Milícias de Tropas Territoriais
Milícias de Tropas Territoriais | |
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Milicias de Tropas Territoriales | |
País | Cuba |
Corporação | Forças Armadas Revolucionárias Cubanas |
Subordinação | MINFAR |
Missão | Guerra popular |
Unidade | Reserva militar |
Sigla | MTT |
Criação | 1º de maio de 1980 |
Período de atividade | 1980-presente |
História | |
Guerras/batalhas | Maleconazo Protestos em Cuba em 2021 |
As Milícias de Tropas Territoriais (em castelhano: Milicias de Tropas Territoriales, MTT), são uma milícia nacional popular cubana formada por voluntários que foi estabelecida em 1º de maio de 1980 (Dia do Trabalhador) e posta sob o comando do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba (MINFAR), sua criação marcou o início da adopção oficial em Cuba da doutrina militar da Guerra popular, que se mantém vigente desde então.[1][2] Do mesmo modo que a Milícia Nacional Revolucionária (MNR) de princípios da década de 1960, a formação do MTT reforçou a noção da vontade popular de defender a Revolução cubana. A milícia é uma força de tempo parcial que é armada com armas ligeiras.[1]
De longe, a maior força paramilitar, a MTT está organizada em cerca de 200 regimentos compreendendo aproximadamente 1.000 batalhões, com o valor nominal de 1 milhão de reservistas. Principalmente uma força de infantaria, a MTT inclui unidades montadas e alguns elementos de artilharia e antiaéreos.[1]
Dotação
[editar | editar código-fonte]A maioria dos membros do MTT são mulheres, idosos ou cidadãos aposentados. Os adolescentes masculinos que são demasiado jovens ou que ainda não foram chamados para realizar o serviço militar também são elegíveis para se unir ao MTT, tal como os homens que não estão obrigados a servir como reservistas.[3]
O MTT expandiu-se de 500.000 membros em 1982 a 1,2 milhões em meados de 1984. O tamanho da força manteve-se ao redor de 1 milhão, apesar da crise económica.[1]
A missão do MTT durante uma crise seria lutar junto com os militares das forças armadas regulares e proporcionar substituições para a mesma; para ajudar a proteger as infra-estruturas estratégicas como pontes, estradas e vias férreas; e levar a cabo qualquer outra medida que pudesse ser necessária para imobilizar, desgastar ou, em última instância, destruir o inimigo "imperialista"; seguindo o exemplo da derrota da Brigada de Assalto 2506 na invasão da Baía dos Porcos.[4]
A princípios da década de 1980, os membros do MTT estavam muito envolvidos na construção de túneis em toda a nação, que seriam utilizados como refúgios contra explosões, por parte da população, em caso de um ataque militar inimigo.
Como resultado das contínuas dificuldades económicas de Cuba durante a década de 1990, se reduziu o tempo que os membros do MTT têm dedicado a se capacitar e se preparar para suas diversas actividades relacionadas com a defesa nacional.
A redução inclui uma diminuição no tempo que os membros do MTT têm dedicado a realizar exercícios militares e manobras conjuntas com as tropas regulares das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba (FAR).[5]
Financiamento
[editar | editar código-fonte]O MTT sustenta-se através do orçamento de defesa do MINFAR, bem como através de doações "voluntárias" dos cidadãos.[1] A maior parte destas doações provêm de contribuições trabalhistas, as quais se pagam através de deduções semanais dos salários dos trabalhadores. Segundo o MINFAR, entre 1981 e 1995, as despesas incorridas pela formação do MTT atingiram uma média de aproximadamente 35 milhões de pesos cubanos por ano. Durante este mesmo período, contribuições populares à milícia popular tiveram a média de cerca de 30 milhões de pesos anuais. Um pouco mais da metade das despesas de capacitação destinaram-se a compra de utensílios de estudo e outros materiais de capacitação; pouco mais de um terço dedicou-se a compra-a de armas de fogo, equipamentos de comunicações, uniformes e substituições. Outras organizações também estabelecem objectivos de financiamento anuais com respeito a suas próprias contribuições ao MTT, entre tais organizações se encontravam os Comités de Defesa da Revolução (CDR), a Federação de Mulheres Cubanas (FMC), a Associação Nacional de Agricultores Pequenos (ANAP), e inclusive a Organização de Pioneiros José Martí (OPJM).
De acordo com as reformas para a atribuição de fundos do MTT realizadas no sistema em 1995, os fundos arrecadados para o MTT já não se enviavam a uma conta do governo central, ao contrário, permanecem dentro de cada município cubano para apoiar as actividades locais do MTT. Apesar das dificuldades económicas do país, a quantidade de fundos arrecadados através das contribuições populares ao MTT seguiu aumentando após o início do período especial a princípios da década de 1990. A partir de 1995, o MINFAR estava a pagar só o 14% por cento das despesas totais do MTT.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Phyllis Greene Walker (2002). Rex A. Hudson, ed. Cuba, a country study (em inglês) cuarta ed. Washington D.C., Estados Unidos: [s.n.] pp. 312–314. ISBN 0-8444-1045-4. OCLC 48876647
Referências
- ↑ a b c d e «Territorial Militia Troops / Milicias de Tropas Territoriales». Global Security (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2023
- ↑ Diretório de Inteligência (março de 1985). «The Cuban Territorial Militia: An Expanded Source of Manpower for Cuba's Military Forces (U)» (PDF). Agência Central de Inteligência (em inglês): 4. Consultado em 25 de novembro de 2023
- ↑ Torres, Tania García (26 de abril de 2023). «Estudiantes de primer año firman compromiso con las MTT». Universidad de las Ciencias Informáticas (em espanhol). Consultado em 25 de novembro de 2023
- ↑ González, Yanela Ruiz (16 de abril de 2019). «Honrar a las Milicias de Tropas Territoriales». Ahora (em espanhol). Consultado em 25 de novembro de 2023
- ↑ Reguera, José Rafael Gómez (9 de abril de 2023). «Día territorial de la Defensa resume Ejercicio Moncada-Ejército 2023 en Trinidad (+ Fotos)» (em espanhol). Consultado em 25 de novembro de 2023