Miriam Tendler

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Conhecido(a) por Pesquisadora que desenvolveu a vacina contra a esquistossomose no Brasil
Nascimento 22 de janeiro de 1949
Rio de Janeiro, DF
Residência Brasil
Prêmios Membro Titular da Academia Fluminense de Medicina
Orientador(es)(as) Naftale Katz
Instituições Fundação Oswaldo Cruz
Campo(s) Doenças Infecciosas e Parasitárias

Miriam Tendler (Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1949) é uma médica epidemiologista e pesquisadora brasileira. Ela é reconhecida por desenvolver a vacina para esquistossomose, a vacina Sm14.[1][2][3]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Oriunda de família de imigrantes asquenazes refugiada do Holocausto no Brasil.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Trajetória acadêmica[editar | editar código-fonte]

Medicina[editar | editar código-fonte]

Miriam ingressou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no curso de Medicina, concluindo-o em 1972. Desde o inicio interessou-se pelas doenças Infecciosas e Parasitárias, se aperfeiçoando no Mestrado e Doutorado a pesquisa de Schistosoma mansoni. Foi Pesquisadora da Titular do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz de 1987-2011. Atualmente coordena o projeto de desenvolvimento da vacina para esquistossomose.

A vacina Sm14[editar | editar código-fonte]

Micrografia eletrônica de varredura de Schistosoma mansoni

A esquistossomose é conhecida popularmente como “barriga d’água”, foi alvo de varias pesquisas internacionalmente, especialmente por ser uma doença frequente em áreas com baixo saneamento básico. O projeto iniciou-se em 1980, tem sido longo caminho para entender os processos e desenvolvimento do parasita. Miriam, sendo referencia no parasita e reconhecer o ciclo de vida, descobriu que a proteína Sm14 liberada pelo parasita após infectar o hospedeiro era essencial para desenvolver uma vacina. Ela funciona com antígenos da proteína Sm14, encontrados na superfície do parasita, S. mansoni, e introduzidos nos hospedeiro para fortalecimento do sistema imune, produto de engenharia genética.

Senegal é país reconhecido como uma área hiperendêmica da doença, com grandes registros de pessoas com a doença, aproximadamente 90% . Por isso, por selecionado em 2016 para a etapa da fase 2 do projeto, com estudos clínicos. Em 2022, chegou a fase final do estudo com uma vacina estável, de baixo custo para a população e alto rendimento.[4][5]

Produção Intelectual[editar | editar código-fonte]

A pesquisadora possui citações em revistas internacionais de alta qualidade, sua produção intelectual é base para o desenvolvimento de novas pesquisas na área da saúde. Suas pesquisas mais citadas, são:

Título da pesquisa Ano Área de contribuição Referencia
Método rápido para detecção de fração antigênica de vermes adultos de Schistosoma mansoni 1975 Medicina [6]
A Schistosoma mansoni fatty acid-binding protein, Sm14, is the potential basis of a dual-purpose anti-helminth vaccine. 1996 Parasitologia [7]
The biotechnology-value chain: Development of Sm14 as a schistosomiasis vaccine 2008 Doenças tropicais [8]
Development of the Sm14/GLA-SE Schistosomiasis Vaccine Candidate: An Open, Non-Placebo-Controlled, Standardized-Dose Immunization Phase Ib Clinical Trial Targeting Healthy Young Women 2022 Engenharia Genética [9]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 1972, Medalha do Sesquicentenário da Independência do Brasil, Secretaria de Saúde do Estado da Guanabara
  • 1996, Prêmio Governador do Estado - Departamento de Ciência e Tecnologia
  • 1998, Prêmio Claudia, categoria "Nunca desistem"[10]
  • 2000, Membro Titular da Academia Fluminense de Medicina
  • 2017, homenagem por estudos em prol de vacina brasileira para esquistossomose[3]
  • 2012, Medalha do Mérito Marechal Deodoro da Fonseca[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Bomfim, Juliana (2021). Histórias para inspirar futuras cientistas (PDF). Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz. p. 14-17. ISBN 978-65-87663-05-0 
  2. «Fundação Instituto Oswaldo Cruz» (PDF). Ministério da saude. 17 de abril de 1973. Consultado em 1 de junho de 2023 
  3. a b «Pesquisadora recebe homenagem por estudos em prol de vacina brasileira para esquistossomose». Fundação FioCruz. 11 de maio de 2017. Consultado em 1 de junho de 2023 
  4. Motta, Débora. «Vacina com tecnologia brasileira» (PDF). FAPERJ. Rio Pesquisa (37): 7-9. Consultado em 1 de junho de 2023 
  5. sbmt (14 de abril de 2022). «Vacina contra esquistossomose desenvolvida no Brasil é esperança contra a doença». SBMT. Consultado em 1 de junho de 2023 
  6. Scapin, Mauro; Tendler, Miriam (fevereiro de 1975). «Método rápido para detecção de fração antigênica de vermes adultos de Schistosoma mansoni». Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical: 11–14. ISSN 0037-8682. doi:10.1590/S0037-86821975000100002. Consultado em 1 de junho de 2023 
  7. Tendler, M; Brito, C A; Vilar, M M; Serra-Freire, N; Diogo, C M; Almeida, M S; Delbem, A C; Da Silva, J F; Savino, W (9 de janeiro de 1996). «A Schistosoma mansoni fatty acid-binding protein, Sm14, is the potential basis of a dual-purpose anti-helminth vaccine.». Proceedings of the National Academy of Sciences (em inglês) (1): 269–273. ISSN 0027-8424. PMC 40220Acessível livremente. PMID 8552619. doi:10.1073/pnas.93.1.269. Consultado em 1 de junho de 2023 
  8. Tendler, Miriam; Simpson, Andrew J. G. (1 de novembro de 2008). «The biotechnology-value chain: Development of Sm14 as a schistosomiasis vaccine». Acta Tropica. Schisto Research Brazil (em inglês) (2): 263–266. ISSN 0001-706X. doi:10.1016/j.actatropica.2008.09.002. Consultado em 1 de junho de 2023 
  9. Santini-Oliveira, Marília; Machado Pinto, Patrícia; Santos, Tatiane dos; Vilar, Mônica Magno; Grinsztejn, Beatriz; Veloso, Valdilea; Paes-de-Almeida, Elan C.; Amaral, Maria A. Z.; Ramos, Celso R. (outubro de 2022). «Development of the Sm14/GLA-SE Schistosomiasis Vaccine Candidate: An Open, Non-Placebo-Controlled, Standardized-Dose Immunization Phase Ib Clinical Trial Targeting Healthy Young Women». Vaccines (em inglês) (10). 1724 páginas. ISSN 2076-393X. doi:10.3390/vaccines10101724. Consultado em 1 de junho de 2023 
  10. «Prêmio CLAUDIA – O que elas têm em comum?». CLAUDIA. 7 de junho de 2016. Consultado em 1 de junho de 2023 
  11. Rios, Paulo (22 de novembro de 2012). «Reconhecimento científico, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)». Instituto Oswaldo Cruz. Consultado em 1 de junho de 2023 

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