disso, a relação entre diferentes isótopos de oxigênio e hidrogênio podem ser um indicador |
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da temperatura média daquela região. Dependendo da camada em que forem encontrados, |
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os cientistas podem avaliar a temperatura média daquele período. Destes estudos é que |
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vieram as teorias sobre os ciclos sofridos pelo clima ao longo das eras. |
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=== Estudo de árvores petrificadas === |
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{{Artigo principal|[[Dendroclimatologia]]}} |
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Fósseis de árvores são úteis para a determinação da temperatura e da umidade. Através de datação radiométrica, que utiliza o tempo de vida média dos átomos que constituem o material, determina-se, embora com uma margem de erro de cerca de 200 anos, em média, o período em que esta árvore viveu. |
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Os anéis encontrados nas árvores (ver figura) também são pistas sobre a idade e o clima em que esta árvore viveu. A largura destes anéis variam de acordo com o clima de uma forma geral, a espécie, a idade da árvore e a quantidade de água e alimento disponível naquele solo. |
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=== Estudo de sedimentos e rochas === |
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A análise de sedimentos permite verificar características do solo em uma determinada Era. Esta possibilita o estudo das características da vegetação, da vida existente (ou a ausência de) e temperatura através do tipo de rocha. |
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Existem, basicamente, três tipos de rochas. As |
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[[bundas|icas, qu]]<nowiki/>e são formadas pela condensação do magma, indicam a existência de vulcões na vizinhança. As [[rocha sedimentar|sedimentares]] são formadas pelo acúmulo de sedimentos. Indicam, também, que esta é uma região de formação antiga, que sofreu diversas alterações no clima. As [[rocha metamórfica|metamórficas]] são formadas por alterações na composição das duas anteriores devido a variações de pressão e/ou temperatura em eventos extremos, podendo indicar períodos quentes ou frios. Também são indicadoras de atividade erosiva, pois a erosão também forma rochas Metamórficas, sem necessariamente variar temperatura ou pressão local. |
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As rochas formam camadas também, sendo que estas camadas demoram de milhares a milhões de anos para se sobreporem, formando, assim, uma fonte de dados de períodos muito distantes, já que as rochas sedimentadas se preservam ao longo do tempo. |
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=== Estudo de corais === |
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A análise de recifes de corais permite avaliar as alterações nos oceanos. De acordo com as características dos corais permite-se avaliar temperatura da água, bem como sua evolução, pois os corais têm indicadores naturais, como a perda de sua coloração natural. |
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=== Datação radiométrica === |
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Os átomos, com exceção do Hidrogênio, possuem prótons e nêutrons (o Hidrogênio mais comum possui apenas um próton, e é conhecido pelo nome de prótio). Os prótons existentes no núcleo repelem-se, porém os nêutrons não permitem que os prótons se separem, exercendo uma força sobre eles. Contudo, quando o número de prótons é grande, os nêutrons não conseguem mais evitar a repulsão entre eles, tornando o átomo instável. |
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Esta instabilidade expulsa partículas do núcleo e é chamado de decaimento. Elementos com mais de 83 prótons ou com uma quantidade elevada de nêutrons sofrem decaimento. Esta “desintegração” é constante e só cessa quando o átomo se estabiliza, o que pode demorar, desde de segundos a milhões de anos, podendo ser medidos através de aparelhos como o espectroscópio de massa e detectores de radiação. |
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Os elementos radioativos mais usados para datação são: |
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==== Urânio-238 ==== |
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É usado para a datação de matérias inorgânicas. O Urânio-238 desintegra-se formando Chumbo-206. Com isto, basta medir a relação Chumbo/Urânio, sabendo que demora <math>4,5 x 10^9</math> anos para esta relação ser igual a 1, para determinar a idade do objeto em questão. Ou seja, sabendo-se que o Urânio-238 tem [[meia-vida]] (tempo médio para que metade dos átomos radioativos de Urânio sofrerem decaimento) de <math>4,5 x 10^9</math> anos. |
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==== Carbono-14 ==== |
