Projeto Resgate Barão do Rio Branco

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Projeto Resgate Barão do Rio Branco
Variação da logo do Centro de Memória do Projeto Resgate da Fundação Biblioteca Nacional.

O Projeto Resgate Barão do Rio Branco é um programa de cooperação arquivística cujo principal objetivo é inventariar e reproduzir os documentos referentes ao Brasil que estão nos arquivos estrangeiros.[1]

Apoiado no Acordo Cultural Brasil-Portugal de 1966,[2] e inspirado nas orientações da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) realizada em 1974,[3] na qual os Estados membros foram convidados a refletir sobre a possibilidade de transferência documental entre as nações que possuem uma história comum, o Projeto Resgate Barão do Rio Branco foi institucionalizado em 1997 sob os auspícios da seção brasileira da Comissão Luso-Brasileira para a Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental. Desde o início, é uma atividade vinculada ao Ministério da Cultura.

O nome do projeto homenageia o diplomata brasileiro que alicerçou as fronteiras do país: José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.

O Projeto Resgate contou com o apoio de instituições públicas e privadas[4] e, desde 2015, seus recursos são oriundos de um projeto de cooperação técnica internacional. O Projeto UNESCO 914BRZ3025, denominado "Fortalecimento, Difusão e Ampliação do Projeto Resgate Barão do Rio Branco" tem a sua direção nacional confiada à Fundação Biblioteca Nacional.

História[editar | editar código-fonte]

Primórdios[editar | editar código-fonte]

O início do Projeto Resgate ocorre em meados do século XIX, quando diplomatas e historiadores brasileiros se debruçaram sobre o desafio de recuperar e instituir a história do Brasil. Contam-se, entre os estudiosos, o próprio Barão do Rio Branco, o advogado José Higino e Guilherme Chambly Studart,[4] o Barão de Studart.

Institucionalização[editar | editar código-fonte]

Sendo Portugal a nação que conserva a maior parte da massa documental que antecede a independência brasileira, o Projeto Resgate priorizou os manuscritos ali conservados, antes de estender a pesquisa a outros países. Em 1983 foi firmado o primeiro protocolo de microfilmagem entre Brasil e Portugal.[5] Tendo em vista a celebração dos 500 anos da chegada dos lusitanos ao atual território brasileiro,[6] firmaram-se sucessivamente: a Declaração Conjunta de Lisboa, em 1995; o Termo de Compromisso de Porto Seguro, em 1996; e o Plano Luso-Brasileiro de Microfilmagem, em 1997.[7] Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Projeto Resgate contou com aporte financeiro para a sua realização.

Dificuldades[editar | editar código-fonte]

Apesar dos efeitos positivos gerados pelo desenvolvimento do Projeto Resgate Barão do Rio Branco, a iniciativa contou, e ainda conta, com desafios. Dentre esses, destacam-se a falta de estabilidade em relação ao financiamento público e a falta de institucionalidade na nomeação de seu coordenador geral.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Universidade de Brasília se propôs albergar em seu Centro de Memória Digital o Projeto Resgate em Conteúdo Digital. No entanto, a partir de 2013 esse repositório digital não teve mais como sustentar economicamente a manutenção da documentação. Tanto as novas pesquisas quanto a disponibilização do acervo dependiam de escassos fomentos e patrocínios.

Uma solução paliativa só foi encontrada dois anos depois, por meio do estabelecimento de cooperação técnica entre o Ministério da Cultura e a UNESCO, em virtude da qual a Fundação Biblioteca Nacional passou a ser o novo repositório do Projeto Resgate (Projeto UNESCO 914BRZ3025). O governo Michel Temer investiu R$ 1.842.837,00 no Projeto UNESCO 914BRZ3025. Embora não tenha havido novos aportes durante o governo de Jair Messias Bolsonaro, a maior parte do saldo investido só foi executado em 2022.

O acordo de cooperação resolveu temporariamente o problema econômico. No entanto, como a normativa brasileira sobre cooperação internacional é bastante restritiva[8], o Projeto Resgate passou a contar exclusivamente com a contratação consultores para a sua operação. A busca de parcerias públicas e privadas, e o ajuste das linhas orçamentárias do projeto de cooperação para a disponibilização de fontes primárias e instrumentos de pesquisa do Projeto Resgate constituíram um grande desafio para a continuidade dos trabalhos.

