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Linha discada

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Um modem ligado.

Linha discada (também: dial-up internet access, internet discada ou apenas dial-up) é uma forma de acesso à internet que utiliza a rede pública de telefonia comutada para estabelecer conexão com um provedor de acesso à internet por meio de um número de telefone. O computador do usuário ou roteador emprega um modem para codificar e decodificar dados em sinais de áudio. Apesar da difusão da banda larga, a linha discada segue como alternativa quando não há outras opções de acesso ou quando o custo é proibitivo, especialmente em áreas rurais ou remotas.[1]

A internet discada existe desde a década de 1980, com provedores públicos ligados à National Science Foundation Network (NSFNET), e foi comercializada por empresas como a Sprint Corporation a partir de julho de 1992.[2] Tornou-se o método mais comum de conexão entre meados da década de 1990 e os anos 2000.

Segundo o Pew Research Center, nos Estados Unidos o uso de discada em casa era de 6% em 2010 e caiu para 3% em 2013.[3]

Apesar de pioneira,[4] a conexão discada perdeu espaço com a massificação de acessos de banda larga como DSL, ADSL, conexões por cabo e por rádio, entre outras, também devido à velocidade limitada (máximo teórico de 56,6 kbps).

Fax-modem de 1994 usado em conexão discada.

Ainda assim, a discada é utilizada em locais sem banda larga disponível ou viável, e onde a rede telefônica cobre áreas mais extensas. Também pode ser alternativa temporária de menor custo. A discagem pode, ainda, ser usada para acessar sistemas fora da Internet, como BBS.

Velocidade

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É possível aumentar a velocidade efetiva por compressão de dados ou agregando múltiplas linhas telefônicas (multilink). No primeiro caso, ganhos dependem da compressibilidade do conteúdo; no segundo, somam-se capacidades de vários modems/linhas, com custo e complexidade maiores. Equipamentos ou serviços de compressão no servidor também foram usados para acelerar navegação web em cenários de discada.

Classificações

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Conexão Bitrate
Modem 110 baud 0,11 kbit/s
Modem 300 (Bell 103/V.21) 0,3 kbit/s
Modem 1200 (Bell 212A/V.22) 1,2 kbit/s
Modem 2400 (V.22bis) 2,4 kbit/s
Modem 2400 (V.26bis) 2,4 kbit/s
Modem 4800 (V.27ter) 4,8 kbit/s
Modem 9600 (V.32) 9,6 kbit/s
Modem 14,4 (V.32bis) 14,4 kbit/s
Modem 28,8 (V.34) 28,8 kbit/s
Modem 33,6 (V.34) 33,6 kbit/s
Modem 56k (V.90) 56,0/33,6 kbit/s
Modem 56k (V.92) 56,0/48,0 kbit/s
Compressão por hardware (V.90/V.42bis) 56,0–220,0 kbit/s
Compressão por hardware (V.92/V.44) 56,0–320,0 kbit/s
Compressão no servidor (web) 100,0–1000,0 kbit/s

Alternativas à conexão discada

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No Brasil, conexões móveis 2G, 3G, 4G e 5G com planos pré-pagos (muitas vezes com redução de velocidade após franquia) tornaram-se alternativas comuns. Na segunda metade dos anos 2000, a banda larga passou a superar a discada no país; em 2007, 50% dos usuários já usavam banda larga, contra 44% em discada.[5] Em 2008, a discada ainda respondia por 42% dos acessos domiciliares, com maior presença em regiões de menor infraestrutura.[6][7]

Nos jogos eletrônicos

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Diversos jogos lançados no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000 (por exemplo, EverQuest, Warcraft III, Quake III Arena, Ragnarok Online, entre outros) conseguiam operar via discada. Consoles como o Dreamcast e o PlayStation 2 ofereceram acessórios/modems para acesso discado; o Xbox original passou a exigir banda larga. Ao longo dos anos 2000, muitos títulos deixaram de oferecer suporte explícito à discada.

Ver também

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Referências

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