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É usado para a datação de substâncias orgânicas. O Carbono-14 é formado na atmosfera devido à [[radiação]] que vem do [[universo]] e é absorvido pelas plantas na absorção de [[Gás carbônico|CO<sub>2</sub>]]. Assume-se, então, que a relação de Carbono-14 ([[radioatividade|instável]]) para Carbono-12 ([[estabilidade|estável]]) mantém-se a mesma enquanto o espécime está vivo. Após a morte do organismo, o Carbono-14 desintegra-se à Nitrogênio-14 (estável). Com isto, basta medir a relação Carbono-14/Carbono-12, sabendo-se que a meia-vida do Carbono-14 é de cerca de 5600 anos, para saber a idade do item analisado. |
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== Linha do Tempo == |
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A [[História da Terra]] normalmente é dividida pela [[escala de tempo geológica]]. Uma outra classificação utilizada em Paleoclimatologia é a [[Classificação de Blytt-Sernander]]. |
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A classificação geológica é baseada em eventos de importância geológica (surgimento de determinadas formações de relevo ou de determinado tipo de rochas) e paleontológicos (extinções em massa ou surgimento de novas espécies). |
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A Classificação de Blytt Sernander foi elaborada pelos botânicos dinamarqueses [[Axel Blytt]] e [[Ruttger Sernander]]. É baseada no acúmulo de matéria sedimentar em plantas. Utilizando datação radiométrica (com Carbono 14), determinou-se a divisão dos eventos na Terra. |
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Esta classificação foi confirmada cientificamente com os estudos das [[Zonas de Pólen]], que são uma forma de datação utilizando resíduos de pólen de diferentes espécies vegetais, principalmente do final do Pleistoceno e início do Holoceno. |
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Estes estudos foram conduzidos pelo biólogo sueco [[Lenhart von Post]], que analisou diferentes espécies de plantas destes períodos, e concluiu que de acordo com a diversidade das espécies, a distribuição destas e as características de cada uma, um tipo de clima característico se mostrava existente. O estudo de von Post foi capaz de ratificar a divisão de Blytt-Sernander, que mostrava variações entre períodos quentes e frios, alternadamente. |
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== História da atmosfera da Terra == |
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A [[atmosfera]] da [[Terra]] primitiva era composta por [[hidrogênio]], vapor de [[água]], [[metano]] e [[amoníaco]], e havia grande ocorrência de [[tempestades]] com [[Eletricidade|descargas elétricas]], devido a [[Vulcão|erupções vulcânicas]], com grande incidência de [[raios ultravioleta]] vindos do [[Sol]]. |
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Com o aparecimento de formas de [[vida]], a atmosfera foi se modificando. A partir do aparecimento dos [[organismos]] [[autótrofos]] [[Fotossíntese|fotossintetizantes]], esta composição atmosférica passou a conter [[oxigênio]] e foi decisiva para o desenvolvimento de novas formas de vida. Mais especificamente, alguns milhões de anos após o aparecimento das [[cianobactérias]], quando já havia oxigênio suficiente para que os recém-surgidos organismos [[aeróbico]]s se aproveitassem da energia que ele fornecia, num processo que libertava mais do que nos processos [[anaeróbico]]s. |
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=== Clima Pré Cambriano === |
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O [[Pré-cambriano]] é um dos períodos mais remotos do nosso planeta. Existem poucas evidências desta época para um estudo aprofundado sobre o assunto. |
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Entre os três [[isótopos]] do [[Carbono]]: ([[Carbono-12]], [[Carbono-13]] e [[Carbono-14]]) , que se diferênciam pela variação na quantidade de [[neutrões]] nos seus núcleos, os organismos aquáticos da época ([[algas]] [[unicelulares]] fotossintetizantes e [[bactérias]]) utilizavam o Carbono-12 para o processo de fotossíntese, sendo o Carbono-13, mais pesado, mortal para esses seres vivos. |
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Houve variações bruscas na concentração de Carbono-13, e isso causou um aumento da mortalidade nos oceanos primitivos (“Oceanos Mortos”). |
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Com uma população decrescente de organismos fotossintetizantes para libertar gás carbónico na atmosfera, atenuou-se o [[efeito estufa]] e, por conseguinte, a temperatura média do planeta foi diminuindo rapidamente até chegar ao que se conhece por "Planeta Bola de Neve" ou "''Snowball Earth''". |
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== As Eras do Gelo == |
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As [[glaciação|eras do gelo]] são períodos cíclicos que são caracterizados por uma queda acentuada na temperatura média do planeta. Este abaixamento da temperatura permite a expansão das geleiras até latitudes mais baixas. Tais períodos ocorrem em intervalos de aproximadamente 40 a 100 mil anos. |
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Sabe-se que variações na quantidade de energia solar ocorrem ao longo do tempo causam perturbações no clima terrestre, podendo gerar uma “Era do Gelo”, ou não. |
