Relações entre Líbia e Reino Unido

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Relações entre Líbia e Reino Unido
Bandeira da Líbia   Bandeira do Reino Unido
Mapa indicando localização da Líbia e do Reino Unido.
Mapa indicando localização da Líbia e do Reino Unido.
  Líbia


As relações entre a Líbia e o Reino Unido foram inicialmente próximas e positivas depois que as Forças Armadas Britânicas ajudaram as forças rebeldes a derrubar o regime de Muammar Gaddafi na Guerra Civil Líbia de 2011. As autoridades britânicas visitaram a Líbia várias vezes desde então, incluindo duas visitas do primeiro-ministro David Cameron, nas quais grandes multidões vieram recebê-lo. [1][2] As Forças Armadas Britânicas ajudaram a treinar o Exército Nacional da Líbia como parte de uma cooperação mais ampla em questões de segurança. [3] As condições de segurança deterioraram-se a partir de 2014, quando o Reino Unido suspendeu as operações da sua embaixada em Trípoli.

História[editar | editar código-fonte]

Anos coloniais e Reino da Líbia (1943-1969)[editar | editar código-fonte]

A Líbia foi uma colônia italiana durante a maior parte do início do século XX até que foi invadida na Segunda Guerra Mundial, com Tripolitânia e Cirenaica sendo ocupadas pelo Reino Unido e Fezã ocupada pela França. Após a guerra, as Nações Unidas organizaram negociações para descolonizar a Líbia. Estas foram bem sucedidas e em 24 de dezembro de 1951, o Reino da Líbia foi estabelecido sob a liderança do Rei Idris.

Sob Idris, a Líbia manteve uma estreita relação com o Reino Unido[4] mesmo depois que suas relações com outras nações árabes se agravaram devido à Crise de Suez de 1956.

Líbia sob Gaddafi (1969-2011)[editar | editar código-fonte]

As relações após o golpe militar de 1969 de Muammar Gaddafi foram extremamente pobres, com o governo de Gaddafi assumindo uma postura anti-ocidental combativa e desenvolvendo armas de destruição em massa. As relações fracas foram reforçadas por confrontações diretas, como o assassinato de Yvonne Fletcher, o bombardeio dos Estados Unidos em 1986 contra a Líbia e o atentado ao voo 103 da Pan Am.[4]

Apesar destes contratempos, as relações começaram a melhorar durante a década de 1990 e alcançaram o auge em dezembro de 2003, quando a Líbia anunciou que abandonaria seus programas de armas de destruição em massa. O primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair viajou então a Trípoli, encontrou-se com Gaddafi e declarou uma "nova relação" entre os países.[5]

Posteriormente, policiais líbios foram instruídos na Grã-Bretanha em inglês e procedimentos de segurança. [6]

Guerra civil[editar | editar código-fonte]

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e o Secretário de Relações Exteriores, William Hague, conversando com o Secretário-Geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, na Conferência de Londres sobre a Líbia, em 29 de março de 2011

Embora as relações tivessem melhorado sob a liderança de Tony Blair, mais uma vez azedaram em 2011 com o início da Guerra Civil Líbia. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, condenou a violência "terrível e inaceitável" usada contra os manifestantes e protestos anti-Gaddafi estouraram na embaixada da Líbia em Londres.[7] O Reino Unido congelou os ativos do regime Gaddafi no país e se juntou à França para liderar uma intervenção militar contra as forças do governo líbio. [8] Um grupo chamado "Topple the Tyrants" ocupou a mansão de Saif al-Islam Gaddafi em Londres e exigiu que a família Gaddafi deixasse a Líbia.[9]

Depois de semanas de lobby do Reino Unido e seus aliados, em 17 de março de 2011 o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a intervenção militar na Líbia e dois dias depois o Reino Unido e os Estados Unidos dispararam mais de 110 mísseis Tomahawk contra alvos do regime antes do envio de caças para proteger os civis. [10] O governo líbio condenou a intervenção como colonialismo por seu "inimigo cruzado" e afirmou que as bombas do Reino Unido estavam atacando civis.

O Reino Unido expulsou o embaixador de Gaddafi em maio e cortou seus últimos laços com a Líbia de Gaddafi em 27 de julho de 2011, revogando seu reconhecimento diplomático do regime e transferindo-o para o Conselho Nacional de Transição.[11][12] O encarregado de negócios líbio e todo o pessoal restante da embaixada foram expulsos do país e sua embaixada foi fechada.

O regime de Gaddafi permaneceu desafiador mesmo quando era bombardeado por forças britânicas; quando os tumultos na Inglaterra em 2011 explodiram em agosto de 2011, o vice-chanceler do regime, Khaled Kaim, exortou Cameron a renunciar dizendo que "David Cameron perdeu toda a legitimidade e deve sair", ecoando zombeteiramente os comentários feitos por Cameron sobre Gaddafi.[13] A declaração também pediu uma intervenção militar internacional no Reino Unido e a televisão estatal líbia fez alegações falsas de que o governo britânico estava usando mercenários irlandeses e escoceses contra os manifestantes.[14][15]

Referências

  1. «We want to stand with you, David Cameron tells Libya». BBC News. 31 de janeiro de 2013 
  2. «Cameron and Sarkozy mobbed in Benghazi». BBC News. 15 de setembro de 2011 
  3. Hopkins, Nick (7 de fevereiro de 2013). «Britain to announce closer military co-operation with Libya». The Guardian 
  4. a b FOREIGN RELATIONS - Britain, Libya: A Country Study.
  5. «Blair hails new Libyan relations». BBC News. 25 de março de 2004 
  6. Libyan Police Officers in Security and English Training at ISE Hove, Website of ISE, 22 February 2008
  7. «Libya unrest: David Cameron condemns violence». BBC News. 21 de fevereiro de 2011 
  8. «Cameron: UK working on 'no-fly zone' plan for Libya». BBC News. 28 de fevereiro de 2011 
  9. «Gaddafi London home taken over by squatters». BBC News. 9 de março de 2011 
  10. «Libya: US, UK and France attack Gaddafi forces». BBC News. 20 de Março de 2011 
  11. Hague, William. «Libyan Charge d'Affaires to be expelled from UK». British Foreign & Commonwealth Office 
  12. Watt, Nicholas; Booth, Robert; Goodley, Simon (28 de Julho de 2011). «Britain cuts last ties with Gaddafi regime». London: Guardian 
  13. Waterfield, Bruno (11 de agosto de 2011). «UK riots: Gaddafi calls on David Cameron to step down over rioting». The Telegraph 
  14. Ghosh, Palash (10 de agosto de 2011). «London Riots 2011: Libya Calls for Cameron to Step Down». International Business Times. Arquivado do original em 15 de Julho de 2012 
  15. «Cameron using mercenaries in riots — Libya». News24. 11 de agosto de 2011 
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