Leonardo Brant

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Leonardo Brant
Nascimento 29 de dezembro de 1969
Belo Horizonte
Cidadania Brasil
Ocupação escritor

Leonardo Botelho Brant (Belo Horizonte, 29 de dezembro de 1969) é documentarista e pesquisador cultural [1]brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Cursou comunicação, onde foi presidente do centro acadêmico, período paralelo ao processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo.

Em 1996 foi convidado para trabalhar na Revista Imprensa, como diretor e editor. Atuou no desenvolvimento de eventos como o Seminário Internacional de Telejornalismo, no guia da imprensa para a Copa do Mundo de 1998 para a Coca-Cola. Também atou como consultor de empresas de comunicação e novas mídias como Band, ESPN, iG, Starmedia, TV Cultura, entre outras.

Ainda em 1998 abriu a agência Pensarte, além realizar consultorias em investimento cultural privado e de criar o Canal Pensarte, site especializado em cultura e patrocínio. Em 1999 conheceu o advogado Fabio Cesnik em um debate sobre o mercado cultural, promovido pela Editora Escrituras. Juntos criaram o Instituto Pensarte e foi responsável pelo manifesto por “1% para a Cultura”, subscrito por todos os candidatos à presidência em 2002, cujo mote chegou a ser utilizado na gestão de Gilberto Gil à frente do Ministério da Cultura. Em 2001 publicou o seu primeiro livro, Mercado Cultural, pela editora Escrituras.

Lançou também o site Cultura e Mercado, uma revista digital sobre mercado e políticas culturais, "que se configura", nas palavras de Graziele Saraiva, "como um dos mais destacados e influentes veículos de comunicação especializados no setor cultural do Brasil, trazendo, diariamente, análise, informação e serviços especializados aos profissionais da cultura".[2][3][4] Segundo a revista Fator Brasil, "atuou, de 2002 a 2006, como vice-presidente da International Network for Cultural Diversity (INCD), com destacada participação em torno da Convenção da Unesco para a Diversidade Cultural".[5]

Ainda em 2002 lançou a coleção de livros Democracia Cultural, como coordenador editorial. A coleção começou com Diversidade Cultural, do próprio Leonardo Brant, Democracia Audiovisual, de André Martinez e Artes Sob Pressão, de Joost Smiers. Publicou ainda Políticas Culturais, vol.1 e a revista Arquitetura Cultural, com artigos sobre a metodologia voltada para o envolvimento de empresas com processos culturais[6], além da comunicação e do marketing. Em 2008, atuou como articulador da TEIA, reunião dos Pontos de Cultura em Belo Horizonte. Foi um dos fundadores da Red Audiovisual Iberoamericana (RAIA), "uma rede de profissionais, investigadores, ativistas, cineastas e articuladores culturais, interessados no desenvolvimento do audiovisual independente".[5]

Tem atuação destacada no desenvolvimento de planejamento cultural para empresas e organizações culturais.[3] Foi coordenador geral do Projeto Asa, vinculado ao Instituto GTech Cidadania e Cultura, recebendo o Prêmio Cidadania concedido pelo Anuário Informática Hoje, que destaca os melhores projetos de responsabilidade social desenvolvidos por empresas do setor.[7] Foi idealizador e coordenador do projeto Empreendedores Criativos, mantido pelo Banco Santander, "visando reconhecer, valorizar e qualificar agentes criativos que desejam ativar e aprimorar seus empreendimentos".[8]

Há mais de uma década tem sido convidado para palestrar em seminários, congressos e outros eventos de alto nível,[3] como o 4º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, promovido pela PUC de Belo Horizonte,[9] o ciclo de debates Diálogos Culturais, promovido pelo Ministério da Cultura e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,[10] a Feira de Projetos Culturais do Ceará,[11] o X Congresso GIFE – Brasil, democracia e desenvolvimento sustentável.[12] o Projeto Cidades Criativas do Parque Tecnológico de Sorocaba.[13] e o Seminário Economia da Cultura e Políticas Culturais Segmentadas da Fundação Joaquim Nabuco,[14] palestrando também na África do Sul, Argentina, China, Croácia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda e Senegal.[5]

