Oscar Wilde: diferenças entre revisões
Linha 55: | Linha 55: | ||
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de [[meningite]] (agravado pelo [[álcool]] e pela [[sífilis]]) às 9h50 do dia [[30 de novembro]] de [[1900]] <ref name=Ellman/>. |
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de [[meningite]] (agravado pelo [[álcool]] e pela [[sífilis]]) às 9h50 do dia [[30 de novembro]] de [[1900]] <ref name=Ellman/>. |
||
Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e ''Robert Ross'', em sua carta para ''More Adey'' (datada de ''14 de Dezembro de 1900''), disse: ''Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção - Oscar não pode tomar a Eucaristia''<ref name=Pele/>. |
Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e ''Robert Ross'', em sua carta para ''More Adey'' (datada de ''14 de Dezembro de 1900''), disse: ''Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção - Oscar não pode tomar a Eucaristia''<ref name=Pele/>., ele escreveu lindas obras. |
||
Wilde foi enterrado no ''Cemitério de Bagneux'' fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o [[Cemitério de Père Lachaise]] em [[Paris]]. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor ''Sir Jacob Epstein'', à requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950<ref name=Cardoso/>. |
Wilde foi enterrado no ''Cemitério de Bagneux'' fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o [[Cemitério de Père Lachaise]] em [[Paris]]. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor ''Sir Jacob Epstein'', à requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950<ref name=Cardoso/>. |
Revisão das 13h52min de 19 de março de 2013
Oscar Wilde | |
---|---|
Oscar Wilde | |
Nome completo | Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde |
Nascimento | 16 de outubro de 1854 Dublin, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda |
Morte | 30 de novembro de 1900 (46 anos) Paris, França |
Nacionalidade | Irlanda |
Ocupação | Escritor |
Assinatura | |
Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde (Dublin, 16 de outubro de 1854 — Paris, 30 de novembro de 1900) foi um escritor irlandês.[1] Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, ele se tornou um dos dramaturgos mais popular de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças, e as circunstâncias de sua prisão, que foi seguido por sua morte precoce.
Biografia
Oscar Fingall O'Flahertie Wills nasceu em Dublin, Irlanda, em 16 de outubro de 1854. O segundo de três filhos, foi criado numa família protestante (depois convertendo-se à Igreja Católica), estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista.[2]Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalen College de Oxford .[3].
Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna" .[3]
Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.[1]
Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dândi.[4]
Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a Inglaterra e casa-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, indo morar em Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em 1885 e Vyvyan, em 1886. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895.[5].
O sucesso
Em 1892, começa uma série de bem sucedidas histórias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O leque de Lady Windermere (1892), Uma Mulher sem Importância (1893), Um Marido Ideal e A importância de ser Prudente (ambas de 1895). Nesta última, o ar cômico começa pelo título ambíguo: Earnest, "fervoroso" em inglês, tem o mesmo som de Ernest, nome próprio [4]
Publica contos como O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e O crime de Lord Artur Saville[1].
O seu único romance foi O Retrato de Dorian Gray[1].
Oscar Wilde foi pioneiro na criação do filme de drama e no de ação.
A situação financeira de Wilde começou a melhorar, e, com ela, conquista uma fama ainda maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida bastante mundana, e suas atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas[5].
Os julgamentos e prisão
Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes".[6] Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas, que a chamou de De Profundis.[4]
A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde[5].
Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. No presídio, o autor de Salomé (1893) produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A Alma do Homem sob o Socialismo e a célebre Balada do Cárcere de Reading'[1]'.
Os últimos anos
Foi libertado em 19 de maio de 1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior, Robert Ross.
Passou a morar em Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples, e o escritor morava em um lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária é pequena[5].
O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-lhe ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor[3].
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) às 9h50 do dia 30 de novembro de 1900 [1].
Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e Robert Ross, em sua carta para More Adey (datada de 14 de Dezembro de 1900), disse: Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção - Oscar não pode tomar a Eucaristia[4]., ele escreveu lindas obras.
Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o Cemitério de Père Lachaise em Paris. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor Sir Jacob Epstein, à requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950[3].
A obra
Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas.[4].
Já em várias de suas novelas como, por exemplo, O Fantasma de Canterville, Wilde critica o patriotismo da sociedade.
Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem simples. O Filho da Estrela (ver em Ligações Externas), é exemplo disso[1].
No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje[7].
Wilde destacou-se como poeta, principalmente na juventude. Rosa Mystica, Flores de Ouro são alguns trabalhos conhecidos nesse campo.[3].
Wilde foi um mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.[5].
Cronologia
- 1874- Ganha a medalha de Ouro de Berkeley por seu trabalho em grego sobre os poetas helenos no Trinity College.
- 1876- Ganha o prêmio em literatura grega e latina, no Magdalen College. Publica a primeira poesia, versão de uma passagem de As Nuvens de Aristófanes, intitulada O coro das Virgens das Nuvens.
- 1878- Ganha o prêmio Newizgate, com seu poema Ravenna, escrito em março desse ano.
- 1879- Phèdre, sob o título A Sara Bernhardt, é publicado no The Word.
- 1880- Escreve o drama em cinco atos Vera, ou Os Niilistas, sobre o niilismo na Rússia.
- 1881- Publica em julho a primeira edição de Poemas, coligidos por David Bogue.
