Letty Lynton

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Letty Lynton
Letty Lynton
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Redimida
 Estados Unidos
1932 •  p&b •  84 min 
Gênero drama criminal
Direção Clarence Brown
Produção Hunt Stromberg
Produção executiva Irving Thalberg
Roteiro John Meehan
Wanda Tuchock
Baseado em Letty Lynton
romance de 1931
de Marie Belloc Lowndes
Elenco Joan Crawford
Robert Montgomery
Cinematografia Oliver T. Marsh
Direção de arte Cedric Gibbons
Edição Conrad A. Nervig
Companhia(s) produtora(s) Metro-Goldwyn-Mayer
Distribuição Metro-Goldwyn-Mayer
Lançamento
  • 14 de maio de 1932 (1932-05-14) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 347.000[2]
Receita US$ 1.172.000[2]

Letty Lynton (bra: Redimida)[3] é um filme pre-Code estadunidense de 1932, do gênero drama criminal, dirigido por Clarence Brown, e estrelado por Joan Crawford e Robert Montgomery. O roteiro de John Meehan e Wanda Tuchock foi baseado no romance homônimo de 1931, de Marie Belloc Lowndes.[1]

Desde então, o filme tornou-se famoso em parte devido à sua indisponibilidade após um processo judicial de 1936 (ver § Estado legal). A produção também é lembrada pelo vestido Letty Lynton, desenhado pelo figurinista Adrian: um vestido branco de organdi de algodão com grandes mangas franzidas e bufantes nos ombros.[4] A loja de departamentos Macy's copiou o vestido em 1932 e vendeu mais de 50.000 réplicas em todo o país.[5] Este foi o terceiro dos seis filmes que Crawford e Montgomery co-estrelaram juntos.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Joan Crawford com o vestido Letty Lynton, feito por Adrian.

A socialite Letty Lynton (Joan Crawford) está de volta a Nova Iorque após passar um período em Montevidéu, Uruguai, ao lado de seu amante, Émile Renaul (Nils Asther). Lynton termina o caso extraconjugal com o homem e, a bordo do navio, se apaixona novamente, desta vez por Jerry Darrow (Robert Montgomery). A atração entre eles aumenta cada vez mais, embora o ex-amante de Lynton não a deixe em paz – mas tudo começa a mudar quando ela chega ao seu extremo.

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Joan Crawford como Letty Lynton
  • Robert Montgomery como Jerry Darrow
  • Nils Asther como Émile Renaul
  • Lewis Stone como Promotor Haney
  • May Robson como Sra. Lynton, a mãe de Letty
  • Louise Closser Hale como Miranda, a governanta de Letty
  • Emma Dunn como Sra. Darrow, a mãe de Jerry
  • Walter Walker como Sr. Darrow, o pai de Jerry

Recepção[editar | editar código-fonte]

A revista Photoplay comentou: "A maneira envolvente e simples com que esta produção se desenrola a coloca entre as melhores do mês ... Joan Crawford como Letty está em seu melhor. Nils Asther é um vilão fascinante. Robert Montgomery entrega uma atuação habilidosa ... A direção, mais um elenco forte, fazem Letty Lynton valer a pena ser visto".[6]

O Motion Picture Herald observou: "Quase tudo o que se pode desejar no entretenimento foi injetado nesta produção soberbamente atuada e dirigida. Os vestidos que a Srta. Crawford usa serão o assunto da cidade por semanas depois ... e como ela os usa também!"[6]

Bilheteria[editar | editar código-fonte]

De acordo com os registros da Metro-Goldwyn-Mayer, o filme arrecadou US$ 754.000 nacionalmente e US$ 418.000 no exterior, totalizando US$ 1.172.000 mundialmente. O retorno lucrativo da produção foi de US$ 390.000.[2]

Estado legal[editar | editar código-fonte]

"Letty Lynton" não está disponível desde que o tribunal distrital de Nova Iorque decidiu em 17 de janeiro de 1936, baseado em um processo que afirmava que o roteiro utilizado pela MGM era muito similar à peça teatral "Dishonored Lady" (1930), de Edward Sheldon e Margaret Ayer Barnes, e tudo sem adquirir os direitos de exibição e dar os devidos créditos. Em 28 de julho de 1939, o Segundo Circuito concedeu um quinto da receita de "Letty Lynton" aos demandantes Sheldon e Ayer Barnes em sua ação de plágio e violação de direitos autorais contra a MGM.[7][8] Este caso foi incorretamente considerado a primeira decisão de direitos autorais a direcionar a distribuição de lucros com base relativa.[9] Anteriormente, uma decisão semelhante havia sido tomada em 1921, no caso de plágio que envolveu a canção "Avalon" (1920), de Al Jolson.

A MGM fez uma petição à Suprema Corte dos Estados Unidos para anular totalmente a decisão do Tribunal de Apelações, mas os roteiristas da peça teatral contra-atacaram. Eles argumentaram que, como as questões levantadas no processo eram baseadas exclusivamente nas leis de direitos autorais dos EUA, o tribunal de apelações errou ao confiar nos princípios da lei de patentes para repartir os danos, em vez de conceder aos demandantes 100% do lucro da MGM. A Suprema Corte aceitou a petição dos roteiristas, mas em 1940, confirmou por unanimidade a decisão do Segundo Circuito – que concedeu a eles apenas um quinto, e não todos os lucros. Como resultado da descoberta de violação de direitos autorais, no entanto, o filme permaneceu praticamente indisponível, exceto por algumas cópias piratas.[10] O filme de 1932 deve ficar prontamente disponível após a eventual expiração dos direitos autorais da peça teatral, ou antes, se a Warner Archive Collection, que atualmente possui o filme, puder fazer um acordo com o atual detentor dos direitos da peça.

Em 1947, a United Artists lançou o filme "Dishonored Lady", estrelado por Hedy Lamarr e dirigido por Robert Stevenson, baseado na peça teatral de Sheldon e Ayer Barnes.

Referências

  1. a b «The First 100 Years 1893–1993: Letty Lynton (1932)». American Film Institute Catalog. Consultado em 31 de março de 2023 
  2. a b c «The Eddie Mannix Ledger, Appendix 1: "MGM Film Grosses, 1924 - 1948"». Margaret Herrick Library, Center for Motion Picture Study. Los Angeles: Historical Journal of Film, Television, and Radio, Vol. 12, No. 2. 1992 .
  3. «Redimida (1932)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 31 de março de 2023 
  4. Gledhill, Christine (2 de setembro de 2003). Stardom: Industry of Desire (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781134940905 
  5. Leese, Elizabeth: Costume Design in the Movies, Dover Books, 1991, ISBN 0-486-26548-X, p. 18
  6. a b Quirk, Lawrence J. (1968). The Films of Joan Crawford. [S.l.]: The Citadel Press. ISBN 978-0806503417 
  7. «Sheldon v. Metro-Goldwyn Pictures Corporation, 106 F.2d 45 (2d Cir. 1939)». Justia U.S. Law. Justia. Consultado em 31 de março de 2023 
  8. «Sheldon v. Metro-Goldwyn Pictures Corporation, 26 F.Supp. 134 (S.D.N.Y. 1938)». Justia Law (em inglês). Consultado em 31 de março de 2023 
  9. lmharnisch (30 de abril de 2018). «Mary Mallory: Hollywood Heights – 'Letty Lynton'» (em inglês). Consultado em 31 de março de 2023 
  10. «Margaret Ayer Barnes papers». TriCollege Libraries: Archives & Manuscripts. Bryn Mawr, Haverford and Swarthmore College Libraries. Consultado em 31 de março de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]