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Além disto, os “Ciclos de Milankovich”, a composição atmosférica daquele período, os movimentos tectônicos, que alteram a distribuição espacial dos continentes e dos oceanos, o que afeta a circulação atmosférica e a quantidade de calor absorvido pelo planeta, alterações na órbita do sistema Terra-Lua, impacto de meteoros e erupções vulcânicas são as principais causas das eras do gelo. |
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Evidências sobre a existência de tais eras vêm em forma de rochas e os detritos ([[morena]]s, que são sedimentos especificamente originados devido ao derretimento de geleiras) em locais que atualmente não possuem gelo. Análise de sedimentos depositados em geleiras e em oceanos também são evidências fortes. |
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== Eventos Notáveis == |
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=== Períodos Climáticos === |
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==== Terra bola de neve ==== |
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{{Artigo principal|[[Terra bola de neve]]}} |
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Há de 50 milhões de anos atrás, a Terra não tinha Eras Glaciais regulares, mas, quando ocorriam, tendiam a ser colossais.<ref>Stevens, ''The change in the water'', pag. 10</ref> |
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Um resfriamento substancial ocorreu há cerca de 2,2 bilhões de anos, seguido de um ocorrido há 1 bilhão de anos ou mais de calor. Depois houve outra era glacial ainda maior que a primeira - tão grande que alguns cientistas de hoje se referem à época em que ocorreu como [[Criogeniano]] ou superasumo glacial.<ref>Mc Guire, ''A guide to the end of the world'', pag. 69</ref> A condição é mais popularmente conhecida como "Terra Bola de Neve". |
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A "Terra Bola de Neve" foi uma era do gelo de grandes proporções, ocorrida no período há 750 e 580 milhões de anos atrás. |
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"Bola de Neve", porém, não exprimem bem o rigor assassino das condições. Segundo a teoria, devido a uma queda na radiação solar em cerca de 6% e à redução na produção (ou a retenção) de gases estufa, a Terra perdeu a capacidade de reter o seu calor. Na altura, tornou-se numa espécie de Antártida gigantesca. As temperaturas baixaram até 45°C. Toda a superfície do planeta pode ter se congelado, com o gelo do oceano chegando a uma espessura de oitocentos metros em latitudes maiores e de dezenas de metros nos trópicos.<ref>''Valley News'' (do ''Washington Post''), "The Snowball Theory", 19 de junho de 2000, p. C-1</ref> |
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É importante realçar que ainda assim havia vida nesta época. Alguns organismos anaeróbicos conseguiram sobreviver, mas também alguns organismos em regiões profundas no oceano. Debaixo da camada de gelo, utilizando [[energia geotérmica]], seres denominados [[Quimiolitotrofia|Quimiolitotróficos]] utilizavam minerais como fonte de energia para realizar seu [[metabolismo]]. |
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Há um problema grave nisto: os dados [[geologia|geológicos]] indicam gelo por toda parte, inclusive ao redor do Equador, enquanto os dados [[biologia|biológicos]] indicam com a mesma firmeza que deve ter havido água exposta nalgum sítio. Antes de mais, as [[cianobactérias]] sobreviveram à experiência, e elas realizam a fotossíntese. Para isso, precisavam de luz solar, e quem vive nos países frios sabe que o gelo rapidamente se torna opaco, e, após alguns metros, bloqueia toda a luz. Duas possibilidades surgiram:<ref>BRYSON, Bill. ''Breve história de quase tudo'', pags. 434 e 435</ref> |
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# Um pouco de água oceânica permaneceu exposta (talvez em virtude de algum tipo de aquecimento localizado num [[ponto quente]]); |
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# O gelo pode ter sido formado de maneira a permanecer translúcido - uma condição que ocorre às vezes na natureza. |
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Outra evidência forte é a concentração de Oxigénio durante aquele período. Actualmente a concentração deste gás é cerca de 20 vezes menor do que na época da “Snowball Earth”; isto porque a combinação do Oxigénio com o Carbono forma CO2, sendo este gás pouco comum nessa época, já que o carbono abundante era um isótopo mais pesado (Carbono-13), incapaz de o formar. |
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A razão pela qual a Terra aqueceu , novamente, a actividade vulcânica. Os vulcões elevaram-se acima da superfície soterrada e bombearam para o exterior enormes quantidades de calor e gases que derreteram as neves e restauraram a atmosfera, uma vez que um planeta gélido deveria refletir tanto o calor que permaneceria congelado para sempre.<ref>Transcrição do documentário "Snowball Earth", da série ''Horizon'' da BBC, transmitido originalmente em 22 de fevereiro de 2001, p.7</ref> |