- 1883- Em Paris termina sua tragédia A Duquesa de Pádua.
- 1887-89- Trabalha como editor de The Woman's World.
- 1888- Publica O Príncipe Feliz e Outras Histórias, contos de fadas.
- 1889- Publica O Retrato do Sr. W.H., baseado no mistério criado em torno do protagonista e do autor dos Sonetos de Shakespeare, sendo recebido de forma hostil pela crítica.
- 1890- A primeira versão de O Retrato de Dorian Gray é publicada no Lippincott's Monthly Magazine.
- 1891- O ensaio A Alma do Homem sob o Socialismo é publicado no The Fortnightly Review. Publica a versão revisada de O Retrato de Dorian Gray. Também publica Intentions, Lord Arthur Savile's Crime and Other Stories e A house of Pomegranates.
- 1892- Estreia com grande sucesso no St. James Theatre, de Londres, O Leque de Lady Windermere. Sarah Bernhardt ensaia em Londres Salomé, peça em um ato escrita em francês, sobre a morte de São João Batista, cuja estreia, à última hora, é proibida por apresentar personagens bíblicos.
- 1893- Salomé é bem recebida quando produzida em Paris e Berlim. Uma mulher sem importância é montada em Londres, também com êxito, e O Leque de Lady Windermere é publicado.
- 1894- Edição de Salomé em Londres, com ilustrações do desenhista Audrey Bearsdley. Publica Uma Mulher sem importância e o poema A Esfinge que não obteve sucesso.
- 1895- As peças Um marido ideal e A Importância de ser Prudente são montadas em Londres com êxito total. Em 27 de maio deste ano Oscar Wilde é preso, primeiro na Prisão de Pentoville, depois na de Wandsworth. Ainda em maio, o ensaio A Alma do Homem sob o Socialismo é publicado em livro. A 13 de novembro é transferido para a Prisão de Reading, na cidade do mesmo nome, onde ficará até o final da sentença.
- 1896- Salomé é representada em Paris, tendo Sarah Bernhardt no papel principal. Em 7 de julho é executado na Prisão de Reading o ex-sargento Charles T. Woolridge, cuja morte inspira Oscar Wilde ao seu maravilhoso poema A Balada do Cárcere de Reading.
- 1897- Ainda na prisão, Oscar Wilde escreve De Profundis, uma longa carta a Lorde Douglas.
Sai da Prisão e em 28 de maio, aparece no Daily Chronicle, a primeira carta sobre o regime penitenciário britânico, sob o título O Caso do Guarda Martin.
- 1898- Publica A Balada do Cárcere de Reading e escreve outra longa carta ao Daily Chronicle sobre as condições carcerárias.
- 1899- A Importância de Ser Prudente e Um marido ideal são publicados em livro.
- 1900- Em 30 de novembro morre Oscar Wilde vítima de meningite.
Obra atribuída
- Teleny, ou o reverso da medalha (Teleny, or The Reverse Side of the Medal), 1883, autor anónimo, mas atribuído a Oscar Wilde.
Referências
- ↑ a b c d e f g Ellmann ,Richard (1988). Oscar Wilde 2ª ed. São Paulo: Editora Companhia das Letras. 680 páginas
- ↑ «Oscar Wilde». UOL - Educação. Consultado em 15 de outubro de 2012
- ↑ a b c d e Cardoso , Plinio Balmaceda (1935). Oscar Wilde. estudo bio-bibliográfico. Rio de Janeiro: Editora Livraria do Globo. 267 páginas
- ↑ a b c d e Abrahão, Miguel M. (1996). A Pele do Ogro. São Paulo: Editora Shekinah. 273 páginas
- ↑ a b c d e Funke, Peter e Nóvoa, Maria (2003). Oscar Wilde. São Paulo: Editora Círculo de Leitores. 201 páginas
- ↑ 189505200003 «Proceedings of the Central Criminal Court, 20th May 1895, page 3» Verifique valor
|url=
(ajuda). The Proceedings of the OLD BAILEY Parâmetro desconhecido|accessdata=
ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda) - ↑ Wilde, Oscar - Teatro de Oscar Wilde – Tradução de Leite, Januário – 2ª Ed. s/d Editora Portugália Editora - 398 páginas
Ver também
Filmes baseados em algumas obras de Oscar Wilde:
- The Picture of Dorian Gray (1945)
- The Importance of Being Earnest (1952)
- An Ideal Husband (1999)
- Dorian Gray - Pacto com o Diabo (2001)
- Dorian Gray (2009)
Filme baseado em sua vida:
- Wilde (1997)
Ligações externas
- Teleny, ou o reverso da medalha
- O retrado e Dorian Gray, trad. João do Rio
- (em inglês) Oscar Wilde Homepage
- (em inglês) Obras online (grátis)
- Nascidos em 1854
- Mortos em 1900
- Oscar Wilde
- Dramaturgos da Irlanda
- Contistas da Irlanda
- Romancistas da Irlanda
- Socialistas da Irlanda
- Escritores GLBT da Irlanda
- Convertidos ao catolicismo romano
- Ex-alunos do Magdalen College (Oxford)
- Ex-alunos do Trinity College (Dublin)
- História LGBT
- Sepultados no Cemitério Père-Lachaise
- Naturais de Dublin
- Mortes por meningite