Racionalidade médica: diferenças entre revisões

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Revisão das 03h17min de 17 de fevereiro de 2021

Racionalidade médica é um categoria aplicada ao estudo dos diferentes sistemas médicos complexos e das terapias tradicionais e complementares. Este conceito foi introduzido no início da década de 1990 pela pesquisadora Madel Therezinha Luz, convertendo-se em um campo da Saúde Coletiva e das Ciências Sociais e Humanas.[1] Uma racionalidade médica deve integrar cinco dimensões básicas concebidas a partir de modelos teóricos, simbólicos ou práticas: (1) uma morfologia humana; (2) uma dinâmica vital humana; (3) uma doutrina médica; (4) um sistema de diagnose; e (5) um sistema terapêutico. Todas elas inseridas em uma cosmologia, isto é, orientadas por raízes filosóficas, simbólicas e culturais. Esta operacionalização da pesquisa permitiu o estudo comparado, inicialmente, de algumas racionalidades médicas: a biomedicina, a medicina tradicional chinesa, a ayurveda e a homeopatia.[2]

As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) se diferenciam das racionalidades médicas porque constituem saberes ou condutas menos estruturados epistemologicamente, como aromaterapia, florais de Bach e outras.[3] Na literatura especializada, é mais frequente o uso de duas categorias similares, porém mais genéricas – medicina tradicional e alternativa – que também englobam os sistemas e práticas médicas, podendo, ou não, corresponder a uma racionalidade médica.[4]

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS utiliza o conceito de racionalidade médica, enquanto sistemas médicos complexos, para definir seu campo.[5]

Referências

  1. Nascimento, M. C.; Barros, N. F.; Nogueira, M. I.; Luz, M. T (2013). «A categoria racionalidade médica e uma nova epistemologia em saúde». Ciência & Saúde Coletiva. 18 (12): 3595-3604. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 
  2. Tesser, C. D.; Luz, M. T. (2008). «Racionalidades médicas e integralidade». Ciência & Saúde Coletiva. 13 (1): 195–206. doi:10.1590/S1413-81232008000100024 
  3. Tesser, C. D.; Norman, A. H. (2020). «Prevenção quaternária e práticas integrativas e complementares em saúde (I): aproximação fundamental». Rev Bras Med Fam Comunidade. 15 (42). 2551 páginas. doi:10.5712/rbmfc15(42)2551 
  4. Tesser, C. D. (2009). «Práticas complementares, racionalidades médicas e promoção da saúde: contribuições poucos exploradas». Cad Saúde Pública. 25 (8): 1732-1742 
  5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. (2015). Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS : atitude de ampliação de acesso. Brasília: Ministério da Saúde. 96 páginas. ISBN 978-85-334-2146-2