Em matéria do jornal O Povo de 2012, foi descrito como uma "referência nas discussões sobre a chamada economia criativa, baseada em setores ligados às artes e cultura e em novas formas de gestão de negócios".[11] Segundo Piatã Stoklos Kignel, Supervisor de Cultura da Subprefeitura de Pinheiros (cidade de São Paulo), "a experiência de Leonardo Brant é algo raro de encontrar no universo da gestão e da política cultural. Além disso, se soma às suas qualidades e capacidades o aprofundamento crítico, tanto no que tange aos conceitos, quanto aos aspectos sociais e de articulação em âmbito nacional e internacional. Diria que é uma passagem obrigatória para todos que desejam se atualizar e se qualificar no trabalho e na reflexão sobre o universo cultural".[15]

Em 2009 foi condecorado com a Medalha de Vermeil da Academia de Artes Ciências e Letras da França.[5] Foi um dos indicados para o Prêmio Virada Sustentável 2013, "voltado para cidadãos que, pelo conjunto de seu trabalho ou atuação, estão transformando a cidade de São Paulo num lugar mais alegre, civilizado e sustentável".[16]

Documentarista[editar | editar código-fonte]

Em 2006, Brant realizou um filme curto em uma viagem para o Senegal, onde foi realizar uma conferência sobre democracia audiovisual. Com o mote "com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", nascia a Deusdará Filmes, produtora de cinema experimental. Em 2007 produziu o filme Os Quatro Elementos em Si ou O Guru Selvagem, de André Martinez.

Em 2010 iniciou a filmagem de Ctrl-V::VideoControl, sobre a indústria audiovisual global e seus efeitos sobre as culturas locais, com apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e lançamento simultâneo na Espanha e no Brasil,. Este trabalho foi realizado em colaboração com filmmakers e profissionais de diversos países. Foi apresentado no Fórum Social Mundial, em São Leopoldo, durante a 2ª Reunião Pública Mundial da Cultura, e na mostra Outros Mundos - O Cinema Contra as Injustiças da Globalização.[17][5][18]

Em 2011 foi chamado para realizar documentários para o Instituto CPFL. Dessa parceria foram realizados os filmes “Luz na Crise” e “Tudo o que há no mundo”, em parceria com Pedro Caldas. Depois “Ódio”, com José Sampaio, ”Encruzilhada”, com Lisiana Kieling, “À Distância”, “Prazeres & Pecados[19]” e “Igual”.

Em 2015 lançou o filme “Comer o quê?",[20][21] que aborda os hábitos alimentares do brasileiro e temas paralelos como o agronegócio, formas de socialização através da comida, saúde, política e outros.[22][23] O documentário recebeu o Prêmio CINEB 2016 na categoria longa-metragem, concedido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo dentro do Projeto de Democratização do Cinema Brasileiro, que tem como objetivo despertar o interesse pelo cinema nacional entre um público que não tem acesso a ele.[24] Foi apresentado em muitos eventos e festivais independentes e em programações de instituições culturais reconhecidas, como o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, a Fundação Catarinense de Cultura, a Universidade Federal Fluminense e a Fundação Cultural Badesc.[25][26][27][28][29][30][31] O filme foi licenciado com exclusividade para a Globosat, com frequentes exibições no GNT.Doc, do canal GNT.

Em 2016 lançou “Psiquê[32]”.

Em 2017 criou com Carlos Igareda o movimento DocMakers[33], com o objetivo de auxiliar a desenvolver um novo mercado para o documentário[34] no Brasil. No mesmo ano é convidado para co-dirigir a série UtopiaBrasil, de Newton Cannito.

Filmografia[editar | editar código-fonte]

  • "Guru Selvagem", Argumento e Produção Executiva, 2007
  • "Ctrl-V", Direção, 2010
  • "Luz na Crise", Direção (com Pedro Caldas), 2012
  • "Tudo o Que Há no Mundo", Direção (com Pedro Caldas), 2012
  • "Caixa Quadrada", Produção Executiva, 2013
  • "Ódio", Direção (com José Sampaio), 2013
  • "Prazeres & Pecados", Direção, 2014
  • "Encruzilhada", Direção (com Lisiana Kieling), 2014
  • "À Distância", Direção, 2015
  • "Comer o quê?", Direção, 2016
  • "Psiquê", Direção, 2016
  • "Igual", Direção, 2017
  • "Utopia Brasil" (série documental), Co-Direção, 2018
  • "#Paulista360", Direção, 2019

