Mama Ocllo

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Retrato imaginário de Mama Ocllo e Manco Cápac, fundadores do império inca.

Mama Ocllo (em quíchua: Mama Uqllu) ou Mama-Quilla era, na mitologia inca, a filha do sol; a deusa da lua, da fertilidade, do casamento e das mulheres; e a esposa do legendário governante Manco Cápac.[1]

Mitologia[editar | editar código-fonte]

Mama Coya Ocllo[2] foi deificada como mãe e deusa da fertilidade. Há uma lenda escrita por Inca Garcilaso de la Vega que diz que ela era filha do deus-sol Inti e de Mama Quilla; em outra lenda, porém, a colocam como filha de Viracocha e Mama Cocha. De acordo com a primeira, portanto, ela era irmã e esposa de Manco Cápac.

Ambos emergiram das cavernas de Pacaritambo junto com outros casais de irmãos e irmãs para ajudarem a povoar e civilizar o mundo. Mama Ocllo e Manco Cápac são, geralmente, considerados como fundadores lendários da cidade de Cusco, capital do império Inca.

Teria sido a responsável por ensinar, às nativas, a arte de fiar e tecer.

Onomástica[editar | editar código-fonte]

No idioma quíchua oficial, seu nome é escrito como Mama Uqllu. No entanto, há algumas transliterações alternativas: Mama Ocllo, Mama Ogllo (nos dialetos do norte do Peru, a letra que representa a uvular fricativa sonora ([c]), é semelhante à oclusiva velar sonora ([g]) para os falantes de espanhol). Infelizmente, devido a más traduções ou vista ruim, também se criaram as seguintes formas: Mama Oello, Mama Oella, Mama Oullo e Mama Occlo.

Festividades[editar | editar código-fonte]

No dia 4 de novembro, dia em que se comemora a fundação da cidade de Puno (sul do Peru), é encenada a lenda de Manco Cápac e sua esposa-irmã Mama Ocllo. Um casal representando os dois é colocado em uma barca de totora (uma espécie de junco) com uma carranca em formato de cabeça de puma, acompanhados de uma comitiva de balseiros e músicos que tocam instrumentos sagrados para anunciar a chegada do casal divino.

Eles navegam pelo lago Titicaca, percorrendo algumas ilhas e vários povoados ao longo das margens durante mais de vinte dias. Nesses lugares, são recebidos pela população local com muita comida, danças e festas. Chegando em Puno, são recepcionados pelas autoridades e levados até um estádio, onde terminam sua encenação em meio a muita festa.[3]

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Referências[editar | editar código-fonte]

  1. WILKINSON, P. O Livro Ilustrado da Mitologia. Tradução de Beth Vieira. 2ª edição. São Paulo. Publifolha. 2002. p. 110.
  2. «El Primer Nueva Corónica» (em espanhol). Consultado em 10 de julho de 2009. Arquivado do original em 20 de julho de 2011 
  3. «Principais Representações de Dramas Incas no Peru» (em espanhol)