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==== Holoceno ==== |
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{{Artigo principal|[[Holoceno]]}} |
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O Período Atlântico, pela classificação de Blytt Sernander, ou Holoceno pela classificação geológica, foi um período de extremo aquecimento na Terra. Foi descoberto que no Inverno, a temperatura no pólo Norte pode ter atingido 9°C. |
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A explicação para isso é baseada na inclinação recorde do [[eixo de rotação|eixo]] da Terra (24º) e na proximidade maior do planeta com o sol. Foi o período em que o planeta recebeu uma quantidade maior de radiação solar do que a média do restante do período, principalmente no Hemisfério Norte. |
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Foi também um período de maior atividade da [[Zona de Convergência Intertropical]] (ITCZ) devido à maior quantidade de radiação, conseqüentemente, maior quantidade de calor. Isto alterou significativamente o regime de circulação planetária, causando o que ficou conhecido como “[[A África Úmida]]”, uma alteração no regime de [[monção|monções]] na África que causou um aumento muito grande na precipitação neste continente. |
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==== O Dryas Recente ==== |
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{{Artigo principal|[[Dryas Recente]]}} |
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Dos eventos datados por Blytt e Sernander, este foi um caso peculiar, onde o clima na Terra se resfriou, principalmente no Hemisfério Norte. Foi um rápido retorno à Era glacial após a [[Oscilação de Allerød]], onde houve ligeira deglaciação. Evidências sugerem que a temperatura média nesta época chegou a -5 °C. A causa mais provável foi um evento de alteração na circulação oceânica no Atlântico Norte, que causou um quase cessamento da [[circulação termohalina]] (que ocorre de acordo com a densidade do fluido). Isso cessou as trocas de calor entre o oceano e o continente, o que causou um desequilíbrio no balanço térmico da região. |
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Este nome vem de vestígios da espécie vegetal Dryas octapætala típica de climas frios, que foi achada em [[sedimento]]s datados daquela época. |
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==== A Pequena Idade do Gelo ==== |
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{{Artigo principal|[[Pequena Idade do Gelo]]}} |
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Durante os séculos XIII a XVIII houve um evento curioso nas latitudes médias. A temperatura média do planeta chegou a 1°C neste período. Um enfraquecimento na atividade solar e um aumento da atividade vulcânica foram as causas apontadas para este fenômeno. Ciclos de fraca atividade solar durante este período foram notados por diversos observadores. Para se ter uma ideia, durante o período de 1645 à 1715, o Sol só apareceu 50 vezes, enquanto o normal seria de 40 a 50 mil para aquelas latitudes. |
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==== Período Quente Medieval ==== |
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{{Artigo principal|[[Período Quente Medieval]]}} |
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O período do século X ao XIV foi um período atipicamente quente para a Europa. Este aumento na temperatura foi o resultado de uma mudança na circulação local devido à alteração na salinidade do oceano Atlântico Norte. Este período foi confirmado através de observações geológicas na Islândia que comprovaram que neste período não havia gelo. Além disso, os [[Viking]]s tiraram proveito deste período em que os mares nórdicos não estavam congelados e conquistaram várias terras na região. |
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==== O colapso da [[Mesopotâmia]] (aproximadamente 2000 a.C.) ==== |
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O Império Mesopotâmio foi um dos mais prósperos durante os anos de 3000 a.C. e 1500 a.C. sob o governo da dinastia Akkad. Durante o governo de Sargon de Akkad, por volta de 1130 a.C., começou o declínio deste império, graças ao clima. |
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Os Mesopotâmios foram os primeiros a desenvolver uma agricultura de irrigação, por viverem em um ambiente árido (atualmente o Oriente Médio). Os rios Tigre e Eufrates são alimentados pelo regime de ventos e mantinham um bom nível para a irrigação. |
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Porém, conforme os anos passavam, o nível dos rios foi diminuindo, causando perdas nas colheitas e uma migração em massa da população para regiões mais ao sul, o que levou ao fim do império. |
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Evidências geológicas e medições com instrumentação moderna apontam que o nível destes rios diminui em mais de 50% quando as águas do Nordeste do Oceano Atlântico encontram-se mais frias, alterando o padrão de circulação local. E foi o que de fato ocorreu naquela época. |