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • "Mercado Cultural", Escrituras, 2001
  • "Políticas Culturais, vol.1", Manole, 2002
  • "Diversidade Cultural", Escrituras, 2003
  • "O Poder da Cultura", Peirópolis, 2009


Referências

  1. Amaral, Fundação Ubaldino do. «Mercado cultural brasileiro é tema de palestra de Leonardo Brant». Jornal Cruzeiro do Sul 
  2. Saraiva, Graziele. Entre o real e o virtual: Cultura, poder e informação na integração sul-americana. Mestrado, UFRJ, 2012, p. 147
  3. a b c "Artes visuais e mercado". Diário de Cuiabá, 26/07/2012
  4. "O Poder da Cultura". Fundação Catarinense de Cultura
  5. a b c d e "Documentário sobre a indústria audiovisual será lançado no Fórum Social Mundial". Revista Fator Brasil, 23/01/2010
  6. «Brant defende o empreendedorismo cultural». Jornal do Comércio 
  7. "As vencedoras do Prêmio Cidadania". Plano Editorial
  8. "Santander Universidades e Empreendedores Criativos realizam Concurso Cultural Criativar". Santander, 06/02/2013
  9. "4º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade debate o papel educativo e social dos meios de comunicação". PUC-Minas, 23/05/2011
  10. "Inscrições abertas para o Diálogos Culturais". Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia
  11. a b "A Ascensão da classe criativa". O Povo, 14/03/2012
  12. "Último dia para jovens participarem da cobertura do Congresso GIFE". Instituto Fonte
  13. Shikama, Felipe. "Ana Carla Fonseca abre o evento Cidades Criativas". Jornal Cruzeiro do Sul, 27/03/14
  14. Santos, Stephanie Siqueira. "Economia e política cultural em debate do Cine PE". Ascom RRNE/MinC
  15. "O Poder da Cultura com Leonardo Brant no Ateliê Brant Associados". Canal Contemporâneo, 31/03/2009
  16. "Prêmio Virada Sustentável destaca 100 nomes para indicação". Catraca Livre, 15/04/2013
  17. "Controlemos, pois". Baixa Cultura, 25/01/2010
  18. "Ctrl-V". TV Cultura.
  19. «websérie "prazeres & pecados", de Leonardo Brant | instituto cpfl». www.institutocpfl.org.br. Consultado em 30 de junho de 2018 
  20. «Filmes sobre hábitos de consumo e sustentabilidade estão no Cine CPFL de setembro». Campinas.com.br. Consultado em 30 de junho de 2018 
  21. Virtual, Holofote (4 de fevereiro de 2016). «Holofote Virtual: Cultura do bem comer no foco de Leonardo Brant». Holofote Virtual. Consultado em 30 de junho de 2018 
  22. "Cardápios variados se tornam pauta no documentário ‘Comer o quê?’". A Crírica, 12/11/2016
  23. "Público prestigia o pré-lançamento do documentário ‘Comer o Quê?’, em Belém". Agência Pará, 12/02/2016
  24. Ribeiro, Milton. "CineB entrega troféus hoje com a presença do ator Aílton Graça e de diretores como Kleber Mendonça Filho, de Aquarius, e Tata Amaral, de Trago Comigo". Guia 21, 13/12/2016
  25. "Festival reúne cinema e gastronomia em Pirenópolis, no Goiás". Divirta-se mais, 16/09/2016
  26. "Bituruna se prepara para receber Mostra Internacional de Cinema". O Iguaçu, 16/10/2017
  27. "Cinema do CIC - Programação de junho de 2017". Fundação Catarinense de Cultura, 27/05/2017
  28. "Programação do Cineclube para fevereiro de 2016". Fundação Cultural Badesc, 28/01/2016
  29. Museu da Imagem e do Som. Filme "Comer o quê?"
  30. Oliveira, Rebeca. "A partir de amanhã, dois festivais reúnem cultura e gastronomia na cidade". Correio Braziliense, 14/09/2016
  31. "Cinedebate filme "Comer o Quê? - Auditório Milton Santos".Universidade Federal Fluminense, 21/01/2016
  32. «Theatro SA?o Pedro volta ao cinema apA?s 100 anos | Movimento.com». Movimento.com. 17 de novembro de 2016 
  33. «Jovens da periferia são selecionados para produção de minidocumentários». GIFE. 5 de março de 2018 
  34. «GloboNews 360º mostra a realidade da educação no Brasil». GloboNews. 13 de outubro de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]