Por ocasião da troca da presidência da República em 2023, o Projeto Resgate novamente deixou de ser prioridade para o governo Lula. Os esforços despendidos pelos servidores públicos envolvidos no Projeto para garantir a prorrogação do acordo de cooperação foram ignorados e a sua vigência expirou a 2 de março de 2023.

Coordenação[editar | editar código-fonte]

De 1996 a 2011, a servidora federal Esther Caldas Guimarães Bertoletti integrou a seção brasileira da COLUSO a título de Coordenadora Técnica do Projeto Resgate Barão do Rio Branco[9][10][11].

Seguidamente, foi substituída pela servidora Katia Jane de Souza Machado, de 2012 a 2020[12], durante cuja gestão o Projeto Resgate foi transferido à Fundação Biblioteca Nacional. Nesse período, a coordenação técnica do Projeto Resgate foi compartilhada com Maria Eduarda Castro Magalhães Marques, coordenadora do Projeto UNESCO 914BRZ3025 de 2017 a 2022[13] e responsável em 2018 pela organização do seminário internacional Rumos do Resgate, signos globais da memória cultural brasileira.

Após a aposentadoria de Katia Jane Machado e o pedido de exoneração de Maria Eduarda Marques, então diretora executiva da Fundação Biblioteca Nacional, a direção do Projeto Resgate voltou a se unificar sob a coordenação do historiador e arquiteto João Carlos Nara Jr., servidor da UFRJ cedido à Biblioteca Nacional em 2020 para assumir a Coordenação de Cooperação Institucional. Ele atuou simultaneamente como diretor geral do Projeto Resgate, seu representante junto à COLUSO[14] e como responsável pelo Projeto UNESCO 914BRZ3025[15]. Durante a sua gestão foram elaborados um projeto de tesauro e um projeto de comunicação institucional; realizou-se um levantamento da documentação portuguesa sobre a Independência do Brasil; foram mapeados arquivos de interesse na África, na América e na Ásia; e se elaboraram mais de dez novos instrumentos de pesquisa. Entre os instrumentos referentes ao Arquivo Histórico Ultramarino, foram feitos catálogos sobre as Ordens Religiosas e Irmandades Leigas, Hodologia, Iconografia, Série Reino e Série Vários, Contratos avulsos, História Indígena Brasileira, História da Escravidão Negra no Brasil, Semiárido, História das Mulheres. Também se preparou um catálogo da Coleção Pombalina da Biblioteca Nacional de Portugal.

João Carlos Nara Jr. foi exonerado a 1º de janeiro de 2023 e devolvido à UFRJ, no início do governo Lula. O material produzido, que tinha sido entregue à Fundação Biblioteca Nacional, não foi publicado. Apenas onze meses depois, a 8 de dezembro de 2023 o historiador Fernando Santos Berçot[16] foi indicado interinamente como representante do Projeto junto à COLUSO. No entanto, este servidor, que tinha sido transferido do CEFET-RJ à Fundação Biblioteca Nacional para compor a força de trabalho, também foi devolvido ao seu órgão de origem no início de 2024, apesar do déficit de funcionários públicos da Biblioteca Nacional.

Em fins de fevereiro de 2024, foi anunciada a futura contratação do historiador Luciano Figueiredo para coordenar o projeto.

Centro de Memória do Projeto Resgate

Em julho de 2022, tendo em vista que a Fundação Biblioteca Nacional é a depositária do acervo do Projeto, a presidência da instituição estabeleceu o Centro de Memória do Projeto Resgate[17], cuja missão abrange a preservação e a difusão do acervo de história comum do Projeto, o estímulo à cooperação técnica internacional, a promoção da pesquisa e de eventos acadêmicos e a própria preservação do Projeto Resgate.

A fim de tentar garantir a permanência dessa política mesmo com uma eventual troca de governo, como de fato ocorreu, o Centro de Memória foi incluído como um núcleo da Coordenação Cooperação Institucional da Fundação Biblioteca Nacional em seu próprio Regimento[18].

