Mem Rodrigues de Vasconcelos
Mem Rodrigues de Vasconcelos | |
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Rico-homem, senhor de Freiriz, de Penegate, da Torre de Vasconcelos, e de Penela | |
Brasão com as Armas da família Vasconcelos, no Livro do Armeiro-Mor | |
Morte | 1330/1339 |
Cônjuge | Maria Martins Zote Constança Afonso de Brito |
Descendência | Ver descendência |
Pai | Rodrigo Anes de Vasconcelos |
Mãe | Mécia Rodrigues de Penela |
Mem Rodrigues de Vasconcelos (ca. 1275-1330/1339), filho de Rodrigo Anes de Vasconcelos e de Mécia Rodrigues de Penela, foi um rico-homem do Reino de Portugal, senhor dos coutos de Freiriz e Penegate,[1] da Torre de Vasconcelos e de Penela. Documentado a partir de 1297 e membro da cúria régia do rei D. Dinis I desde 1318, exerceu o cargo de meirinho-mor da região de Entre Douro e Minho entre 1321 e 1324 e foi também alcaide-mor do Castelo de Guimarães.[2]
Foi vassalo do rei D. Dinis na guerra que opôs este monarca ao seu filho, o futuro rei D. Afonso IV. Foi o rei D. Dinis que deu a autorização para a construção da Torre de Penegate, cujo documento está datado de 5 de Outubro de 1322, onde se refere que ele havia proibido a construção destas casas fortificadas a não ser com sua expressa autorização.[1][3] Esta fortificação tinha a função de proteger Mem Rodrigues das represálias do infante Afonso que pretendou apoderar-se da vila de Guimarães.[2] A torre de Penagate, por heranças passou às mãos dos condes de Penela. Em 1324, quando o infante Afonso "se dispôs a fazer as as paces com D. Dinis, exigiu para isso a expulsão do reino do odiado irmão Afonso Sanches, e do cargo de meirinho-mor, a Mem Rodrigues de Vasconcelos".[4] Depois de subir ao trono, Afonso IV incluiu a Mem Rodrigues em 1328 no grupo de fidalgos portugueses que deveria garantir o cumprimentos dos acordos de paz com Castela. Esta foi a última vez que Mem aparece na corte e faleceu entre 1330 e 1339.[5]
Matrimónios e descendência
[editar | editar código-fonte]O seu primeiro casamento foi no ano de 1297 quando doou em arras a quintã de Penela e outros herdamentos a Maria Martins Zote, filha de Martim Peres Zote e de Maria Vicente de Urgeses e viúva de Gil Nunes de Chacim, seu primeiro marido. Maria morreu antes de 1308.[6] Deste casamento nasceram três filhos:
- João Mendes de Vasconcelos, foi alcaide-mor de Estremoz e fronteiro do Alentejo.[7] Casou com Aldara Afonso Alcoforado,[8] filha de Vasco Afonso Alcoforado e de Brites Martins Barreto. Foram os avós da rainha Leonor Teles de Meneses;[1][7]
- Constança Mendes de Vasconcelos, casou com Gomes Pires de Cervantes;[9]
- Guiomar Mendes de Vasconcelos, sub-priora entre 1341 e 1342 e abadessa no Mosteiro de Arouca entre 1343 e 1353.[9]
O seu segundo casamento, ocorrido antes de agosto de 1308, foi com Constança Afonso de Brito,[10] filha de Afonso Anes de Brito e de Ausenda de Oliveira. Constança Afonso era irmão do Bispo de Lisboa, D. João Afonso de Brito, instituidor do morgado de Arega em 7 de agosto de 1329, a favor de seu sobrinho Gonçalo Mendes de Vasconcelos. Deste casamento nasceram nove filhos:[9]
- Martim Mendes de Vasconcelos, casou com Inês ou Aldonza Martins de Alvarenga,[11][9] filha de Martim Pires de Alvarenga e de Inês Pais de Valadares;
- Gonçalo Mendes de Vasconcelos, meirinho-mor de Além-Douro, senhor de Soalhães e de Lousã,[7] alcaide-mor de Coimbra e casado por duas vezes: a primeira com Maria Afonso Telo, sem descendência, e a segunda com Teresa Rodrigues Ribeiro de quem teve três filhos;[12]
- Rui Mendes de Vasconcelos,[13] foi clérigo;
- Maria Mendes de Vasconcelos, esposa de Vasco Martins Zote;[13]
- Mécia Rodrigues de Vasconcelos, casou com Vasco Gonçalves Barroso;[13]
- Inês Rodrigues de Vasconcelos, foi monja no Mosteiro de Arouca;[13]
- Joana Mendes de Vasconcelos, foi freira no Convento de Santa Clara de Santarém;[13]
- Brites Rodrigues de Vasconcelos, foi monja no Mosteiro de Arouca;[13]
- Mor Mendes de Vasconcelos, esposa de João Anes Coelho[13], os pais de Pedro Coelho. Mor, já viúva, otorgou testamento em 4 de setembro de 1396 onde menciona a seu esposo e filho, ambos falecidos, e pede para ser enterrada no Mosteiro de Rendufe.[14]
Referências
- ↑ a b c Braamcamp Freire 1921, p. 339.
- ↑ a b Sottomayor Pizarro 1997, p. 837, vol. II.
- ↑ Mattoso 1982, p. 228.
- ↑ Sottomayor Pizarro 1997, p. 837-838, vol. II.
- ↑ Sottomayor Pizarro 1997, p. 838-839, vol. II.
- ↑ Sottomayor Pizarro 1997, p. 371-372, vol. I e 837, vol. II.
- ↑ a b c Mattoso 1982, p. 229.
- ↑ Sottomayor Pizarro 1997, p. 839, vol. II.
- ↑ a b c d Sottomayor Pizarro 1997, p. 840, vol. II.
- ↑ Braamcamp Freire 1921, p. 340.
- ↑ Braamcamp Freire 1921, p. 342.
- ↑ Sottomayor Pizarro 1997, p. 841-842, vol. II.
- ↑ a b c d e f g Sottomayor Pizarro 1997, p. 841, vol. II.
- ↑ Mattoso 1982, p. 228–233 e 250–264.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Braamcamp Freire, Anselmo (1921–1930). Brasões da Sala de Sintra- Livro Primeiro. Coimbra: Imprenta da Universidade. OCLC 794223590
- Castro, Eugenio de (1933). Os meus Vasconcelos. Coimbra: Coimbra Editora. OCLC 26092403
- Mattoso, José (1982). Religião e cultura na Idade Média Portuguesa. Lisboa: Impresa Nacional-Casa da Moeda. OCLC 13820740
- Sotto Mayor Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). Porto: Tese de Doutoramento, Edicão do Autor
- Sotto Mayor Pizarro, José Augusto (1987). Os Patronos do Mosteiro de Grijó. Porto: [s.n.] ISBN 978-0883-1886-37