Maria Cecília Correia

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Maria Cecília Correia
Nascimento 25 de novembro de 1919
Viseu
Morte 13 de dezembro de 1993 (74 anos)
Restelo
Ocupação escritora

Maria Cecília Correia Borges Cabral Castilho (Viseu, 25 de novembro de 1919 - Restelo, Lisboa, 13 de dezembro de 1993) foi uma escritora portuguesa, que também usou os pseudónimos M. Fernandes e Maria Antónia Gama.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Maria Cecília Correia nasce em Viseu, de onde era natural a sua família materna. Desde cedo a escrita faz parte da sua vida, sobretudo sob a forma de diários e cartas, das quais existem registos desde os anos 30. Devido à profissão do pai, a família muda-se para Setúbal, onde Maria Cecília Correia completa os estudos liceais.

Em 1943 publica o seu primeiro conto infantil, Teresinha e Toino, sob o pseudónimo Maria Antónia Gama, na revista Papagaio. No ano seguinte, publica As Aventuras do Coelhinho Verde. Quando grávida pela primeira vez, continua a escrita de livros infantis, que irá dedicando aos seus seis filhos e mais tarde aos netos. Depois do nascimento da primeira filha (Cila), aos 26 anos, muda-se para Luanda com o marido, o engenheiro António Garcia de Castilho (que tem em Luanda uma empresa de construção, e seria até 1975 presidente da Associação Industrial de Angola). Aí permanece durante as décadas de 40 e 50. Entre 1946 e 1957 divide-se entre Luanda e Lisboa, alternando aproximadamente um ano em cada cidade. Tem mais três filhos (Clara em 1953; António em 1955 e Manuel em 1956).[1]

Em 1947 publica um poema no jornal A Província de Angola (sob o pseudónimo M. Fernandes) e em 1949 publica pela primeira vez em nome próprio, na Atlântico: revista luso-brasileira, a convite de Armando Côrtes-Rodrigues.

Em 1958 fixa-se definitivamente em Portugal, inicialmente numa quinta em Belas e mais tarde numa casa de campo na Serra da Arrábida. A sua obra escrita diminui consideravelmente durante a infância dos filhos, e volta a aumentar na década de 70, quando escreve e publica mais amiúde. Colabora com o seu filho, António Cabral Castilho num processo artesanal de auto-edição e auto-distribuição de obras que oferece a amigos e familiares no Natal. Desta colaboração nascem, entre outros, o livro O Coelho Nicolau. Escreve ainda para a revista Modas & Bordados e para o Diário Popular, e contos infantis para um programa de televisão da RTP, chamado Esturro e Companhia, e exibido entre 1979 e 1980.

Era próxima de grandes figuras da cultura portuguesa, dentre as quais se destacam Armando Côrtes-Rodrigues, Agostinho da Silva, José Osório de Oliveira, Paulino de Oliveira, Maria Eulália de Macedo e Cecília Meireles, com os quais mantém correspondência frequente.

É uma importante figura na escrita infantil, particularmente durante o período do Estado Novo, juntamente com Maria Lamas, Maria Lúcia Namorado, Ester de Lemos e Lília da Fonseca.[2][3]

Obra[editar | editar código-fonte]

  • Histórias da Minha Rua (1953) - com ilustrações de Maria Keil, obra que ganha o prémio Maria Amália de Carvalho, atribuído pelo SEIT em 1954.
  • Histórias de Pretos e de Brancos (1960) - com ilustrações de Maria Keil. reeditado em 1976 em edição de autor com o nome Histórias da Minha Casa
  • O Coelho Nicolau (1974)
  • Histórias do Ribeiro (1974)
  • Amor Perfeito (1975)
  • Pretérito Presente (1976)
  • O Besouro Amarelo (1977)
  • Manhã no Jardim (1982)
  • Bom Dia (1983)
  • Presença Viva (1987)

Referências

  1. «Série Escritoras Esquecidas: Maria Cecília Correia». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 2 de dezembro de 2023 
  2. Silva, Sara Reis da (31 de julho de 2020). «Com pequenos apontamentos se fazem contos para a infância: Maria Cecília Correia e a sua escrita esquecida». Diacrítica (2): 167–181. ISSN 2183-9174. doi:10.21814/diacritica.507. Consultado em 2 de dezembro de 2023 
  3. Silva, Sara Raquel Reis da (2014). Literatura para a infância no período do Estado Novo: voltar a ler Maria Cecília Correia. Minho: Universidade do Minho. Centro de investigação em Estudos da Criança (CIEC). ISBN 978-972-8952-31-0