Geração X
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Geração X (ou coloquialmente no Brasil Geração Coca-Cola, derivado de uma música da banda Legião Urbana) é uma expressão que se refere, segundo alguns, aos indivíduos nascidos entre 1965 até 1980,[1][2][3][4][5][6][7][8] durante os anos que se seguiram ao baby boom do pós-guerra, verificado entre 1946 e 1964.[9][10] Segundo outros, a geração X seria constituída pelas pessoas nascidas entre os anos 1960 e os anos 1970.[11][12][13][14] Como Fran Kick explica, não existe um limite rígido. Frequentemente, a mudança entre gerações ocorre ao longo de 3 a 5 anos, talvez mais, dependendo de para quem se pergunte.[15][16]
Alternativamente, a expressão 'geração X' também foi usada em diversas épocas e lugares para referir-se a várias subculturas e à contracultura, desde 1950.[17] Na meia-idade, a pesquisa descreve esses indivíduos como ativos e felizes, tendo alcançado um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A coorte foi creditada com "tendências empreendedoras".
História da Geração X
[editar | editar código-fonte]A expressão "Geração X" foi inventada pelo fotógrafo da Agência Magnum, Robert Capa, em 1950. Ele iria usá-la mais tarde como título de um ensaio fotográfico sobre homens e mulheres jovens que cresceram imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. O projeto emergiu em 1953 na revista britânica "Picture Post" e na estadunidense "Holiday". Descrevendo a sua intenção, Capa disse:
“ | Nós nomeamos esta geração desconhecida como Geração X e, mesmo em nosso primeiro entusiasmo, percebemos que tínhamos algo muito maior do que os nossos talentos e bolsos poderiam lidar".[18] | ” |
O escritor John Ulrich explica:
“ | Desde então, 'Geração X' sempre significou um grupo de jovens, aparentemente sem identidade, a enfrentar um incerto, mal definido, talvez hostil, futuro. Aparições posteriores do termo, em meados dos anos 1960 e meados de 1970, mudaram sua abrangência de geração global, atribuída por Capa, para conjuntos específicos de subculturas da juventude britânica, constituídos principalmente de homens brancos da classe trabalhadora, desde os mods e seus rivais rockers até a subcultura minecraft, mais abertamente contestadora.[17] | ” |
O termo foi usado por Jane Deverson em um estudo de 1964 a respeito da juventude britânica. Deverson foi convidada pela revista Woman's Own para entrevistar os adolescentes da época. O estudo revelou uma geração de adolescentes para quem era normal manter relações sexuais antes do casamento, que não acreditavam muito em Deus, que não gostavam da rainha Elizabeth II e não respeitavam os pais. Na época, ainda sequer havia sido cunhada a expressão "Geração Apática", ou Slacker generation, e o estudo foi considerado inadequado para a revista. Deverson, em uma tentativa de salvar sua pesquisa, trabalhou com o jornalista Charles Hamblett para criar um livro a partir do estudo. Hamblett decidiu nomeá-lo Geração X.[19]
O termo somente viria a ser popularizado pelo romance Geração X: contos para uma cultura acelerada (1991), do autor canadense Douglas Coupland, sobre os jovens do final dos anos 1980 e seu estilo de vida. Um artigo da revista 1989,[20] erroneamente, atribuiu a origem da expressão "Geração X" ao músico inglês Billy Idol. Na verdade, Idol havia sido membro da banda punk Generation X de 1976 a 1981. O nome da banda havia sido criado baseado no título do livro de Deverson e Hamblett, uma cópia do qual havia sido adquirida pela mãe de Idol.[21]
Nos Estados Unidos, Generation X originalmente referia-se ao nascidos durante o baby bust, expressão que designa a queda da taxa de natalidade após o baby boom ("explosão de bebês") do pós-Segunda Guerra Mundial.[11]
Brasil