Frutos[editar | editar código-fonte]

Acessibilidade[editar | editar código-fonte]

Por meio da Biblioteca Nacional Digital, o Projeto Resgate realiza uma contribuição para a memória brasileira e torna acessível ao público uma rica documentação que anteriormente só era possível conhecer por meio de onerosas viagens aos países que salvaguardam os documentos. Além disso, o Projeto propõe uma renovação historiográfica, como afirmou o jornal Folha de São Paulo,[19] e a Revista Pesquisa da FAPESP[20] [21], uma vez que os documentos, muitos deles nunca estudados, tornaram-se públicos.

Catálogos e guias de fontes[editar | editar código-fonte]

Além do acervo digital, como fruto do trabalho que se iniciou em 1983, foram publicados catálogos e guias de fontes da massa documental presente no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa,[22] na Espanha,[23] nos Estados Unidos,[24] na França,[25] na Inglaterra e na Irlanda,[26] na Holanda,[27][28] além dos guias de fontes referentes às antigas capitanias do nordeste, sudeste e sul do Brasil.[29]

Projeto Reencontro[editar | editar código-fonte]

O Projeto Reencontro[30] é a contrapartida do Projeto Resgate para Portugal. Trata-se de uma coletânea de cópias da documentação presente nos arquivos brasileiros, atualmente conservadas no Arquivo Nacional Torre do Tombo. O Projeto Reencontro também foi desenvolvido no contexto das Comemorações dos Quinhentos Anos do Brasil e projetado nos termos do Plano Luso-Brasileiro de Microfilmagem.

