Palácio Boa Vista

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Palácio Boa Vista
Palácio Boa Vista
Fachada do Palácio Boa Vista.
Tipo Residência oficial
Arquiteto Georg Przyrembel (residência)
Paulo Mendes da Rocha (capela)
Início da construção 1938
Inauguração 1964 (residência)
1989 (capela)
Website www.acervo.sp.gov.br/visitas.html
Geografia
País  Brasil
Cidade Campos do Jordão
Entrada principal do Palácio
Capela de São Pedro feita pelo Paulo Mendes da Rocha, e o Palácio ao fundo
Pátio Interno do Palácio
Primeiro concerto de inverno no pátio externo do palácio Boa Vista. Julho de 1970

O Palácio Boa Vista é a residência oficial de inverno do governador do estado de São Paulo. Localiza-se no Alto da Boa Vista, na cidade de Campos do Jordão. Sua construção se iniciou em 1938, a pedido do interventor federal Adhemar de Barros, para servir então de residência oficial de veraneio, sendo concluída somente em 1964. Em 1970, o palácio seria declarado “monumento de visitação pública” e transformado em um centro de arte, sem prejuízo de sua finalidade precípua de sede de inverno do governo estadual.

O palácio abriga um precioso acervo artístico, constituído por obras de importantes nomes da arte brasileira, além de uma coleção de itens de artes aplicadas e artesanato. Anexa ao palácio encontra-se a Capela de São Pedro Apóstolo, projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que abriga um acervo de arte sacra do período colonial e de artistas contemporâneos. O acervo do Palácio da Boa Vista é aberto à visitação pública e integra, em conjunto com as coleções dos palácios dos Bandeirantes e do Horto, o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo de São Paulo.[1]

Regras para o acesso ao Palácio[editar | editar código-fonte]

1) Aberto quarta-feira, sexta-feira, sábado e domingo, das 10h às 12h e das 14h às 17h. (Não é necessário fazer agendamento);

2) O atendimento é por ordem de chegada mediante distribuição de senhas, a partir da abertura do portão, às 10h e às 14h. (Recomenda-se que chegue pouco antes da abertura do portão (10h e 14h), principalmente nos meses de alta temporada);[2]

3) O passeio é gratuito, guiado por educadores e dura cerca de 40 minutos;

4) Entram no palácio 18 pessoas a cada 20 minutos;

5) Preferencial com limite de um acompanhante (Lei 14.364/22);

6) Em dias de chuva, o museu é fechado para a conservação do piso histórico (1º artigo 37 do decreto nº 9.322 de 30/12/1976);

7) Não é permitida a entrada com objetos no interior do Palácio, celulares, máquinas fotográficas, garrafas d’água, etc. Todos os itens são deixados no guarda-volumes, à disposição na entrada, antes do passeio;

8) Na presença de autoridades no palácio, o passeio pode ser suspenso ou ficando parcial, visitando somente a área expositiva.


Horários de visitação para grupos com agendamento

·       Às quintas-feiras, é reservado somente para escolas e excursões, mediante agendamento prévio, pelo e-mail monitoria@sp.gov.br, das 14h às 17h, com permanência até às 17h30.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Nomeado interventor federal no Estado de São Paulo por Getúlio Vargas, em 1938, Adhemar de Barros, admirador de Campos do Jordão, decidiu construir uma residência de veraneio nessa cidade, para uso do governador. Encomendou ao arquiteto polonês Georg Przyrembel o projeto da residência “nos moldes dos castelos europeus” como arquitetura gótica inglesa (TUDOR).[3] O local escolhido seria o Alto da Boa Vista, que permitia uma visão panorâmica dos principais bairros da cidade. O projeto da casa de veraneio evoluiu para um palácio e, ainda em 1938, iniciou-se a construção, em terreno doado por particulares.

Em pouco tempo, no entanto, a obra tomaria um ritmo lento, permanecendo praticamente paralisada por 25 anos, período em que foi alvo de críticas dos opositores de Adhemar. Quando assumiu o cargo de governador do estado pela segunda vez, em 1963, Adhemar de Barros mandou retomar as obras em ritmo acelerado, e o palácio foi finalmente inaugurado a 21 de julho do ano seguinte.

