Fitoterapia: diferenças entre revisões
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Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. O estudo desses mecanismos e o isolamento do [[princípio ativo]] (a substância ou conjunto delas que é responsável pelos efeitos terapêuticos) da planta é uma das principais prioridades da [[farmacologia]].Creu neles |
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Revisão das 23h37min de 1 de julho de 2013
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![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4c/Arabic_herbal_medicine_guidebook.jpeg/250px-Arabic_herbal_medicine_guidebook.jpeg)
Fitoterapia (do grego therapeia = tratamento e phyton = vegetal) é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Ela surgiu independentemente na maioria dos povos. Na China, surgiu por volta de 3000 a.C. quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.
Deve-se observar que a definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia pois não engloba o uso popular das plantas em si, mas sim seus extratos. Os medicamentos fitoterápicos são preparações elaboradas por técnicas de farmácia, além de serem produtos industrializados.[1]
Vantagens e riscos
Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. O estudo desses mecanismos e o isolamento do princípio ativo (a substância ou conjunto delas que é responsável pelos efeitos terapêuticos) da planta é uma das principais prioridades da farmacologia.Creu neles
Enquanto o princípio ativo não é isolado, as plantas medicinais são utilizadas de forma caseira, principalmente através de chás, ultradiluições, ou de forma industrializada, com extrato homogêneo da planta.
Ao contrário da crença popular, o uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além do princípio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reação alérgica, pode haver contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados .
Além disso, todo princípio ativo terapêutico é benéfico dentro de um intervalo de quantidade - abaixo dessa quantidade, é inócuo e acima disso passa a ser tóxico. A variação de concentração do princípio ativo em chás pode ser muito grande, tornando praticamente impossível atingir a faixa terapêutica com segurança em algumas plantas aonde essa faixa é mais estreita. Na forma industrializada, o risco de contaminações pode ser reduzida através do controle de qualidade da matéria prima, mas mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo em cápsulas pode variar até em 100%. Nas ultradiluições, como na homeopatia, aonde não há o princípio ativo na apresentação final, não há nenhum desses riscos anteriores, mas também não há nada que indique que haja qualquer efeito benéfico.
À medida que os princípios ativos são descobertos, eles são isolados e refinados de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminações, e as doses terapêutica e tóxica são bem estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica e as interações desse fármaco com os demais.
No entanto, o isolamento e refino de princípios ativos também não é isento de riscos. Primeiro porque pretende substituir o conhecimento popular tradicional e livre, testado há milênios, por resultados provindos de algumas pesquisas analítico-científicas que muitas vezes são antagônicas. Segundo, porque a simples idéia de extrair princípios ativos despreza os muitos outros elementos existentes na planta que, em estado natural, mantêm suas exatas proporções. Assim sendo, o uso de fitoterápicos de laboratório poderia introduzir novos efeitos colaterais ou adversos inesperados, devidos à ausência de sinergismo ou antagonismo parcial entre mais de um princípio ativo que apenas seriam encontrados na planta.
Exemplos de plantas medicinais
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
- Abacateiro (Persea americana C Bauh)
- Açoita-cavalo (Luehea divaricataMart.)
- Amora (Morus alba L.)
- Angico-branco (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan)
- Angico-do-cerrado (Anadenanthera falcata (Benth.) Speg.)
- Araçá (Psidium cattleianum Sabine)
- Araçá-roxo (Psidium rufum DC.)
- Ariticum (Rollinia sylvatica (St. Hil.) Mart.)
- Ariticum-de-porco (Rollinia rugulosa Schlecht.)
- Aroeira-salsa (Schinus molle L.)
- Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius Raddii)
- Árvore-do-paraíso (Ailanthus altissima (Mill.) Swingle)
- Babosa (Aloe vera)
- Bergamoteira (Citrus spp)
- Bugreiro (Lithraea brasiliensis Marchand)
- Cafeeiro (Coffea arabica L.)
- Cambará (Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera)
- Cannabis (Cannabis sativa Linneaus)
- Canafístula (Cassia leptophylla Vogel)
- Canela-guaica (Ocotea puberula (Rich.) Nees)
- Canela-imbuia (Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez)
- Canela-ramo (Cinnamomun zeilanicum (Breyn.) Bl.)
- Canela-sassafrás (Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer)
- Cânfora (Cinnamomun camphora (L) J Presl)
- Capororocão (Myrsine umbellata Mart.)
- Capororoquinha (Myrsine ferruginea (Ruiz & Pav.) Spreng.)
- Carobinha (Jacaranda micrantha Cham.)
- Casuarina (Casuarina equisetifolia L.)
- Cataia (Drimys brasiliensis Miers)
- Cerejeira (Eugenia involucrata DC.)
- Cidreira-brava (Lantana fucata Lindl.)
- Cocão (Erythroxylum deciduum A. St.-Hil.)
