Estação Ferroviária de Duas Igrejas - Miranda

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Duas Igrejas - Miranda
Antigas instalações da estação, em 2006
Linha(s): Linha do Sabor (PK 105,291)
Altitude: 748 m
Coordenadas:
Mapa

41° 28′ 23,85″ N, 6° 21′ 54,71″ O

Município: border link=Miranda do DouroMiranda do Douro
Inauguração: 22 de maio de 1938 (há 85 anos)
Encerramento: 1 de agosto de 1988 (há 35 anos)
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Miranda, Estação Ferroviária de Miranda do Corvo, Estação Ferroviária de Mato Miranda ou Largo das Duas Igrejas (elétrico).

A Estação Ferroviária de Duas Igrejas - Miranda foi uma gare terminal da Linha do Sabor, que servia a cidade de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A estação situava-se a cerca de 10 km da localidade de Miranda do Douro.[1] O edifício foi construído no estilo tradicional português.[2]

A estação está decorada com painéis de azulejos da autoria de Gilberto, produzidos na fábrica lisboeta Sant’Anna, ilustrando cenas de época do quotidiano transmontano.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Linha do Sabor § História

Planeamento, construção e inauguração[editar | editar código-fonte]

Em 1899, a comissão técnica que foi encarregada de estudar o plano das linhas complementares ao Norte do Mondego propôs uma linha de via larga a partir do Pocinho até Miranda do Douro,[4] que servissse as minas de ferro de Reboredo e as pedreiras de mármore e alabastro de Santo Adrião em Vimioso, seguindo depois até à fronteira para uma posterior ligação por Zamora e Valladolid.[1] Esta linha foi uma das expostas no inquérito administrativo que se seguiu, para a apreciação do público sobre os projectos ferroviários dos Planos das Redes Complementares ao Norte do Mondego e Sul do Tejo.[5]

Esta linha foi classificada parcialmente em via métrica pelo plano ferroviário, decretado em 15 de Fevereiro de 1900, e a sua construção foi aprovada em 1905.[1]

Na reunião do Conselho de Ministros de 10 de Janeiro de 1934, foi aprovada a minuta do contrato para a empreitada n.º 3 da Linha do Sabor, correspondente ao troço de Urrós e Duas Igrejas, devendo esta estação ficar desde logo com acesso rodoviário e ligação telefónica.[6]

O troço entre Mogadouro e Duas Igrejas - Miranda foi aberto à exploração em 22 de Maio de 1938,[7] pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro.[1] Para a cerimónia, foi organizado um comboio especial.[1]

Um diploma publicado no Diário do Governo n.º 159, 2.ª Série, de 12 de Julho de 1938 autorizou a expropriação de um terreno, para a instalação de um caminho de acesso à estação de Duas Igrejas.[8]

Continuação projectada[editar | editar código-fonte]

No Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, retomou a intenção de continuar a Linha do Sabor além de Duas Igrejas até Vimioso, para servir as pedreiras.[9] Foram delineados dois percursos para este lanço, um pelo Vale de São Pedro da Silva, e outro passando junto a Miranda do Douro, Malhadas e Caçarelhos.[1]

Estação de Duas Igrejas - Miranda, em Agosto de 2005

Encerramento[editar | editar código-fonte]

A Linha do Sabor foi encerrada em 1 de Agosto de 1988.[10][11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f SOUSA, José (1 de Junho de 1938). «Linha do Sabor: Inauguração do Troço de Mogadouro a Duas Igrejas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1211). p. 251-252. Consultado em 12 de Fevereiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  2. NUNES, José (16 de Junho de 1949). «A Via e Obras nos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1476). p. 418-422. Consultado em 12 de Fevereiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  3. «Miranda – Duas Igrejas» 
  4. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 60 (1462). 16 de Novembro de 1948. p. 632. Consultado em 12 de Fevereiro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  5. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 61 (1466). 16 de Janeiro de 1949. p. 112. Consultado em 12 de Fevereiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  6. «Linhas do Estado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1107). 1 de Fevereiro de 1934. p. 76. Consultado em 12 de Fevereiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  7. «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 22 de Agosto de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  8. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1215). 1 de Agosto de 1938. p. 371-374. Consultado em 12 de Fevereiro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  9. PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
  10. «Saudades do comboio na Linha do Sabor». Jornal Público. Consultado em 22 de Agosto de 2014 
  11. REIS et al, 2006:150

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]