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Novos materialismos

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A neurociência tem sido um foco de atenção por parte de alguns filósofos materialistas contemporâneos, como por exemplo a pensadora francesa Catherine Malabou.

Novos materialismos é a denominação corrente de um campo abrangente da filosofia contemporânea, principalmente continental, que busca novos engajamentos com tradições de pensamento materialista como também novas articulações entre um número de tendências intelectuais e áreas da ciência com a filosofia.[nota 1] Multiplas elaborações filosóficas estão associadas aos novos materialismos, de tal forma que o campo resiste à uma definição comum. Convergências se encontram na rejeição do representacionalismo, da metafísica individualista e da separação intrinsíca entre sujeito e conhecimento[2]; e na reação crítica ao domínio teórico do construtivismo radical e da teoria política analítica e normativa (que, em sua ênfase sobre a língua, os discursos e a cultural, terminaram por negligenciar o engajamento com a materialidade).[3] Alguns pensadores desse campo enfatizam igualmente a crítica aos déficits e inconsistências de paradigmas anteriores do materialismo, como a fenomenologia e o Marxismo.[3][4]

Os termos 'novo materialismo'/'neo-materialismo' foram criados independentemente por Rosi Braidotti e Manuel DeLanda na segunda metade da década de 1990. Ambos buscavam denominar uma teoria cultural que deixasse de privilegiar a dimensão humana de uma ontologia dualista, e alternativamente analisasse como essas oposições - de natureza/cultural; matéria/mente; humano/não-humano - se produzem historica e intelectualmente.[5] Esses autores tem como base e referência especial o trabalho de Gilles Deleuze, e suas colaborações com Félix Guattari, em tentar resgatar da marginalidade da história da filosofia a 'tradição menor' do materialismo - como Spinoza, Nietzsche, Bergson, e escritores como Marcel Proust, Franz Kafka - cuja leitura o inspirou uma atenção ao corpo como chave de superação dos entraves teóricos contemporâneos.[6]

Filósofos associados

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Notas

  1. "Muitos dos nossos contribuintes de fato tiram inspirações de tradições materialistas desenvolvidas antes da modernidade, ou de filosofias que permaneceram até recentemente correntes negligenciadas ou marginalizadas dentro do pensamento moderno. Dessa perspectiva as suas intervenções poderiam ser caracterizadas como materialismos renovados. Se, não obstante, nós persistimos no nosso chamado e atenção à novos materialismos, isso ocorre porque nós somos conscientes de que coisas sem precedentes estão sendo feitas com a matéria, a natureza, a vida, a produção, e a reprodução. É nesse contexto contemporâneo que teóricos são compelidos à redescobrir antigas tradições materialistas enquanto empurram-as em novas, e às vezes experimentais, direções ou em frescas aplicações."[1]