Paulo Zottolo

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Paulo Alberto Zottolo
Nascimento c.1956
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Executivo, Empresário

Paulo Alberto Zottolo (c.1956[1]-) é um executivo e empresário brasileiro, tendo sido presidente nacional da Philips[2] e da Nivea[3]. Assumiu a Nivea Brasil quando o país ocupava a 36ª posição no ranking do Grupo Beiersdorf  e deixou em 7º lugar oito anos depois. Foi ainda o primeiro cidadão não americano a assumir a Nivea USA. Paulo já foi eleito Homem de Valor setor Cosméticos pelo jornal o Valor Econômico e executivo revelação do ano pela Abihpec. Criou a empresa Amazônia Beverages nos Estados Unidos contratando a modelo brasileira Adriana Lima como porta-voz[4]. Ficou conhecido por usar personalidades nas campanhas de suas empresas, como Gisele Bündchen para Nivea e Ivete Sangalo com a Philips.

Fundador do grupo Personalidades em Foco, que tem como propósito estimular a troca de conhecimento, com a crença de que o debate salutar contribui para o entendimento e a formação de novas ideias e concepções, sem polarizações. O grupo atua em debates on-line e trás como convidados, personalidades que se destacam em suas áreas.

Formação[editar | editar código-fonte]

Ingressou no Colégio Naval em Angra dos Reis com 15 anos em 1971 e mais tarde entrou na Escola Naval[5], onde se formou como oficial da Marinha. Foi embarcado no Contra Torpedeiro Piauí por um ano.[6]. Ao final de dez anos de serviço, deu baixa como segundo-tenente.[7] Após a experiência na Marinha, começou uma carreira de executivo que o levou ao mundo empresarial. Zottolo se formou também em Engenharia Mecânica e fez vários cursos de aperfeiçoamento em marketing e gerenciamento na Alemanha, Itália e nos Estados Unidos na Universidade Stanford, na Califórnia.

Carreira como executivo[editar | editar código-fonte]

Após a experiência na Marinha, Paulo foi trabalhar na área de exportação, viajando o mundo para vender chumbadores para concreto. Posteriormente foi chamado pela empresa RG Farkass Associates em Nova York para trazer produtos do leste da Europa para os Estados Unidos atuando como agente de compras para a K Mart. Nessa função, também ajudou a lançar produtos brasileiros de marcas como Hering, Tramontina e Cofap no país.

Zottolo voltou para o Brasil, onde teve uma experiência de três anos na Natura em São Paulo e na FMC em Araraquara. Depois, trabalhou na empresa australiana Wormald Resmat Parsch atuando na área de exportação. Foi mais tarde transferido para Europa onde morou por seis anos na Bélgica e Alemanha, cuidando de uma divisão de produtos portáteis para toda a Europa. Também foi responsável pela área de M&A para o continente Europeu.

Foi Presidente da Nívea no Brasil[7] e posteriormente da Nivea USA. Ocupou também a presidência da Philips América Latina[8]. Foi o responsável por dar grandes viradas nas empresas que dirigiu. Paulo se tornou um especialista em construção e desenvolvimento de marcas, gosta de falar e fazer estudos sobre elas e analisar o futuro do varejo.

Zottolo foi ainda contratado pelo Grupo Maior, fundado como o braço de entretenimento do Grupo ABC de Nizan Guanaes. E responsável por trazer a Parada Disney ao Brasil, que saiu dos parques pela primeira vez na história e foi acompanhada por milhares de pessoas. Além disso, o grupo organizou outros eventos importantes como o Rio Summer Fashion, Tennis com Sharapova e palestras e seminários com Koffi Annan, James Cameron e Al Gore.

Em 2011, Zottolo se mudou para os Estados Unidos, onde montou o próprio negócio, a marca de bebidas funcionais Amazonia Beverages. Hoje em dia, trabalha em uma empresa de investimentos que ele mesmo montou chamada Pau Brasil Investments, que atua como venture capital funds.