Ver também[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. PROJETO RESGATE BARÃO DO RIO BRANCO. BNDigital. Disponível em: https://www.gov.br/bn/pt-br/central-de-conteudos/projeto-resgate/projeto-resgate Acesso em 12/08/2022
  2. DECRETO LEGISLATIVO Nº 29, DE 1967: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1960-1969/decretolegislativo-29-30-junho-1967-346786-acordo-1-pl.html Acesso em 29/12/2021.
  3. Atas da 18ª Sessão da Conferência Geral de Paris, 17 de outubro a 23 de novembro de 1974, nº 4.212: Recomendação nº 1. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000182900.locale=en Acesso em 28/12/2021.
  4. a b PINHEIRO, Antônio César Caldas (2012). «O Projeto Resgate Barão do Rio Branco: a documentação colonial brasileira dos arquivos europeus e estados Unidos, seu impacto na historiografia e interdisciplinaridade». Tese (Doutorado em Biblioteconomia e Documentação). Universidade de Salamanca. Consultado em 28 de dezembro de 2021
  5. PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO NA ÁREA DE ARQUIVOS ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA E O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Consulado Geral de Portugal em São Paulo. Disponível em: https://consuladoportugalsp.org.br/dados-sobre-portugal/tratados-e-acordos-entre-portugal-e-brasil/protocolo-de-colaboracao-na-area-de-arquivos-entre-o-governo-da-republica-portuguesa-e-o-governo-da-republica-federativa-do-brasil/ Acesso em 28 de dezembro de 2021
  6. BRASIL E PORTUGAL COMPARTILHAM ACERVOS HISTÓRICOS RAROS. Mundo Lusíada, 12 de janeiro de 2017.
  7. BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Nacional de Arquivos. Portaria nº 12 de 1996
  8. BRASIL, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Decreto nº 5.151, de 22 de julho de 2004, art. 4º. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5151.htm. Acesso em 12 de dezembro de 2023.
  9. BRASIL. Arquivo Nacional. Conseho Nacional de Arquivos. Portaria nº 12 de 27 de fevereiro de 1996. Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/acesso-a-informacao/portarias-conarq-1/Portaria_12_1997_02_06.pdf Acsso em 30 de dezembro de 2021.
  10. BRASIL. Casa Civil. Conselho Nacional de Arquivos. Portaria nº 62 de 20 de maio de 2002. Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/acesso-a-informacao/portarias-conarq-1/Portaria_62_2002_05_24.pdf Acesso em 30 de dezembro de 2021
  11. BRASIL. Casa Civil. Conselho Nacional de Arquivos. Portaria nº 83/2009 Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/acesso-a-informacao/portarias-conarq-1/Portaria_n_83_de_12_de_marco_de_2009_03_30.pdf Acesso em 30 de dezembro de 2021
  12. BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Nacional de Arquivos. Portaria nº 99 de 17 de janeiro 2012 Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/acesso-a-informacao/portarias-conarq-1/Portaria_n_99_nomeando_Katia_da_BN_2012_01_26.pdf Acesso em 30 de dezembro de 2021
  13. BRASIL. Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional. Portaria nº 17 de 15 de fevereiro de 2017.
  14. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conselho Nacional de Arquivos. Portaria nº 133/2022. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=03/03/2022&jornal=529&pagina=28
  15. BRASIL. Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. Fundação Biblioteca Nacional. Portaria nº 18 de 18 de abril de 2022.
  16. BRASIL. Arquivo Nacional. Conseho Nacional de Arquivos. Portaria nº 147 de 8 de dezembro de 2023. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-conarq-n-147-de-8-de-dezembro-de-2023-529589129 Acesso em 12 de dezembro de 2021.
  17. BRASIL. Ministério do Turismo. Fundação Biblioteca Nacional. Portaria nº 43 de 22 de julho de 2022. Acesso em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-fbn-n-43-de-22-de-julho-de-2022-417759853
  18. BRASIL, Fundação Biblioteca Nacional, Portaria nº 82, de 23 de dezembro de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/bn/pt-br/acesso-a-informacao-2/institucional/portarias/portarias-fbn-2022-2/portaria-fbn-no-082-de-23-de-dezembro-de-2022.pdf Acesso em 12 de dezembro de 2023.
  19. AVANCINI, Marta. SÃO PAULO REVÊ SUA HISTÓRA COLONIAL.Folha de São Paulo. São Paulo, 14 de agosto de 1998. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq14089815.htm Acesso em 30 de outubro de 2021.
  20. AGUSTO, A; LIBERAL, A. São Paulo já tem em mãos a sua história. Revista Pesquisa FAPESP. São Paulo, outubro de 2020. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/sao-paulo-ja-tem-em-maos-a-sua-historia/ Acesso em 8 de abril de 2022
  21. AGUSTO, A; LIBERAL, A. Um olhar renovado para a história do Brasil. Revista Pesquisa FAPESP. São Paulo, outubro de 2020. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/um-olhar-renovado-para-a-historia-do-brasil/ Acesso em 8 de abril de 2022
  22. ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO É UM ACERVO COMUM A MAIS PAÍSES QUE PORTUGAL. Mundo Lusíada, 16 de janeiro de 2019. Disponível em: https://www.mundolusiada.com.br/cultura/arquivo-historico-ultramarino-e-um-acervo-comum-a-mais-paises-que-portugal/ Acesso em 30 de dezembro de 2021.
  23. GUÍA DE FUENTES MANUSCRITAS PARA LA HISTORIA DEL BRASIL EN ESPANÃ. BNDigital. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1054736/mss1054736.html#page/2/mode/1up
  24. http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1310550/mss1310550.html#page/1/mode/1up Acesso em 28 de dezembro de 2021
  25. GUIA DE FONTES PARA A HISTÓRIA FRANCO-BRASILEIRA. BNDigital. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1051251/mss1051251.html#page/1/mode/1up Acesso em 28 de dezembro de 2021
  26. BRAZIL IN BRITISH AND IRISH ARCHIVES. BNDigital. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1421951/mss1421951.html#page/1/mode/1up Acesso em 28 de dezembro de 2021
  27. Lives da Biblioteca Nacional: Histórias da Nova Holanda. Revista Museu - Cultura levada a sério. Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.revistamuseu.com.br/site/br/noticias/nacionais/12311-12-09-2021-lives-da-biblioteca-nacional-historias-da-nova-holanda.html Acesso em 30 de dezembro de 2021
  28. O BRASIL EM ARQUIVOS NEERLANDESES. BNdigital. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/bndigital0456/bndigital0456.pdf Acesso em 28 de dezembro de 2021
  29. Entrevista com Esther Caldas Bertoletti. Editora a região. Salvador, 7 de setembro de 2002. Disponível em: https://www.aregiao.com.br/entrev/e-esther.htm Acesso em 30 de dezembro de 2021
  30. PROJETO REENCONTRO. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Disponível em: https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4374561 Acesso em 28 de dezembro de 2021

Ligações externas[editar | editar código-fonte]