Luís da Cunha Manuel
Luís da Cunha Manuel | |
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Armas dos Cunhas, senhores de Tábua, a casa paterna de D. Luís da Cunha Manuel | |
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra | |
Período | 1756–1775 |
Monarca | José I |
Antecessor(a) | Sebastião José de Carvalho e Melo |
Sucessor(a) | Aires de Sá e Melo |
Dados pessoais | |
Nome completo | Luís da Cunha Manuel |
Nascimento | 1 de agosto de 1703 Lisboa, Portugal |
Morte | junho de 1776 (72 anos) |
Progenitores | Mãe: D. Inês Maria de Melo Pai: D. Pedro Álvares da Cunha, 18.º senhor de Tábua |
Profissão | Político |
Luís da Cunha Manuel (Lisboa, 1 de agosto de 1703 — junho de 1776) foi um aristocrata e político português que exerceu as funções de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra num dos governos do rei D. José I de Portugal presididos por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.[1] Era sobrinho do diplomata D. Luís da Cunha.[2][3][4]
Biografia
[editar | editar código-fonte]D. Luís da Cunha Manuel, monsenhor da patriarcal, foi nomeado Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra em 6 de Maio de 1756, ocupando aquela pasta até falecer, em Maio de 1776, altura em que lhe sucedeu Aires de Sá e Melo. Este período ficou marcado pela acção do Conde de Lippe, nomeado a partir de 1762 marechal-general do Exército Português, e pela profunda reorganização militar então implementada.[5]
Foi nomeado Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, quando, por morte de Pedro da Mota e Silva, o Marquês do Pombal passou para a Secretaria de Estado do Reino. A sua carreira política foi orientada por Sebastião José de Carvalho e Melo, sendo considerado um fiel submisso e hábil executor da vontade do Marquês do Pombal. Existem relatos do ministro francês Étienne François de Choiseul que afirma serem Luís da Cunha Manuel e Tomé Joaquim da Costa Corte Real subordinados servis de Sebastião José de Carvalho e Melo.[6][7] Foi um dos políticos portugueses que se empenhou na expulsão dos jesuítas de Portugal (1762). Entre 1762 e 1765 reformou o Exército, dotando-o de artilharia moderna.
Foi encarregado de prender o ministro Diogo de Mendonça Corte Real, substituindo-o interinamente na Secretaria de Estado. Foi também o encarregado de comunicar ao corpo diplomático estrangeiro o atentado cometido contra a pessoa do rei D. José, tendo, juntamente com D. João da Costa Carvalho e Sousa, o Conde de Soure, tomado parte na prisão de D. Francisco de Assis de Távora, o Marquês de Távora. Foi um dos presidentes da Junta da Inconfidência, tribunal especial criado para julgar o Processo dos Távoras.
Executou a política do Marquês do Pombal nas negociações com a Santa Sé visando a expulsão dos jesuítas de Portugal e na questão diplomática que resultou da expulsão de Lisboa do cardeal-núncio Filippo Acciaiuoli. Teve papel relevante nas negociações que precederam a Guerra Fantástica de 1762.
Faleceu em 1776, por ocasião das festas da inauguração da estátua equestre de D. José I no Terreiro do Paço.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, volume II, pág. 1273.
- ↑ Mário Francisco Simões Júnior, Sos secretários de D. José: centralização e administração do império português.
- ↑ D. Luís da Cunha Manuel não deve ser confundido com o seu tio homónimo, o grande D. Luís da Cunha, diplomata. Cf. Eduardo Brazão, A Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros: Criação de D. João V. Revista Portuguesa de História. Tomo XVI. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1976. p. 59.
- ↑ D. Luís da Cunha, “Carta de instruções a D. Luís da Cunha Manuel” in Instruções Políticas / D. Luís da Cunha (com introdução, estudo e edição de Abílio Diniz Silva), Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2001.
- ↑ AHM: Governo de D. Luís da Cunha Manuel (1756 - 1776).
- ↑ João Lúcio de Azevedo, O Marquês de Pombal e a sua época, p. 123. Renascença Portuguesa, Porto, 1922.
- ↑ Daniel Afonso da Silva, «Outsiders no Portugal dos tempos do rei D. José I» in Anos 90, Porto Alegre, v. 23, n. 44, p. 179-205, dez. 2016.