Eleito indiretamente governador do estado em 1967, Abreu Sodré considerou o uso do Palácio Boa Vista como residência de veraneio muito restrito, incumbindo o seu secretário da fazenda, Luís Arrobas Martins, de estudar melhor uso do edifício. Martins decidiu-se por transformar a residência em centro cultural: empreendeu pequenas reformas e adaptações e adquiriu obras de arte, mobiliário e objetos de arte aplicada para decorar o palácio. Em 1970, o edifício foi declarado “Monumento de Visitação Pública” do estado, abrindo as portas à população.[3]

Desde então, o Palácio da Boa Vista possui a dupla atribuição de servir de sede de inverno do governo do estado e de centro cultural. Em julho de 1970, o palácio abrigou os primeiros "Concertos de Inverno", transformados no ano seguinte em Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em 1989, em comemoração ao jubileu de prata de inauguração do Palácio Boa Vista, o governador Orestes Quércia determinou a construção da Capela de São Pedro Apóstolo, projetada por Paulo Mendes da Rocha e inaugurada em julho deste mesmo ano.[3]


Guarda do Palácio[editar | editar código-fonte]

Guarda do Palácio

O Destacamento da Polícia militar Montada de Campos do Jordão do Palácio Boa Vista, foi criada em 1964, pelo regimento da polícia montada 9 de julho, pelo então governador da época Adhemar de Barros.

A cavalaria (BAEP - Batalhão de Ações Especiais da Polícia), exerceu a guarda de 1964 até 2019. Depois os policiais retornaram em 2023, mas agora diretamente ligado a Casa Militar. Apesar do BAEP não estar mais presente no palácio, os policiais continuam usando a farda icônica da cavalaria nos finais de semana. E todo 1º domingo do mês, ocorre o hasteamento da bandeira, às 12h (meio-dia).

SOBRE O UNIFORME: Adhemar de Barros em uma viagem ao Canadá na década de 60, ficou encantado com a guarda canadense, a famosa Real Polícia Montada do Canadá. Então pediu uma autorização ao governo canadense para que pudesse utilizar o mesmo uniforme (com algumas modificações) de uso exclusivamente para cavalaria do Palácio Boa Vista. O Governo canadense concedeu o pedido, e desde 1964 a polícia do Boa Vista utilizasse do uniforme icônico. O azul do uniforme remete aos lanceiros da polícia montada, e o vermelho representa o estado de São Paulo. O uniforme é composto por um chapéu gola, culote e punhos vermelhos, dólmã azul, cinto e luvas brancas, botas pretas e esporas cromadas.

O palácio[editar | editar código-fonte]

Interior da Capela de São Pedro Apóstolo, projetada por Paulo Mendes da Rocha

Projetado por Georg Przyrembel em estilo “Maria Tudor” por sugestão de Adhemar de Barros, o Palácio da Boa Vista localiza-se no alto de uma, o que permite que seja avistado de diversos bairros de Campos do Jordão. O palácio impressiona pela suntuosidade e pela decoração interna – são mais de 1800 obras de arte expostas em 105 cômodos. Insere-se em um terreno de mais de 95 mil metros quadrados, a maior parte disposta na forma de amplo jardim, circundando a residência. Anexo ao palácio, há a Capela de São Pedro Apóstolo. Erguida em concreto armado sobre um único pilar, com paredes de vidro e circundada por espelhos d’água, a capela é assinado por Paulo Mendes da Rocha, que teve a incumbência de projetá-la de forma que não interferisse negativamente no seu entorno.

Acervo[editar | editar código-fonte]

Mario de Andrade. Pintura de Tarsila do Amaral no acervo do Palácio Boa Vista.

O Palácio Boa Vista abriga uma representativa coleção de arte brasileira, do modernismo à arte abstrata, destacando-se um amplo conjunto de pinturas de Tarsila do Amaral (oito telas, dentre elas, Operários), bem como obras de Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Alfredo Volpi, Ismael Nery e Vicente do Rego Monteiro, entre outros. Há ainda uma coleção de pinturas cusquenhas dos séculos XVII e XVIII, além de mobiliário, tapeçarias, louçaria e prataria artística. Na Capela de São Pedro Apóstolo são conservadas obras religiosas do período colonial brasileiro e criações contemporâneas. O acervo é aberto à visitação pública.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Valladares, 1998, pp. 9-18.
  2. luiz fernando, Luiz. «acervo» 
  3. a b c d Silva, 1994, pp. 233-235.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Comissão de Patrimônio Cultural da Universidade de São Paulo (2000). Guia de Museus Brasileiros. São Paulo: Edusp. 417 páginas 
  • Silva, Heloísa Barbosa; et al. (1994). Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo 
  • Valladares, Clarival do Prado (1998). Acervo Palácio Bandeirantes. São Paulo: Serasa 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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