Forte D. Pedro II do Imbuí

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Forte Dom Pedro II do Imbuí
Forte D. Pedro II do Imbuí
Vista externa do forte
Construção Pedro II do Brasil (1863)
Conservação Boa
Aberto ao público Sim

Forte Dom Pedro II de Imbuí é um forte localizado na ponta de Imbuí, na barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, no município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Existem duas hipóteses etimológicas para a origem do topônimo "Imbuí", todas com origem na língua tupi antigaː

  • viria do termo mboî'y, "rio das cobras" (mboîa, cobra e 'y, rio);
  • viria do termo imbu'y, "rio dos imbus" (imbu, imbu e 'y, rio).[1]

História[editar | editar código-fonte]

O Forte Dom Pedro II teve a sua construção iniciada em 1863 (SOUZA, 1885:105), no contexto da Questão Christie (1862-1865). O projeto original (Aviso de 21 de novembro de 1863) previa a construção de baterias casamatadas, distribuídas em dois pavimentos, com uma bateria à barbeta, e a sua ligação, por caminho apropriado, à Bateria da Praia de Fora (GARRIDO, 1940:104), o que se materializou em 1865 pela construção da estrada entre ambas. O mesmo autor prossegue, informando que o conjunto previa cinquenta peças de artilharia à barbeta e alojamentos para a correspondente guarnição. No ano de 1870, a Assembleia Legislativa aprovou a quantia de 24 contos de réis para as obras, suspensas no ano seguinte. No período entre 1877 e 1895, essas obras estiveram completamente paralisadas (op. cit., p. 104).

No contexto da Revolta da Armada (1893), as suas instalações foram ocupadas por forças governistas com algumas peças de campanha, e a missão de vigiar os movimentos dos rebeldes à entrada da barra (GARRIDO, 1940:104). Em 1895, a "Comissão de Fortificações e Defesa do Litoral do Brasil" examinou e aprovou projeto e orçamento para o novo Forte do Imbuí (Aviso do Ministério da Guerra, de 25 de fevereiro de 1896). De autoria do major Lenné, previa-se aproveitar a plataforma do antigo Forte Dom Pedro II para instalar cúpulas encouraçadas de aço-níquel. De 1896 a 1898, desenvolveram-se os trabalhos de alvenaria para receber uma cúpula armada com dois canhões Krupp de 280 mm L/40, e duas torres em elipse com canhões de tiro rápido Krupp de 75 mm L/25. Em 1898, estudou-se a resolução de dotá-lo de luz elétrica e a de assentar-lhe uma bateria mista de canhões 280 mm L/40 a céu aberto.

Praia do forte Imbuí. Ao fundo, a cidade do Rio de Janeiro, no outro lado da baía de Guanabara, com o morro do Pão de Açúcar em destaque.

O Aviso nº 1 101 do Ministério da Guerra, datado de 16 de abril de 1901, designou-o como Forte do Imbuí, considerando-o como de 1ª Classe. Foi inaugurado, com a presença do presidente da República Campos Sales (1898-1902), a 24 de maio de 1901, sendo guarnecida por um destacamento do 6º Batalhão de Artilharia de Posição, sob o comando do capitão Bonifácio Gomes da Costa. Posteriormente, foram-lhe procedidas obras complementares (1902), substituída a ponte de acesso (1905), e efetuada a ligação à rede de água potável de Niterói (1912). A partir de 1910, passou a ser guarnecido por um destacamento do 1º Batalhão de Artilharia de Posição (GARRIDO, 1940:104-105).

O forte foi desativado em 1946. BARRETTO (1958) informa que, à época (1958), estava guarnecido por um contingente, havendo sido guarnecida pela 3ª Bateria de Artilharia de Costa (op. cit., p. 215). O seu comando foi extinto em 1964. De 1964 a 1992, foi, ali, alojada a 1ª Bateria do 1º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado e F.I.(1ªdo1ºGACosM). Em 1992, passou a abrigar o 8º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (8º GACosM), responsável ainda pela guarnição da Fortaleza de Santa Cruz da Barra e pelo Forte Barão do Rio Branco.

Com 2 400 metros quadrados de área construída, em 2002 passou por reformas visando a permitir melhor acesso ao público na sua parte interna e externa, de onde se vista a entrada da baía de Guanabara e da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Estão, fora de visitação, o Hotel de Trânsito de Oficiais (em funcionamento desde 1995), e a respectiva praia com cerca de 800 metros de extensão. O seu acesso é feito a partir do Forte Barão do Rio Branco.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 568.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]