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Luís Cruls

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Louis Ferdinand Cruls
Luís Cruls
Conhecido(a) por
  • diretor do Observatório Nacional do Rio de Janeiro
  • comandou a primeira expedição científica no Centro-Oeste brasileiro
Nascimento 21 de janeiro de 1848
Diest, Bélgica
Morte 21 de junho de 1908 (60 anos)
Paris, França
Nacionalidade belga
Cônjuge Maria Margarida de Oliveira (1861-1955)
Filho(a)(s) Gastão Cruls
Alma mater Universidade de Gante (graduação)
Prêmios Prêmio Valz
Instituições Observatório Nacional
Campo(s) Astronomia e geodésia

Louis Ferdinand Cruls (Diest, 21 de janeiro de 1848Paris, 21 de junho de 1908) foi um astrônomo e geodesista belga que trabalhou a maior parte de sua vida no Brasil, onde se tornou conhecido como Luís Cruls.

Cruls foi responsável pelo mapeamento do Planalto Central, onde seria construída a capital Brasília, em 1960.[1] Era pai do médico e escritor Gastão Cruls.[2]

Louis nasceu em Diest, em 1848. Era filho de Philippe Augustin Guillaume Cruls, um engenheiro civil, e de Anne Elizabeth Jordens.[3] Após fazer seus cursos de humanidades, entrou para a Escola de Engenharia Civil da Universidade de Gante, que frequentou de 1863 a 1868. Mais tarde, em 1872, foi admitido como aspirante de engenharia militar obtendo, nesta última carreira, que seguiu durante um ano, os postos de segundo e primeiro tenente.[1]

Em 1874, Cruls pediu baixa do exército com o objetivo de visitar o Brasil, apenas por curiosidade e sem nenhum plano inicial, provavelmente influenciado pelos brasileiros que, na época, estudavam na Bélgica. Assim, em 5 de setembro de 1874, Cruls embarcou no pequeno vapor que transportava os passageiros de Bordeaux com destino a Pouillac, onde ancoravam os navios das Messageries Maritimes, que faziam a travessia da Europa à cidade de La Plata, na Argentina.[1]

Na viagem fez amizade com Joaquim Nabuco, que acabava de viajar pela Europa e regressava ao Brasil. Nabuco, nessa época, iniciava sua carreira diplomática. Cruls explicou que se dirigia ao Brasil por influência de um dos seus compatriotas, o engenheiro Caetano Furquim de Almeida, que ele conhecera em Gand, no tempo em que ambos frequentavam a Escola de Engenharia Civil. Foi durante o tempo dos seus estudos que Cruls se associou a um grupo de estudantes brasileiros: Jacob Van Erven, Christiano Ottoni, Manuel Caetano da Silva Lara, José Maria Vianna, Antônio Chermont, Félix de Moraes.[1][4]

Em 1875 publicou em Gante um trabalho sobre métodos de repetição e reiteração para leitura de ângulos, o que lhe credenciou a ser admitido como adjunto no Observatório Imperial do Rio de Janeiro. Estudou o planeta Marte e, em 1882, observou o trânsito de Vênus na cidade chilena de Punta Arenas. Em 1877, publicou um estudo sobre a organização da Carta Geográfica e da História Física e Política do Brasil.[1][4]

Em 1881 aceitou o cargo de diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. Em 1892 foi-lhe cometida a incumbência da exploração do Planalto Central do Brasil e chefiou uma equipe de cientistas[5] que estudou a orologia, condições climáticas e higiênicas, natureza do terreno, qualidade e quantidade de água etc. da área do Planalto Central, onde seria construída a capital Brasília, em 1960.[1]

Entre 1899 até 1902, Luís Cruls foi professor do Ginásio Fluminense, instituto oficial de ensino criado pelo governador Maurício de Abreu em Petrópolis quando esta cidade era a capital estadual do Rio de Janeiro.[6]

Henrique Morize: Acampamento da Comissão Exploradora às margens do rio Paranaíba, 1894.

Cruls morreu em Paris, em 21 de junho de 1908, aos 60 anos.[1][7]

Uma cratera de Marte foi batizada em sua homenagem.[1][8]

Bibliografia científica

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Ao longo de sua carreira publicou diversos trabalhos científicos, entre os quais se destacam:

  • Projet d'inhumation par l'incrustation des corps dans des pierres artificielles. Gante, 1875[9]
  • Discussion sur les méthodes de répétition et de réitération employées en géodésie pour la mesure des angles. Gante, 1875
  • Les travaux de la mesure d'un arc de méridien au Brésil, sous la direction de M. Emmanuel Liais, directeur de l'Observatoire Impérial de Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, setembro de 1878.


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Referências

  1. a b c d e f g h «Louis Ferdinand Cruls (1848 - 1908)». Belgian Club. Consultado em 7 de julho de 2021 
  2. Paiva, Marco Aurélio Coelho (26 de agosto de 2019). «A ordem e a desordem da natureza: o sertão e a Amazônia em Gastão Cruls». Sociologias: 242–276. ISSN 1517-4522. doi:10.1590/15174522-0215112. Consultado em 26 de novembro de 2023 
  3. «Biografia: Cruls, Luis». Brasiliana. Consultado em 7 de julho de 2021 
  4. a b Maarten Lambrechts (ed.). «Louis Cruls: Het leven van een Belgo-Braziliaanse astronoom, ingenieur en avonturier». Consultado em 7 de julho de 2021 
  5. Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil. (1893). Relatório parcial apresentado ao Ministro da indústria, viação e obras públicas (PDF). Rio de Janeiro: H. Lombaerts 
  6. José Kopke Fróes, ed. (25 de janeiro de 1996). «Petropolis capital do Estado». Instituto Histórico de Petrópolis. Consultado em 23 de dezembro de 2017 
  7. Renato Alves (ed.). «Conheça a história do belga que demarcou o território do Distrito Federal». Correio Braziliense. Consultado em 7 de julho de 2021 
  8. IAU/USGS (ed.). «Gazetteer of Planetary Nomenclature». Consultado em 7 de julho de 2021 
  9. «ARQUIVO LUIZ CRULS: Inventário». Arquivo de História da Ciência Museu de Astronomia e Ciências Afins. Consultado em 7 de julho de 2021 

Ligações externas

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