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==== Anos 535 e 536 d.C ==== |
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{{quote2|''As trevas tomaram conta dos céus. O Sol não nos contemplava com sua beleza vital! Parecia que estava constantemente em um eclipse! Seus raios estavam corrompidos!'' |
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|Procópio, nobre e historiador Bizantino, ano 536 d.C.}} |
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A frase de [[Procópio de Cesareia]] ilustra bem o que ocorreu naqueles anos: |
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* Baixas temperaturas, até mesmo neve durante o verão. |
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* Nuvens muito escuras, poucas horas de insolação. |
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* Relatos de escuridão em horários próximos ao meio dia. |
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* Enchentes em locais que eram predominantemente secos. |
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Tais mudanças ocorreram por causa do choque de um meteorito com a Terra e uma erupção vulcânica ocorridas no ano de 535. As partículas lançadas no ar, tanto pelo meteorito quanto pelo vulcão, causaram um bloqueio para a radiação solar incidente, que ficou presa na alta atmosfera e foi refletida de volta para o espaço. |
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==== O ano sem verão ==== |
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Um evento similar ao dos anos 535 e 536 ocorreu em 1816, quando 3 vulcões (um na Indonésia, um em St. Vincent, Caribe, e outro nas Filipinas) entraram em erupção num espaço de tempo menor que 3 anos. Relatos de racionamento de alimentos, destruição de colheitas e uma crise econômica gerada pelo “ano sem verão” foram feitos nas mais diversas partes do mundo. |
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Um efeito curioso foi que neste ano, devido ao racionamento de comida e ao nível alto de poluição no ar, o alemão Karl Dreis teve a ideia de inventar um meio de transporte que não usasse cavalos como força motriz. Daí, a necessidade sendo a mãe das invenções, ele inventou o Dreisine (ou [[velocípede]]), que foi a base das modernas [[motocicleta]]s e [[bicicleta]]s. |
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=== Extinções em massa === |
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{{Artigo principal|[[Extinção em massa]]}} |
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==== Extinção do Permiano-Triássico ==== |
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{{Artigo principal|[[Extinção do Permiano-Triássico]]}} |
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A extinção do Permiano-Triássico ou "extinção Permo-Triássica" foi uma [[extinção em massa]] que ocorreu no final do [[Paleozóico]] há cerca de 251 milhões de anos. Foi o evento de extinção mais severo já ocorrido no planeta [[Terra]], resultando na morte de aproximadamente 95% de todas as espécies da época. A extinção provocou uma mudança drástica em todas as faunas e marca a fronteira entre o [[Permiano]] e o [[Triássico]]. |
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A teoria mais aceita pela comunidade cientifica actualmente, diz que um tipo de [[erupção vulcânica]] gigantesca aconteceu no território da [[Sibéria]], que libertou grandes quantidades de [[dióxido de carbono]], aumentando o [[efeito estufa]] em 5 graus extras na temperatura da Terra. E por consequência disso, ocorreu a [[sublimação]] de uma grande quantidade de [[metano]] congelado no fundo dos [[oceano]]s. A libertação deste metano para a [[atmosfera]] causou o aumento em mais 5 graus a temperatura do efeito estufa, somando 10 graus extras a temperatura do mundo. E com isso os únicos lugares onde a vida poderia sobreviver seriam próximos aos [[Pólo geográfico|Pólos geográficos]] da Terra. Para os biólogos esta explicação é mais plausível, pois esta mudança rápida de temperatura não poderia ser acompanhada pelo processo evolucionário de adaptação. |
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==== Paleoceno - Eoceno ==== |
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{{Artigo principal|[[Paleoceno]]}} |
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{{Artigo principal|[[Eoceno]]}} |
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Outro evento de extinção em massa ocorreu na intersecção entre os períodos Paleoceno e Eoceno. Foi um período extremamente quente devido ao excesso de gás Metano, um gás que é formado em cristais de gelo que se formam no fundo dos oceanos, derivado do Carbono-12, enquanto a terra se aquecia em um período interglacial. |
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Este gás é um dos “gases estufa”, sendo que seu “poder de estufa” é 23 vezes maior que o do gás carbónico. Diversas espécies marinhas morreram devido ao aumento da temperatura da água do mar, bem como ao aumento da salinidade, devido à reação deste gás com componentes presentes na água do mar. |