Palestrante[editar | editar código-fonte]

Atualmente, Paulo Zottolo é palestrante e tem a empresa ZM de consultoria que atende empresas brasileiras[9] e europeias que querem entrar no mercado de consumo norte-americano.

O executivo ministra palestras diferenciadas que impactam o seu público, a quem gosta de dar um choque de realidade com os seus temas, como o futuro do varejo, o futuro do emprego ou do desemprego.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Zottolo foi uma das lideranças[1] do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido como "Cansei"[10]

Ficou nacionalmente conhecido após ter dito, em entrevista ao Valor Econômico, que "Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado."[11] Após críticas de políticos (como o governador do estado, membros da Assembléia Legislativa e da bancada no Senado Federal que o chegaram a declarar "Persona non grata" no estado)[12][13], mídia e sociedade piauienses (o grupo varejista piauiense Claudino, na época o 5º maior comprador de produtos Philips no Brasil chegou a suspender a aquisição de produtos da multinacional[14])[15], mais tarde, Zottolo pediu desculpas aos piauienses em entrevista à Folha de S. Paulo, dizendo que seu comentário foi "mal colocado."[16] [17]

O episódio desgastou Zottolo e o fez deixar a direção da Phillips em 31 de outubro de 2008, após 2 anos de empresa. Seu sucessor foi o executivo Robert van de Riet que, naquela altura, possuía 40 anos de empresa.[18]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Barros, Guilherme (2 de agosto de 2007). «Ricos não são menos brasileiros que pobres, diz o líder do "Cansei"». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de agosto de 2016 
  2. «Cansado de ser executivo, Zottolo vira empresário». Consultado em 23 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 24 de dezembro de 2013 
  3. «Paulo Zottolo deixa presidência da Philips em 1º de novembro». O Globo. 6 de outubro de 2008 
  4. Rapoza, Kenneth. «Brazil Model Adriana Lima Gives Start-up Prized Possession». Forbes (em inglês). Consultado em 17 de julho de 2019 
  5. Marinha da do Brasil (6 de março de 1971). «Colégio Naval da resultado de admissão». Jornal dos Sports, ano XL, edição 13224, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  6. Paulo Zottolo (27 de novembro de 2019). «Bravo Zulu, Marinha!». Defesa Aérea e Naval. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  7. a b Célia de Gouvêa Franco (16 de junho de 1996). «Brasileiro comanda novo lance da Nivea». Folha Online. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  8. «Caça aos superexecutivos». ISTOÉ DINHEIRO. 26 de abril de 2006. Consultado em 17 de julho de 2019 
  9. «Ideias em Debate: Paulo Zottolo estimula empresariado cearense a internacionalizar suas marcas no exterior». www.maxpress.com.br. Consultado em 17 de julho de 2019 
  10. «A multinacional engajada». ISTOÉ DINHEIRO. 8 de agosto de 2007. Consultado em 17 de julho de 2019 
  11. Sena, Yala (29 de agosto de 2007). «Piauí dá título de "persona non grata" a Zottolo». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de agosto de 2016 
  12. «Governador do Piauí rebate presidente da Philips». Congresso em Foco. 16 de agosto de 2007. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  13. Renato Rovai (20 de agosto de 2007). «Assembléia do Piauí aprova moção contra Zottolo. CUT oficializa denúncia». Revista Fórum. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  14. Agência Estado (22 de agosto de 2007). «Rede varejista no Piauí boicota Philips». G1. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  15. Agência Senado (16 de agosto de 2007). «Heráclito condena declaração do presidente do movimento Cansei». Senado Federal do Brasil. Consultado em 31 de dezembro de 2019 
  16. «Presidente da Philips pede desculpas ao Piauí por declaração». Extra Online 
  17. «Paulo Zottolo, ex-presidente da Philips, lamenta comentário infeliz sobre o Piauí». Valor Econômico. Valor Econômico. 12 de julho de 2019. Consultado em 17 de julho de 2019 
  18. O Estado de S.Paulo (7 de outubro de 2008). «Paulo Zottolo deixa presidência da Philips». iG Economia. Consultado em 31 de dezembro de 2019