- Corticeira (Erythrina falcata Benth.)
- Corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli L.)
- Cuvatã (Cupania vernalis Cambess.)
- Cuvitinga (Solanum mauritianum Scop.)
- Erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.)
- Espinheira-santa (Maytenus aquifolium Mart.)
- Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia (Schrad.) Planch.)
- Espirradeira (Nerium oleander L.)
- Ginkgo (Ginkgo biloba L.)
- Guabiju (Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand)
- Guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa O. Berg.)
- Guaçatunga (Casearia decandra Jacq.)
- Guaçatunga-da-graúda (Casearia lasiophylla Eichler)
- Guaçatunga-preta (Casearia sylvestris Sw.)
- Guapuruvu (Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake)
- Ingá-feijão (Inga marginata Willd.)
- Ipê-amarelo (Tabebuia alba (Cham.) Sandwith)
- Ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo)
- Ipê-verde (Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart.)
- Jaborandi (Piper gaudichaudianum Kunth)
- Jabuticabeira (Plinia trunciflora (Berg) Kaus.)
- Jurubeba-do-sul (Solanum variabile Cham.)
- Leiteiro (Sapium glandulatum (Vell.) Pax)
- Leiteirinho (Sebastiana brasiliensis Spreng.)
- Limoeiro (Citrus limon (L.) Burm)
- Liquidamba (Liquidambar styraciflua L.)
- Louro (Laurus nobilis Cav.)
- Magnólia-branca (Magnolia grandiflora L.)
- Mamão-do-mato (Carica quercifolia (A. St.-Hil.) Hieron.)
- Mamica-de-cadela (Zanthoxylum rhoifolium Lam.)
- Miguel-pintado (Matayba elaeagnoides Radlk.)
- Monjoleiro (Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan)
- Paineira (Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna)
- Pata-de-vaca (Bauhinia forficata Link)
- Pau-amargo (Picramnia parvifolia Engler ex. Chart.)
- Pau-de-andrade (Persea major (Nees) Kopp)
- Pau-pelado (Myrcianthes gigantea (Lerg.) Lerg.)
- Pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis (Cham. & Schlecht.) D. Dietrish)
- Pinhão (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze)
- Pinhão-doce (Castanea sativa Mill.)
- Pitangueira (Eugenia uniflora L.)
- Quebranteira (Lantana camara L.)
- Romã (Punica granatum L.)
- Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg)
- Sete-sangrias (Symplocos tetrandra Mart.)
- Sinamomo (Melia azedarach L.)
- Tenente-josé (Aeschrion crenata Vell.)
- Tribulus terrestris
- Umbú (Phytolacca dioica L.)
- Uvaia (Eugenia pyriformis Camb.)
- Uvarana (Cordyline dracaenoides Kunth)
- Vacum (Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.)
Referências
- Amitava Dasgupta. Review of Abnormal Laboratory Test Results and Toxic Effects Due to Use of Herbal Medicines Am J Clin Pathol 120(1):127-137, 2003.
- Zhou S; Koh HL; Gao Y; Gong ZY; Lee EJ. Herbal bioactivation: the good, the bad and the ugly. Life Sci. 2004; 74(8):935-68
- Stedman C Herbal hepatotoxicity. Semin Liver Dis. 2002; 22(2):195-206
- Chan TY; Tam HP; Lai CK; Chan AY A multidisciplinary approach to the toxicologic problems associated with the use of herbal medicines. Ther Drug Monit. 2005; 27(1):53-7
- Cheng KF; Leung KS; Leung PC Interactions between modern and Chinese medicinal drugs: a general review. Am J Chin Med. 2003; 31(2):163-9
- Millonig G; Stadlmann S; Vogel W. Herbal hepatotoxicity: acute hepatitis caused by a Noni preparation (Morinda citrifolia). Eur J Gastroenterol Hepatol. 2005; 17(4):445-7
- Bensoussan A; Myers SP; Drew AK; Whyte IM; Dawson AH. Development of a Chinese herbal medicine toxicology database. J Toxicol Clin Toxicol. 2002; 40(2):159-67
- Berrin Y; Ali O; Umut S; Meltem E; Murat B; Barut Y Multi-organ toxicity following ingestion of mixed herbal preparations: an unusual but dangerous adverse effect of phytotherapy. Eur J Intern Med. 2006; 17(2):130-2
- Tomassoni AJ; Simone K Herbal medicines for children: an illusion of safety? Curr Opin Pediatr. 2001; 13(2):162-9
Ver também
Ligações externas
- Plantas Medicinais (USP)Aprender Fitoterapia e Aromaterapia
- Anvisa - Forma correta de preparo de drogas vegetais
- Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira
Notas e referências
- ↑ Anvisa. «Uso de plantas medicinais da tradição popular é regulamentado». Consultado em 12 de março de 2010