Janthina exigua
Janthina exigua | |
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Classificação científica | |
Nome binomial | |
Janthina exigua Lamarck, 1816[1] | |
Sinónimos | |
Janthina incisa Philippi, 1848 Janthina nana Gray, 1850 Ianthina bifida Reeve, 1858 Janthina capreolata Montrouzier, 1860 Ianthina vinsoni Deshayes, 1863 Janthina courcellei Mabille & Rochebrune, 1889 (WoRMS)[1] |
Janthina exigua (nomeada, em inglês, dwarf Janthina[2][3][4], little Janthina ou capreola purple snail)[2] é uma espécie de molusco gastrópode marinho da família Epitoniidae, na ordem Caenogastropoda[1] (no passado, na família Janthinidae), epipelágica e pleustônica em oceanos tropicais.[2][4][5][6] Foi classificada por Jean-Baptiste de Lamarck, em 1816, no texto "Liste des objets représentés dans les planches de cette livraison"; publicado em Tableau encyclopédique et méthodique des trois règnes de la Nature Mollusques et Polypes divers. Agasse, Paris. 16 pp.[1]
Descrição da concha e hábitos
[editar | editar código-fonte]Janthina exigua possui concha globosa, com espiral destacada e geralmente com até 4 voltas angulares, de coloração púrpura a rosada, atingindo até os 3 centímetros de comprimento e sem canal sifonal em sua abertura, que é maior que a metade do comprimento da concha. A sua superfície possui sulcos profundos e regulares, o que facilita a separação desta espécie das demais do seu gênero. Os sulcos se inclinam da sutura (junção entre as voltas) para trás e para o meio, onde formam uma junção e onde continuam até uma incisão em forma de V no lábio externo, que é arredondado e fino, com sua columela reta, na parte anterior, e sem opérculo na abertura, quando adulta. Umbílico fechado ou parcialmente aberto.[2][7][8][9][10][11]
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Ilustração de Janthina janthina (Linnaeus, 1758)[1] com o animal ("FL": flutuador; "O": ovos; "Pr": probóscide; "Br": brânquias; "F": pé); retirada de Molluscs, Cambridge Natural History, v.3 (1895).
Os moluscos do gênero Janthina não possuem visão[4] e não podem viver desconectados de seus flutuadores; fixos por seus pés[12] e com a abertura da concha para cima, estando à mercê de ventos e correntes marinhas, na superfície das ondas, para o seu deslocamento, passando sua vida na zona epipelágica ou nêuston (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de cnidários dos gêneros Physalia, Porpita e Velella.[9][13][14] Tais flutuadores são constituídos por uma bolsa de bolhas de ar formadas por muco endurecido e secretado pelo animal. Tais bolsas também contém seus ovos, mantidos em cápsulas presas à parte inferior do flutuador das fêmeas e liberados como larvas que nadam livremente. Os indivíduos são protândricos; iniciam suas vidas como machos e posteriormente se tornam fêmeas.[6][13][15] Quando são alvo de predação eles podem soltar uma substância de coloração arroxeada para a sua defesa.[7][16] Podem ser depositadas em praias, ainda vivos.[3]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Esta espécie está distribuída geralmente nas áreas de clima tropical e temperado dos três oceanos[2][8], incluindoː
- Oceano Atlânticoː costa do Brasil[17], golfo do México, Ilhas Britânicas, Irlanda, Jamaica, mar do Caribe, mar Mediterrâneo, México, norte do Atlântico[5], Portugal.[18]
- Oceano Índicoː África do Sul, Madagáscar, Moçambique.[5]
- Oceano Pacíficoː Austrália meridional[19], Nova Zelândia.[5]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Janthina exigua Lamarck, 1816» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e «Janthina (Janthina) exigua» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
- ↑ a b «Janthina exigua Lamarck, 1816 dwarf janthina» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020
- ↑ a b c ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c d «Janthina exigua Lamarck, 1816 distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ a b RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 101-102. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 116-117. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- ↑ a b «Janthina exigua Lamarck, 1816» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ a b OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 58. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9
- ↑ «Zooplankton and Micronekton of the North Sea ː Janthina exigua Lamarck, 1816» (em inglês). Marine Species Identification Portal. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ Shadowshador (2 de agosto de 2013). «Capreola purple snail (Janthina (Janthina) exigua)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020
- ↑ LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- ↑ a b «Family Janthinidae - Violet snails» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020
- ↑ «Janthinidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020.
Definition of Janthinidaeː a family of marine snails (suborder Taenioglossa) comprising the violet snails and floating at the surface by means of a raft of air bubbles enclosed in hardened mucus secreted by the foot.
- ↑ ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês) 4 ed. Boston - New York: Houghton Mifflin Company - Google Books. p. 175. 350 páginas. ISBN 0-618-16439-1. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ «Janthina exigua Lamarck, 1816». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ «Janthina exigua». Naturdata - Biodiversidade Online - Portugal. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020
- ↑ LINDNER, Gert (Op. cit., p.136.).