[editar | editar código-fonte]Investigando o contexto brasileiro, as pesquisadoras Milhome e Rowe, da Universidade Federal da Bahia, identificaram os nascidos entre 1959 e 1968, que chegaram na idade adulta no final da ditadura militar brasileira e no contexto das Diretas Já, além de viverem as crises econômicas no fim da década de 1970 e começo da de 1980, como parte da geração Diretas.[22] Além disso, elas identificaram os nascidos entre 1969 e 1978, que chegaram na idade adulta na crise econômica pós-ditadura militar, viram o Plano Collor e seu impeachment, além da criação do Plano Real e suas primeiras consequências, como parte da geração Hiperinflação.[23]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Gen X Is a Mess». The New York Times (em inglês). 14 de maio de 2019. ISSN 0362-4331. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Williams, Alex (14 de maio de 2019). «Actually, Gen X Did Sell Out, Invent All Things Millennial, and Cause Everything Else That's Great and Awful». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Siegel, Rachel; Telford, Taylor (18 de outubro de 2019). «More work, more sleep: New study offers glimpse of daily life as a millennial». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Miner, Nanette. «Council Post: As Baby Boomers Near Retirement, Companies Risk A Leadership Shortage». Forbes (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Gorman, Megan. «Why Gen X Is Not A Forgotten Financial Generation». Forbes (em inglês). Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Stephey, M. J. (16 de abril de 2008). «Breaking News, Analysis, Politics, Blogs, News Photos, Video, Tech Reviews». Time (em inglês). ISSN 0040-781X. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Siegel, Rachel; Telford, Taylor (18 de outubro de 2019). «More work, more sleep: New study offers glimpse of daily life as a millennial». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ «The Fed - Table: Distribution of Household Wealth in the U.S. since 1989». www.federalreserve.gov. Consultado em 6 de fevereiro de 2024
- ↑ Generation X (Gen X). Por Julia Kagan. Investopedia, 22 de junho de 2020.
- ↑ Stephey, M.J. (16 de abril de 2008). «Gen-X: The Ignored Generation?». Time. Consultado em 3 de maio de 2010
- ↑ a b Encyclopedia of Identity By Ronald L. Jackson, II
- ↑ Strauss, William & Howe, Neil. Generations: The History of America's Future, 1584 to 2069. Perennial, 1992 (Reprint). ISBN 0-688-11912-3 p. 324
- ↑ Shin, Annys (3 de janeiro de 2008). «Non-Toxic Tots». Washington Post. Consultado em 28 de setembro de 2010
- ↑ Carlson, Elwood (30 de junho de 2008). The Lucky Few: Between the Greatest Generation and the Baby Boom. [S.l.]: Springer. ISBN 978-1-4020-8540-6
- ↑ Carlson, Elwood (30 de junho de 2008). The Lucky Few: Between the Greatest Generation and the Baby Boom. [S.l.]: Springer. p. 29. ISBN 978-1-4020-8540-6
- ↑ Kick, Fran (2005). What makes kids kick:inspiring the millennial generation to kick it. [S.l.]: Instruction & Design Concepts. 33 páginas
- ↑ a b Ulrich, John. «Introduction: A (Sub)cultural Genealogy». In: Andrea L. Harris. GenXegesis: essays on alternative youth. [S.l.: s.n.] 3 páginas
- ↑ GenXegesis: essays on alternative youth (sub)culture By John McAllister Ulrich, Andrea L. Harris p. 5.
- ↑ Asthana, Anushka & Thorpe, Vanessa. "Whatever happened to the original Generation X?". The Observer. January 23, 2005.
- ↑ Coupland, Doug. "Generation X." Vista, 1989.
- ↑ Generation X - A Punk History with Pictures
- ↑ Milhome 2022, pp. 65-66, geração Diretas.
- ↑ Milhome 2022, p. 66, geração Hiperinflação.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Milhome, Jaqueline Cavalcante (2022). Gerações Brasileiras (PDF). Uma proposta de classificação e de identificação dos valores pessoais e no trabalho (Tese). Salvador: Universidade Federal da Bahia. 164 páginas. Consultado em 8 de julho de 2024
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- ↑ «Gerações X, Y, Z e Alfa: como cada uma se comporta e aprende». BEĨ Educação (em inglês). 9 de março de 2021. Consultado em 19 de agosto de 2022