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As evidências mais concretas são a grande concentração de Carbono 12 nas amostras de animais, vegetais e minerais fossilizados da época. |
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== Causas das mudanças climáticas == |
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=== Ciclos de Milankovich === |
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O físico e matemático sérvio Milutin Milankovich observou que o movimento de [[precessão]], a [[inclinação]] do eixo terrestre e a [[Excentricidade orbital|excentricidade]] da [[órbita]] terrestre variam ciclicamente ao longo do tempo. |
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Estas variações explicam alguns dos eventos climáticos, como foi mostrado, pois provoca uma mudança na quantidade de radiação recebida por um determinado [[Hemisfério]] no verão e no inverno. |
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=== Ciclos de Atividade Solar === |
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O Sol passa por variações em sua atividade, ou seja, em suas emissões de radiação. Estes ciclos ocorrem em aproximadamente 11 anos e podem assumir valores máximos ou mínimos, causando várias alterações no clima. |
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=== Variações magnéticas === |
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O [[paleomagnetismo]] é o estudo das variações do [[campo magnético]] da Terra ao longo dos anos. Os eventos de variação magnética ocorrem em ciclos não regulares, podendo sua intensidade variar desde efeitos apenas mensuráveis à inversões na orientação do campo. |
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As inversões magnéticas ocorrem devido à “resposta” do núcleo da Terra (condutor, formado de Ferro e Níquel) ao efeito magnético das emissões solares (de alta energia). Esta “resposta” tenta reproduzir o campo gerado pela radiação solar e apresenta diversas irregularidades. |
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Durante os eventos de inversão, podem ocorrer mudanças climáticas acentuadas devido à variação da localização dos Pólos, que é por onde grande parte das emissões solares penetram. Estas mudanças, normalmente, são devido ao aquecimento diferenciado das regiões que estão sob o efeito das emissões. |
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=== Aquecimento Global === |
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O [[aquecimento global]] é o processo em que ocorre aumento significativo na temperatura. Este aumento causa desde tempestades mais severas e freqüentes à tufões e furacões altamente destrutivos. |
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Atualmente, tem se notado um aumento na temperatura média do planeta de cerca de 0,7°C nos últimos 140 anos. Este aquecimento é causado, principalmente pelo efeito estufa, que vem sendo, cada vez mais, intensificado por atividades humanas, e pelo buraco na camada de Ozônio.<sub>Tema sob debate científico.</sub> |
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=== Colisão de meteoros e erupções vulcânicas === |
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Os meteoros são rochas compostas de minerais e gelo que orbitam a nossa galáxia. Estas rochas, quando atraídas pelo campo gravitacional da Terra, podem entrar na atmosfera. Uma grande parte destas pedras é destruída graças à própria atmosfera, já que o atrito com esta gera um aquecimento próximo a 5000 °C e desintegra as rochas. Porém algumas rochas maiores conseguem atingir a superfície e o impacto é tão violento que uma nuvem de metais e poeira se forma na atmosfera, impedindo a entrada de radiação solar. |
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De forma análoga, os vulcões, que se formam nas zonas de falhas das placas tectônicas, lançam magma (metais fundidos da Astenosfera) e junto, poeira, cinzas e partículas densas de fuligem, também ocasionando o bloqueio dos raios solares ,efeito chamado de [[Escurecimento global]]. |
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== Aplicações da Paleoclimatologia == |
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A Paleoclimatologia é uma ciência fundamental para o estudo do clima presente e para a elaboração de previsões futuras já que seus estudos permitem avaliar o clima de uma forma cíclica (em alguns casos), permitindo assim verificar quais efeitos são de um período natural do clima e o que foi causado pelo homem e a entender melhor estas mudanças. |
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Além disso, a Paleoclimatologia tem uma aplicação no ramo da Paleontologia, pois seus estudos aplicados a fósseis animais e vegetais ajudam a determinar as características destes animais (hábitos, alimentação, etc.), além do estudo de civilizações antigas. |
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{{Referências}} |
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{{Tópicos de geografia}} |
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[[Categoria:Climatologia]] |
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Revisão das 21h56min de 5 de outubro de 2015
JUSTIN BIEBER ONE DIRECTION DEMI ETC <3